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Posts arquivados em Autor: Josiane

19 jun, 2020

Como anda a sua cobrança?

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Quero terminar esta semana falando de cobrança, melhor, querendo tirá-la um pouco da centralidade da sua vida, se esse for o seu caso. Eu não tenho dúvidas de que você se exige demais – eu sei, porque eu sim –, exigindo perfeição, se cobrando que não conseguiu fazer as atividades que tinha se proposto, e como eu sei disso? Porque vivemos em uma sociedade em que a exigência contínua parece natural, seja a ter tal aparência, estarmos sempre sorrindo e felizes, a estarmos formados e que sejamos capazes de dar conta de tudo sem escorrer um pingo de suor do rosto, isso está incrustado em nós. Somando a essa conta a comparação, acessível a uma tela de distância mas que faz com que procuremos os piores adjetivos para nós mesmos. E caso você não consiga manter a dieta no tempo que tinha se proposto, se falhou em algum dia a atividade física ou não conseguiu dar conta de todas as ocupações do dia, imagina as sensações que despertam esse cenário? Frustração, incapacidade e vergonha – porque a sua cabeça já está lhe dizendo, nesse momento, que todo mundo consegue, menos você –, e qual a melhor decisão a tomar em casos assim? Larga-se tudo de mão, porque assim não há como se frustrar, voltando-se para o que é obrigatório e exige ação imediata.

A questão aqui é que nos autoflagelamos inconscientemente na primeira oportunidade que aparecer. Semana passada, após realizado um mês de testes que havia me comprometido, comecei a querer me estender na cama, a ficar mais distraída, tendo uma vontade maior de estar ao ar livre, deixando assim minha sequência de atividades matinais toda embaralhada no dia, fazendo-as cortadas e em algumas vezes até deixando de fazê-las. Em um primeiro momento pensei: “Realmente, Josiane, você não é comprometida com sua caminhada, onde já se viu querer ficar mais na cama, a vida acontecendo e você achando que está com ela ganha?”. Sempre tento trazer a minha realidade nos artigos aqui no Inspirações, e, para que não pense nem por um instante que sou diferente de você, estou diariamente lidando com minha mente que quer me desanimar, me fazer desistir, me sentir incapaz. Já fiquei muito mal dando ouvidos a ela, tentando recuperar o tempo “perdido” e fazer tudo ao mesmo tempo, e obviamente de forma superficial, pois minha cabeça não estava nem um pouco concentrada. Mas desta vez optei por escutar meu corpo, ele precisa descansar, ver outros cenários, e me permiti entender o momento e fazer o que senti, então preferi não me massacrar com pensamentos de que tinha colocado tudo a perder depois de semanas me superando, e aceitei que o mais importante de tudo é consentir, entender e voltar.

Como assim, voltar? Vamos desmembrar aqui. Por exemplo, você quer melhorar a sua flexibilidade e introduzir uma atividade na sua rotina e se comprometeu a fazer todos os dias, durante vinte dias, uma série de movimentos durante quinze minutos – que é o tempo possível para tal –, e nos primeiros nove dias você está animado, está conseguindo se programar, fazer a atividade no mesmo horário a que tinha se proposto – dá uma sensação boa depois de terminar, né? –, está quase na metade, é pura animação, mas aí aparece um dia corrido no meio da sua semana para o qual você não tinha se programado, e aquela atividade física não tem a menor possibilidade de ocorrer, de primeiro ela caía para o último lugar nas suas prioridades, porque os movimentos que nos ajudam a manter a consciência, nos relaxam e elevam a endorfina são os primeiros a sofrerem a postergação. Acontece que a correria ocorre no dia seguinte, e depois, e quando você percebe foram quatro dias e vem à mente: “Agora não vale mais a pena, você furou muitos dias, tem coisas mais importantes acontecendo, melhor dar um tempo e começar tudo de novo para daí fazer corretamente até o final!”. Sinal alerta ligado! Preste atenção que essa é a sua cabeça querendo que você desista porque não está fazendo da forma como havia se planejado e para que você se sinta frustrado de não conseguir terminar o que havia se comprometido. Eu lhe falei que a maior parte do tempo ela não trabalha a seu favor, principalmente se você quer subir de degrau, lembra da resistência?

Então, deixa de ser seu algoz e volta para o que você tinha se planejado. Se você teve um imprevisto e não conseguiu realizar hoje aquilo que tinha se comprometido, tudo bem, imprevistos acontecessem, amanhã acorda mais cedo e faça a atividade a que se propôs com tranquilidade, não se cobre por hoje não ter acontecido da forma como você queria – muitas vezes não vai –, trabalhe com a adversidade, tenha mais forças que ela e pense que é um compromisso com você, seu bem-estar e sua evolução. Não importa qual seja o resultado que você almeja, foque na intenção. Se você cumpre suas responsabilidades com os outros, por que não fazer o mesmo consigo? Sua cabeça vai tentar boicotar você, esteja atento para perceber por qual caminho ela tentará parar você e vá por outro. Se estiver cansado hoje, beleza, descanse, mas fale isso em voz alta para você: “Ok, hoje eu estou cansado, meu corpo precisa descansar, mas amanhã eu estarei melhor e farei tal atividade!”. Simples, é muito melhor do que ficar se maldizendo, se diminuindo e acreditando que você não consegue. Trabalhe seu jogo de cintura com sua mente e não desanime porque você falhou um dia – ou alguns –, apenas volte, sem dor na consciência, sem cobrança, o trabalho não foi perdido ou em vão porque você deu uma parada, retome de onde estava e siga, pois o tempo que você perde ouvindo sua cabeça criticando você poderia estar colocando algo melhor em ação.

17 jun, 2020

Quero me autoconhecer. Por onde começar? Parte II + Timeline do Despertar – Terapia

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Se eu pudesse dar um conselho a você, seria “use filtro solar…”, não, brincadeira, faça terapia, bem naquele estilo dos anciões da nossa família! Comece o quanto antes, e se só percebeu agora que precisa está ótimo também, o que vale é buscar esse suporte externo e que nos poupa muita ansiedade, ajuda a diminuir a vontade de apontar o dedo e também a lidar com aqueles traumas que nos acompanham há anos e a sair do papel de vítima de nossas próprias vidas, entre tantos outros benefícios. Eu demorei até admitir que precisava de ajuda, aquele preconceito de que quem necessita desse tipo de ajuda é louco – lá no fundo sei que era isso, mas fingia que não –, e realmente você pode ficar vivendo neste mundo em que nos encontramos sem buscar alguém que traga um pouco que seja de luz e direcionamento quando precisamos e não conseguimos nos equilibrar muito bem sozinhos em nossas próprias pernas. Decidi aqui juntar as duas séries de artigos que iniciei, o se autoconhecer e a timeline do despertar, pois elas se encontram naturalmente neste aspecto que é a terapia.

Têm pessoas que possuem sorte de encontrar um terapeuta que seja exatamente aquilo que estavam precisando, e quando falamos da terapia convencional existem diversas vertentes, mas não entrarei em detalhes até porque não possuo conhecimento na área e posso falar bobagem, então prefiro me abster, porém é importante buscar a que melhor se encaixa no que você busca e no período em que se encontra. Se disponha a ter paciência e persistência até encontrar a que faça você se sentir à vontade. Bem, eu comecei com uma terapia convencional, acredito ter ficado com ela em torno de uns quatro meses – na época do término de relacionamento junto com a volta ao Brasil e sem saber o que fazer –, e começamos bem, ela pegava basicamente no meu tendão de Aquiles – na época, meu pai –, e eu passava boa parte das sessões chorando, mas saía renovada. Os cenários foram mudando, os personagens também, e não fui mais me sentindo confortável naquela relação, ela pareceu passar do limite terapeuta/paciente querendo dizer o que eu deveria fazer, e decidi que não mais queria vê-la. Vi como uma ótima forma de me respeitar e soube dizer não para algo que estava me desagradando.

Como estava no início da minha jornada do autoconhecimento, estava envolvida em todas as descobertas, ocupada me conhecendo, e no primeiro momento aquela necessidade de conversa em tom de desabafo era excepcionalmente compartilhada com minha mãe e permaneceu assim por um bom período – digamos até hoje –, mas comecei a sentir necessidade novamente de falar com um profissional sobre minhas decisões de carreira, pois aquilo estava apertando meu sapato e meu coração. Foi aí que o nome da minha terapeuta holística “caiu” no meu colo, aquela indicação de quem conhece a profissional e percebe na sua fala a necessidade da ajuda e, tcharãn, fez-se a mágica. Não crie expectativa de que tudo começou a dar certo e que não tive mais momentos perdida, essas situações continuam acontecendo, não se iluda, mas o que muda é você perante elas e o tempo de reação que começa a diminuir a partir do instante em que começa a ter mais facilidade e perceber seus gatilhos mentais que lhe levam incontáveis vezes para o mesmo cenário. Advinha qual? Acertou se disse de sofrimento, é lá que ele se sente à vontade e que pode lhe usar como um trapo velho de um lado para o outro. Por isso, faça terapia para não se ver com frequência nessa posição.

A terapia é tipo autoconhecimento, como comentei no artigo (Puxar pessoas), você quer convidar todo mundo para participar, quer que todos façam e tenham tantos resultados quanto você. E é muito sério isso que lhe digo porque quem convive comigo pode ter certeza que sabe o nome da minha terapeuta, ou já vai nela, porque, além de ela ser incrível e as pessoas perceberem isso quando se consultam, é pela mudança que você vê em si quando se permite estar ali presente, pronto e aberto para realizar as mudanças de que precisa. Os saltos quânticos que dei a partir do início da terapia holística são inúmeros, consideráveis e visíveis a olhos nus. Ela se encaixou no autoconhecimento ou o autoconhecer se encaixou nela a ponto de que são um só me ajudando a buscar sempre melhorar como ser humano. Foi/é de grande importância nos momentos de dúvida, e inseguranças, sobre o autodesenvolvimento ter um suporte para ajudar a unir as peças, ver de outro ângulo – e até pontos que haviam passado despercebidos –, e isso faz muita diferença. Sim, falei que é importante dar seus passos sozinhos, é fundamental, mas ter alguém para lhe estender a mão na caminhada também é indispensável. Saiba de forma consciente mesclar as duas e, por favor, faça terapia.


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15 jun, 2020

Astrologia e as mudanças de opinião

Os signos da astrologia
Se preferir, ouça o artigo.

Já falei aqui sobre o quanto gosto de astrologia. Meu signo solar é escorpião e sei que tenho pontos muito fortes dele na minha personalidade – como ser observadora, discreta e intuitiva –, mas há pouco tempo soube que temos muito também de nosso ascendente e consequentemente descobri que me identifico muito com ele também, que é gêmeos. Esse signo é muito conhecido por, obviamente, se tratar de multiplicidade, de comunicação, de visão ampliada e por gostar de mudar seja de lugar, de opinião e iniciar quantas vezes forem necessárias para fazer aquilo que aqueça seu coração, bingo, eu. Gêmeos troca muito de opinião, escorpião é profundo e gosta de conhecer as coisas em seu âmago e não é muito fã de mudanças, pensa no embaralho das ideias nesse aspecto? Mudar ou não, sigo nadando nesses mares profundos desse animal que me intui a me conhecer ou me permito ir mudando de ambientes buscando me encontrar? A verdade é que não há necessidade de optar entre um e outro, somos seres duais, acreditando que para ter um temos que abrir mão do outro, mas as coisas não funcionam dessa forma, e lhe digo mais, podemos, e merecemos, sim, ter o que nosso coração desejar.

Via como algo extremamente negativo mudar de opinião, gostava de coisas permanentes, se a pessoa era inconstante não me transmitia confiança – olha a loucura e o julgamento –, hoje uma das poucas coisas que afirmo é que minha opinião pode mudar a qualquer instante. Se me permitir aprofundar e saber sobre determinado assunto a ponto de considerar que a troca de opinião ali faça sentido, lá estarei eu. Volúvel? Pode até ser, mas bem no fundo, sabe o quê? Não estou nem aí para o que vão pensar, a única certeza da vida é a inconstância, e isso se encaixa também no fato de mudar de opinião. Não busco mais me definir e, posso lhe dizer?, isso me trouxe uma leveza, uma tranquilidade de levar a vida e sei também que quem eu era ontem pode já não mais fazer sentido para mim hoje, totalmente Raul e me permitindo ser uma metamorfose ambulante. Adoro poder me permitir ser várias diferentes, descobrindo coisas que amo e que antes detestava, percebendo coisas que antes não toleraria e hoje me fazem rir, e eu agradeço imensamente por gêmeos ser meu ascendente e fazer todas essas mudanças sem me sentir culpada. Isso é responsabilidade dele? Obviamente que não é somente dele, mas pode ser uma influência direta, e bem grande, dessa volatilidade, e eu posso colocar em quem eu bem quiser, não é?

Em outro artigo abordei sobre o fato de não se importar com a opinião alheia (link) e volto a repetir e frisarei aqui quantas vezes forem necessárias, por quê? Isso muito me limitou, durante um longo período – claro, bastante por conta da minha cabeça que permitia –, mas isso é tão perda de tempo e tem tão pouco a nos agregar, no caso, zero, que não gostaria que você postergasse sua evolução por levar em conta uma opinião que diz mais respeito ao outro do que sobre você. Não há problema algum em você decidir aos quarenta anos que não quer mais trabalhar com aquilo em que você é formado e agora quer começar um negócio próprio do zero, que incrível! Seja seu maior incentivador, não espere que alguém venha de fora e lhe diga que é por aí, as pessoas normalmente agirão com uma margem de segurança com receio de que você sofra – ou por não quererem que você se destaque e saia do nível mediano em que elas se encontram (xi, isso dá assunto até para outro artigo) –, mas sem os tiros no escuro, seguindo nosso coração, fica-se só na vontade sem saber como poderia ter sido. Pode ser meu ascendente querendo incentivar você? Pode sim, porque eu sempre acreditei que trabalhar com o que se ama faz as pessoas mais felizes. Você vai pensar que vivo em um mundo de ilusão, por mais que acredite que não, e por mim tudo bem, as coisas parecem ser bem mais leves por aqui.

Hoje não me incomodo quando alguém me fala que mudei muito, penso internamente: “Graças a Deus”, me permito fazer as minhas alterações pensando no que eu realmente quero, obviamente sem passar por cima de ninguém, meus princípios não mudaram porque minha personalidade foi se moldando ao meu momento atual. Falei sobre relacionamentos semana passada e aqui cabe retomarmos neste aspecto, pois, as pessoas mais distintas surgem em nossas vidas acrescentando tantos ensinamentos que não há como continuar o mesmo depois de algumas experiências vividas. Abrace a ideia de mudar seja de opinião, de estilo, de gostos, de vida! Ela está aí para ser experimentada e não para vivermos sempre de uma mesma maneira, isso é tão ultrapassado. Se permita ousar, se permita inventar a sua própria forma de pensar e ser feliz. Construa seus pensamentos respeitando antes de tudo a si e o que lhe faz bem. A forma como você se trata é a maneira como você ensina os outros a lhe tratarem, então, cuide-se com carinho, dê atenção ao que lhe faz bem e entenda o que você realmente quer nesse momento. Se tiver que começar de novo, comece, se for necessário fazer uma grande mudança na sua vida, FAÇA! Vá que, de repente, você também tenha o ascendente em gêmeos? E se não tiver, vá mesmo assim.

12 jun, 2020

Sobre relacionamentos

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Hoje quero aproveitar e falar um pouco sobre relacionamentos. Não, não será focado em relacionamentos amorosos somente, mas sim sobre o relacionar-se com as pessoas à sua volta. Por mais discreto e tímido que você seja, não há como passar nesta vida sem se conectar com outras pessoas, e bem afortunadamente atrairá indivíduos bem diferentes de você. “Mas por qual razão isso será positivo?”, você deve estar se perguntando, pois são nessas relações em que mais aprendemos, já que, quando pessoas pensam muito diferente de nós mas nutrimos amor por elas, nos permitimos estar mais abertos a tentar entendê-las, ponderar seu ponto de vista e lidar com visões bem diferentes das nossas. Claro que nos envolvimentos amorosos isso se intensifica milhares de vezes mais, pois a relação se faz de forma mais íntima e intensa, mas as outras correlações não deixam a desejar. Esse é o incrível da vida, você amar alguém, pensar o oposto dela e isso não fazer a menor diferença no respeito que sentem mutuamente. Isso acontece sempre? Não, mas hoje é dia de focar no quanto nossos relacionamentos no decorrer da vida nos modelam e nos engrandecem.

Nossas primeiras relações, e as principais noções que irão ditar as próximas que vierem, são os laços que desenvolvemos em casa, sejam com nossos pais, irmãos ou com quem crescemos. Durante o desenvolvimento vemos, ouvimos e fazemos interpretações aos diversos episódios a que nos expusemos e que em determinada maneira formarão nossa maneira de perceber e lidar com os próximos relacionamentos que vierem. Muitas vezes aquela emoção sentida, e retida, pode se transformar em um condicionamento pessoal até inconsciente se tornando algo habitual a você a ponto de nem saber fazer de forma distinta. Isso quer dizer que é o certo? Não necessariamente, mas por muito tempo, e isso pode ser até durante uma vida inteira, passa a ser a forma como você acredita que devem ser levadas as relações. A partir do momento em que começa a pensar por si próprio é necessário começar a se desconectar do que veio de sua criação mas que agora não mais ressoa com sua vida. Sim, é difícil, passamos a vida inteira fazendo de uma forma até entendermos que aquilo nos machuca de determinada maneira, e temos que nos movimentar para descobrir nossa própria forma de se relacionar começando do zero. Não pense que será cansativo, veja como uma oportunidade incrível de poder desenhar conforme o arranjo que faça sentido e como você deseja que estes relacionamentos se desenvolvam na sua realidade.

Quero citar algo profundo aqui, e espero que você esteja sentado ao ouvir/ler isso, toda e qualquer relação que você teve, tem ou terá na vida foram escolhidas anteriormente por você – sim, sem exceções –, desde aquela que veio, ficou pouco e você nem entendeu a razão de sua existência, passando por aquela que machucou profundamente e que você ainda não se sente confortável de confrontar e aquelas que você agradece diariamente por poder caminhar lado a lado e fazer dessa trajetória algo bem mais leve. É duro imaginar isso, pois nossa mente nos remete às piores experiências que já passamos com outras pessoas, e você só consegue pensar: “Não, eu não posso ter escolhido me relacionar com aquele ser humano! Nem em mil vidas eu escolheria aquela criatura para passar cinco minutos em sua companhia”. Dureza, né? Você escolheu e ainda por cima por vontade própria, chega a dar um desespero só de imaginar, mas, calma, amigo, você não está sozinho nessa, também já passei por pessoas que imagino que não me encontrava muito sã na hora da escolha. Falando sério agora, essas foram as pessoas que mais me ensinaram, seja como não fazer, seja para me mostrarem para não mais ir por aquele caminho, ou por me revelarem espaços tão escuros que levei luz e não preciso mais voltar, ainda bem.

Mas, voltando, toda e qualquer pessoa veio para lhe ensinar algo, da mais sutil mudança até aquela que deu um 360° na sua vida. Os relacionamentos amorosos são nossa chance mais profunda de observação própria, de mudanças e de espelhos. Depois de passada aquela fase de vender o peixe, onde você só mostra seu lado bonito, sem erros ou falhas e que pode dar conta de tudo – sim, isso entra em amizades também, ou você acha que só se vende o peixe em relacionamentos amorosos? –, vem o verdadeiro momento de aprendizagem. Lidar com uma pessoa com uma criação diferente da sua, com outros princípios, manias, crenças, é uma ocasião de se conhecer, seja suas vulnerabilidades, seu coração caridoso ou até mesmo aquele lado nem tão bonito que você tenta esconder a sete chaves até de si mesmo, tudo ali colocado na mesa com todo o receio de que o outro se assuste e fuja, mas não se assuste, seja você SEMPRE o outro gostando ou não, pois pior do que não gostarem de você é não reconhecer a si próprio em alguma relação buscando aprovação e querendo agradar. Aproveite para aprender coisas sobre você que sozinho levaria anos. Observe suas relações mais próximas, as que não são tanto assim e as que já partiram e perceba o que cada uma lhe ensinou e o quanto você pode, e pôde, melhorar por conta dela. Aproveite, agradeça e viva totalmente todo e qualquer relacionamento, pois cada pessoa que aparece no seu caminho é um professor, então aprenda com humildade as lições que ela veio lhe ensinar.

10 jun, 2020

Laguna Humantay

Subida Laguna Humantay
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Esse é o caminho que leva até a laguna Humantay em Cusco. Ela é bastante conhecida, e vou lhe dizer que tenho uma foto muito mais bonita, quando cheguei lá em cima, mas ela não significa tanto para mim quanto essa da caminhada. Ver a laguna foi uma recompensa, sabe? E aqui faz todo o sentido a frase de que o caminho vale muito mais do que a chegada. Outras pessoas que fizeram essa caminhada vão lhe dizer que é um pouco íngreme, exige um pouco mais de fôlego, mas ela não é tão difícil, e eu vou ter de concordar, pois não é mesmo, tinha até uma mulher, nesse dia, subindo com o pé quebrado, com gesso e tudo mais. É até vergonhoso admitir, mas ela chegou bem antes no alto da laguna, mas posso lhe garantir que o trajeto para ela não foi tão significativo quanto foi para mim. Chega-se aos 4.200m de altitude à margem do lago, é incrivelmente linda sua paisagem e valeu cada passo até sua chegada, mas até lá existem alguns pontos que desejo compartilhar, e também o por que ela tem um grande significado para mim.

Buscando melhorar essa situação vergonhosa de a mulher do pé quebrado ter chegado antes e fazer a trilha parecer fácil primeiro, ela era esportista, dava para ver por seus braços torneados e pela rapidez como subia, e segundo porque provavelmente ela deve ter respeitado o período recomendado de aclimatação à altitude de Cusco, no caso, de dois dias. Antes de fazer esse tipo de trilha é necessário, pela diferença de altitude – a caminhada começa a 2.800m acima do nível do mar –, e para que não se sofra com o mal da montanha¹, adivinhe, nós não fizemos isso. Já estávamos no Peru há alguns dias, mas na zona central do país, perto das praias, ao nível do mar, e o tempo em Cusco era contado, então deveria ser bem aproveitado e queríamos conhecer a lagoa. Aterrizamos perto das 4 horas da tarde e o ônibus saía de madrugada, pois ainda tinha o percurso de até os pés da montanha onde se encontra a laguna. Durante o trajeto, quando dissemos à guia que estávamos ali fazia menos de doze horas, ela nos olhou com uma cara de “vocês são loucos” e ao mesmo tempo “fiquem tranquilos que vocês vão conseguir”.

Quando eu vi a moça de pé quebrado pensei: “Acho que exageraram nas recomendações, se uma pessoa na situação dela está aqui, vai ser fácil”. Eles oferecem bastões para a subida, para ir se apoiando, mas não adquirimos, fomos na garra e na coragem. Escrevendo essa lembrança aqui consigo me ver de novo naquela subida e me aquece o coração. Pensa em algo íngreme, pensa em calor, em alguns momentos de você pensar por que razão está fazendo aquilo consigo mesmo. A nossa guia, que nos chamava de champions – campeões em inglês –, nos avisou que tínhamos uma hora para chegar até lá em cima para tirar fotos e depois descer. Mais uma vez subestimamos aquela subida e jurávamos que em bem menos tempo estaríamos lá em cima. A guia passou por nós e disse uma frase que foi meu mantra até chegar à laguna: “Continua respirando e não para”, e foi o que eu fiz. Cada vez que eu parava para dar uma respirada, meu coração parecia que ia sair pela boca, e a cabeça só dizia: “Desiste, você está no seu limite! O que você quer provar?, você está exausta, pega o cavalo!”. Você pode utilizar cavalos, que ficam em alguns pontos da subida, e eu calei minha mente. Decidi que queria me desafiar e que conseguiria chegar até a laguna com minhas próprias pernas.

São 3,5km de subida e mais a descida, resultando em 7km no total. Foi mais de uma hora a subida, e meu trabalho mental foi intenso, constante e bastante desenvolvido naquela oportunidade. Eu estava na frente na subida, deixando para trás pessoas com físico e fôlego muito melhores que o meu, mas minha cabeça estava ali trabalhando a meu favor, quando ela pensava que ia conseguir se espalhar e ocupar espaço suficiente para me fazer desistir, eu ligava o alerta, lembrava da frase da guia, além de olhar para o topo e pensar “eu só paro quando chegar lá em cima”, e ia diminuindo significativamente os tempos de descanso e somente molhando os lábios, mesmo que a vontade fosse de tomar muita água. Quando chegamos e vi aquela beleza toda, me senti gratificada por poder vivenciar e ver aquela beleza toda, valeu sim cada escorregada, cada suor, mas saber que eu tinha vencido minha mente durante todo aquele percurso me permitiu descer com o coração estufado de alegria e confiança. Você subiu aquela montanha quase sem preparo e sem aclimatação, você pode fazer o que quiser, é o que eu sempre me digo quando penso que algo é muito difícil. A laguna Humantay foi muito mais que um lugar lindo que pude ver e vivenciar, foi uma oportunidade de testar minhas capacidades e o quanto posso ir além. Por isso sempre digo: se desafie, é recompensador.

P.S.: Se você não leu sobre meu outro desafio pessoal, bem longe da zona de conforto, dá uma olhadinha lá no artigo sobre o surf.


¹ Mal da montanha: Sofrimento físico causado pela dificuldade em se adaptar à menor pressão de oxigênio em altitudes elevadas. Os sintomas incluem dor de cabeça, náuseas, falta de ar e incapacidade de se exercitar.

Fonte: Wikipedia

08 jun, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 5 – Puxar pessoas

Crianças puxando corda
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Chegamos a mais uma fase da timeline do despertar, gostei desse nome! Foram diversos momentos até chegarmos aqui, lendo parece que foi rápido, e melhor, fácil. Nenhuma parte dessas transições foram leves ou superficiais, todas foram muito sentidas, vivenciadas e liberadas para partir. Pode acreditar quando digo que não foi fácil deixar algumas pessoas irem, até mesmo a Josi de antes, nos apegamos muito facilmente às coisas habituais e até para nos livrarmos de coisas densas pesamos se vale a pena, por tão acostumados àquilo que estamos. Falo por mim aqui que muitas vezes é difícil entender nossas formas de agir e pensar, seres humanos são bichos estranhos, e tentar entendê-los demanda energia, por isso escolha bem onde irá investir a sua. Uma piadinha ácida aqui, mas para quebrar o gelo e entrarmos na próxima fase, a do puxar pessoas.

Parece uma fase um pouco estranha, não é? Mas vou explicar um pouco melhor para você me acompanhar. É normal se encantar com o que vem com o autoconhecimento, o entender o quanto a força do seu pensamento é poderosa, a liberdade que se conhecer intimamente proporciona, a alegria e seu estado de espírito que você percebe de vez que se encontram em suas mãos sem mais depositá-los ou buscá-los externamente. Essa fase ainda me acompanha, em muitos momentos me pego encantada com diversas situações que acontecem comigo. Já mencionei sobre o abrir os olhos (link) e que uma vez que eles foram desembaçados tudo pareceu ser mais luminoso, brilhante e simples, a meu ver. Você reparou as últimas palavras? “A meu ver”, isso não significa que as pessoas ao meu redor passaram a ver as coisas como eu, porém você quer compartilhar isso, que as pessoas experienciem toda essa transformação também, é como seu prato predileto ou filme que você deseja que as pessoas experimentem e sintam toda aquela energia, emoção que aquilo desperta em você. A questão aqui é que nem todos estarão prontos para acompanhar você nessa fase de encantamento e transformação, mas você não se atém a esse pequeno detalhe, você quer puxar todos que ama para esse barco.

A vontade que existe é que todos pudessem ver através dos seus olhos e sentissem toda essa mudança, e por um bom tempo quis isso também, até entender que o caminho de cada um é absolutamente único e que insistir para que as pessoas façam o que você fez é o ego – a Cláudia (link) – falando. Você pode me ver aqui escrevendo sobre coisas que fiz, passos que dei, ferramentas usadas e que acredito serem de grande valia, mas não me pegará insistindo para que faça algo, a escolha final sempre cabe àquele que deseja a mudança, a decisão sempre é sua, caminhamos lado a lado para que possamos nos ajudar, porém a quem está disposto a ajudar a si. Forçar alguém ou puxá-la para acompanhar você é egoísmo e soberba, uma porque você querer companhia de pessoas que na verdade naquele momento podem não estar prontas para essa caminhada ao seu lado e soberba por acreditar que você deve fazer o movimento por ela, pois sozinha ela não conseguiria.

É uma linha muito tênue, eu sei, pois aprendi na experiência e posso lhe garantir que levei um tempo até entender isso e pessoas ficaram durante o caminho, mas percebi que é natural durante o trajeto os cenários e os personagens irem mudando e cabe a nós irmos nos adaptando a eles, sem dor, sem apego ou sofrimento. Eu adoro ajudar, conversar sobre assuntos de vida, sobre se autoconhecer, se respeitar, gosto de mostrar outras perspectivas, porém, hoje não faço mais pelas pessoas e não é egoísmo, muito pelo contrário, mas sim por acreditar na capacidade de cada um, e que na ocasião em que ela estiver pronta as informações farão sentido em sua cabeça, e aí é o momento de ela fazer o movimento principal, o seu próprio. Pegar as pessoas pela mão e fazer por elas não é ser prestativo, é massagear o ego para se sentir importante. É necessário permitir-lhes viver suas experiências, e nesse aspecto eu agradeço por ter caminhado por um período sozinha. Esses primeiros passos foram essenciais para que eu sentisse o solo que estava pisando, montasse minha base, sem ninguém fazendo por mim ou me puxando, então, cada passo foi dado por vontade, curiosidade e desejo próprios. Desejo a você o mesmo, mas, caso precise, adoro conversar.

05 jun, 2020

As emoções e o corpo humano

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Você com toda certeza já deve ter visto a força da água agindo, seja no mar quando a onda quebra, em um rio desaguando ou até mesmo em uma cachoeira, e de todas as formas percebe-se que ela precisa ir, fluir, dar vazão e continuidade ao seu curso natural mesmo que tenha que levar o que estiver em sua frente. Assim como você já deve ter observado que, quando se tenta segurá-la, pará-la, é quase impossível, não há muito o que se possa ser feito, pois a água acha ou vai em busca de uma forma de contornar seu obstáculo e continuar seu caminho e direção. Esse é um artigo sobre a ligação entre nossas emoções e o corpo humano, também trazendo à luz o quanto freá-las ou não as escutar pode trazer resultados significativos a nós mesmos.

Não demonstre muito suas emoções, guarde-as, lide sozinho com elas, engula em seco quando aquele chefe falar que não era isso que ele queria mesmo você dando o seu melhor, não chore na frente dos outros e se possível não chore, não fale exatamente o que você quer para não magoar as pessoas, elas podem ir embora, seja o mais agradável possível mesmo que não esteja fazendo aquilo por vontade própria, “aguente no osso” quando falarem algo que machuca você. Essa foi a postura que muitas vezes nos foi passada como um manual de agir em meio ao grupo, de que demonstrar vulnerabilidade é sinônimo de fraqueza, logo, fuja o mais rápido que conseguir. Quanto equívoco, quanta visão distorcida, quantas consequências para se lidar ao tomar essas ações como devidas. Corpo e emoção totalmente separados, caminhando de formas independentes, por muito tempo se acreditava que se lidava dessa forma. Cuido do meu corpo com alimentação adequada, tomo água, faço exercícios e minhas emoções vou lidando com elas conforme forem aparecendo, uma ou outra situação que deixei passar, outra oportunidade que não sabia como lidar e me calei, mas tudo totalmente superado. Será?

Assim como na cachoeira, no mar, no rio, em que a água tem de fluir, dentro de nós não é diferente, nunca houve uma separação entre corpo e emoção, muito pelo contrário, são duas ferramentas que trabalham em conjunto, muitas vezes se misturando uma a outra. Nossas emoções não faladas, não enfrentadas, engolidas em seco, vão querer ser ouvidas de alguma forma e em algum momento – não esqueça, a água precisa fluir, seguir seu trajeto –, enquanto ela não for vista e receber a atenção que merece, irá reivindicar você. Existe a ciência interdisciplinar chamada psicossomática que une especialidades da medicina e da psicologia abordando doenças que têm origem no psicológico, e na alma, e que geram consequência no corpo físico. Cada sentimento não observado, escutado e ressignificado atinge diretamente uma parte do corpo, um órgão em particular. Ele começa dando sinais sutis, como uma dor de cabeça ou uma dor de garganta, por exemplo, e você automaticamente acredita que um remédio irá ajudá-lo e vida que segue, realmente isso acontece, mas isso nada mais é que uma forma de mascarar algo que pede sua atenção, porém, não buscamos ir atrás disso, queremos resolver a dor incômoda e ir em frente. Quanto menos observamos, mais forte ela vem, solicitando atenção, e vamos postergando, deixando para depois sem imaginar que pode agravar.

Pode ser que você nunca tenha parado para pensar sobre esse assunto, mas comece a observar seu corpo quando você faz algo totalmente contra o que realmente quer, a dor, seja de estômago, seja uma irritação que vem e você não sabe o porquê, quando você não fala aquilo que está entalado na garganta, logo em seguida vem uma dor naquela região e aí você pensa: “É por causa do inverno, é normal isso acontecer nessa época!”, e por essa linha você segue tentando enganar a sua cabeça, mas seu corpo sabe exatamente a razão de aquilo estar acontecendo. Ele busca formas de chamar sua atenção àquela emoção diretamente ligada a ele, mas como há tanto barulho passa batido, remédio para dentro e tudo vai ficar certo; sinto lhe dizer, mas não vai. Uma dor de cabeça pode sim acontecer por horas na frente do computador, mas, se ela se apresenta todos os dias, olhe de forma diferente, pois pode ser que exista algo além do superficial. O mesmo ocorre com uma dor recorrente em outra parte do corpo, não tente calá-la na primeira oportunidade, entenda e vá a fundo, qual a raiz dessa dor, que emoção está ligada a esse órgão. Por que falo sobre esse assunto?


Por experiência própria, eu não tenho um órgão. “Ah, mas é a vesícula, muita gente tira, relaxa!” Será mesmo que é de se relaxar? Sabe qual a emoção ligada a ela? A raiva. Eu precisei perder um órgão para ir na raiz do que me despertava aquele sentimento tão forte e que se fez tão presente durante boa parte da minha vida a ponto de parar de funcionar, começou a enfraquecer e não mais fazer seu serviço. Eu não tenho um filtro de raiva agora, e quando a sinto quem cuida dela? Outros órgãos ficam sobrecarregados quando um para de funcionar, e é por essa razão que decidi trazer esse assunto. Não deixe chegar no limite do seu corpo para dar atenção e vazão as suas emoções. Olhe-as, permita-se sentir com todo o seu corpo, que elas fluam e assim possam ir como a água que precisa seguir sua direção. Emoções foram feitas para serem sentidas, entendidas e liberadas, não para serem evitadas, seguradas ou caladas, pois elas de fato nunca o são, se você não as encarar, pode ter certeza de que vão achar uma forma de fazer com que você as perceba, e pode não ser assim tão agradável.

03 jun, 2020

O que você consome influencia a sua realidade

Se preferir, ouça o artigo

Vendo pelo título, parece que teremos um artigo sobre nutrição, não é? Não é muito por esse viés, mas já aproveito para falar sobre a importância de nos alimentarmos corretamente, pois falarei sobre o assunto em um próximo artigo. Por experiência própria, e é o que eu sempre tento trazer aqui, é que o título desse artigo “O que você consome influencia sua realidade” é uma grande verdade. Meu intuito nunca é impor a minha opinião a você que lê os artigos, até porque já escrevi sobre esse assunto (link) e não acredito que isso funcione, creio sim que mudamos nossa opinião, mas por conhecimento mais aprofundado do assunto, por amadurecimento ou porque fez sentido para nós, mas não por exigência ou obrigação. Uma das razões do Inspirações existir é compartilhar um outro aspecto, uma outra forma de olhar as coisas, e isso sim entendo como uma maneira de nos acrescentar como seres humanos. Busco isso em minha vida, olhar sob o ponto de vista de outra pessoa que pensa muito diferente de mim, eis aí uma grande oportunidade de crescimento, pois conviver com pessoas que pensam igual a você é fácil, difícil é lidar com seu discordante e fazer isso de forma educada.

Pois bem, retomando o assunto do título e utilizando nossa realidade atual como pano de fundo, vou lhe confessar uma coisa: eu não consumo notícias diariamente, não busco esmiuçar profundamente todas as informações disponíveis nas mídias, e sei que você pode estar gritando aí na sua cabeça: “alienada!”, e está tudo bem, estou sorrindo para você de volta enquanto escrevo isso, e por quê? Pois há duas boas circunstâncias interessantes neste aspecto, primeiro porque você somente vê refletido fora o que há dentro de si mesmo, logo se acredita ser algo bonito ou feio, certo ou errado, que deveria ser feito ou não diz respeito ao que você carrega dentro de si e não sobre mim, e isso acontece a todo momento sobre qualquer pensamento ou alguém – e por si só já é um assunto bastante extenso a se refletir. Segundo, é sobre fazer você pensar sobre que tipo de assunto você utiliza seu tempo consumindo e como isso está refletindo em sua vida. Eu decidi vibrar em uma energia diferente, não é porque não leio diariamente que as informações não chegam até mim, eu decidi filtrar o que realmente merece atenção e o que não merece. Obviamente que isso não exclui o fato de que assuntos relevantes são estudados, não de qualquer forma e em qualquer lugar, são sim examinados em sua fonte, leio, analiso, reflito e volto a me focar na minha energia, na que eu quero criar para mim.

Faz sentido para você? Se não fizer, está tudo certo, se você é daqueles que precisam consumir notícias, estar sempre por dentro de todo e qualquer assunto, está ok, temos que levar a vida da forma que nos preencha, que nos faça bem, e lhe mostro a forma como ajo porque ela faz sentido para mim – podendo ajudar você a entender pessoas que reagem diferente a você também –, e isso não é certo nem errado, apenas é a forma que ressoa dentro de mim, é a maneira que encontro, dentro da minha realidade, de ajudar mais pessoas. “Mas peraí que não entendi nada agora, Josi, como que você ajuda pessoas filtrando informações?” Pois então, o que eu consumo e as informações que eu foco é o que eu vou reverberar para as pessoas próximas a mim, e isso inclui você. Qual seria a minha ajuda se aqui eu trouxesse gráficos, dados alarmantes e aumentando ainda mais o medo e a tensão? Eu geraria mais dor, mais caos, tristeza e automaticamente levaria você a sentimentos ligados a isso – às vezes sem entender o porquê e de onde vêm –, além de trazer desânimo e desesperança com a humanidade, e – na minha visão – isso seria um desserviço. Essas informações já estão aos montes por aí, nem é necessário procurar muito, mas não é o que eu quero trazer.

Você já teve uma plantinha ou algo de que cuidou, regou, deu atenção diária àquilo e depois de um tempo cresceu e floresceu? Acontece exatamente o mesmo com o que você consome e coloca para dentro de si mesmo, pois aquilo do que você se cerca se torna a sua realidade. Se eu quero alegria, expansão, prosperidade, saúde na minha vida, por que eu foco só no oposto? A conta não fecha, e, enquanto você presta atenção no que não quer, é isso que atrai. Eu não digo que você não deva consumir mais informações, isso seria de todo errado, mas escolha com sabedoria o que coloca para dentro de você e o que você pode fazer com isso. Não consuma informações só por consumir, para ter assunto sobre o que conversar, e, indo mais além, não seja somente reativo levando ideias adiante. Pense por si, pesquise em fontes seguras suas informações antes de sair espalhando dados ao vento e tenha responsabilidade sobre o que consome. Se você dá atenção ao que leva à boca, por que não dar atenção ao que você leva à mente? Aquilo a que você dá atenção cresce, não importa sobre o que seja. Então, você está consumindo assuntos de forma consciente?

01 jun, 2020

Veja sua história como seu superpoder

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Refletindo um pouco sobre minha caminhada, enquanto escrevo os artigos, percebi o quanto minha história é poderosa, e antes que você pense que estamos vendo sinais de soberba por aqui, não, quero dizer que a história de cada um de nós é nosso superpoder. Demoramos, e nesse momento falo por mim, a dar valor a cada um dos tropeções, escolhas equivocadas, atalhos pegos no intuito de ir mais rápido – e que me fizeram voltar dez casas, como nos jogos de tabuleiro –, mas que me ensinaram mais do que poderia descrever. Essa foi outra parte significativa que o autoconhecer me trouxe, o acolhimento, a aceitação de quem fui, de escolhas feitas e caminhos que não me trouxeram o resultado esperado. Queria entender o porquê de nos compararmos tanto aos outros, muitas vezes até diminuindo nossas vitórias e menosprezando nossa caminhada e história. Ela pode não ser exatamente aquilo que gostaríamos ou imaginávamos, mas nos trouxe até aqui formando quem estamos.

Tenho certeza de que, se você, aí do outro lado, tivesse a oportunidade de mudar alguma coisa na sua caminhada, não titubearia. Fomos ensinados que errar não é legal, já falei sobre isso aqui (link), e muitas vezes queremos uma nova oportunidade para fazer diferente, mas os erros moldam nossa personalidade, nossos princípios, as pessoas que nos tornamos, e sem eles metade do nosso caráter não seria desenvolvido. Quando erramos, temos a oportunidade de visualizar mais claramente as arestas a aparar, é uma oportunidade de amadurecimento, porém corremos para apagar isso da nossa história, torcendo para que caia no esquecimento das pessoas ao redor e principalmente no nosso. Mas enquanto não mudamos nossa perspectiva tudo é sombra e nos acompanha até nos momentos mais banais. Acolha, ame, tenha orgulho de sua história, e falo isso porque estou aprendendo a fazê-lo também. Queremos mostrar nossas vidas bonitas, cheia de conquistas, uma coleção imensa de acertos, mas isso é enganar principalmente a nós mesmos, pois tal coisa não existe e nos faz cair tombos ainda maiores quando percebemos que é uma ilusão.

Essa é uma das razões por que falo com você por aqui sobre minhas experiências, para que perceba que não existem somente momentos lindos, há tudo que uma vida normalmente tem, altos, baixos, momentos de dor, luta e momentos de glória. No compartilhar com você eu passei a amar cada um dos fatos de que vou me lembrando, eles foram me desenhando e sou realmente grata por todos e cada um deles, mesmo os mais tristes e doídos, pois me ensinaram como não fazer, e cada pessoa também. Parei de ter curiosidade de olhar para os lados e me comparar, sei que por trás de cada rosto existe uma história cheia de conquistas únicas, mas dores profundas também. Às vezes me pego olhando para alguém, desconhecido mesmo, e pensando o quanto essa pessoa já passou para chegar nesse momento, como deve ser sua história de vida e o quanto ela já deve ter se superado em momentos que achava que não iria conseguir e continuou em frente. Cada trajetória é singular e maravilhosa, basta colocar as lentes corretas para observá-la.

O artigo em questão veio para incentivar você a amar sua história, acolhê-la com compaixão, como você faria com um amigo em um momento mais delicado, então, seja esse amigo para você. A sua história é única, só você sabe as dificuldades enfrentadas e ultrapassadas para chegar até aqui, tenha orgulho dela e de si mesmo. Acredite, existem pessoas que não conseguiriam passar sem sofrer por situações que você passou rindo. Todos nós temos muito a ensinar a partir das experiências que vivenciamos durante nossa caminhada, logo, aproprie-se da sua e caminhe com passos firmes de quem sabe de onde veio. Dê a oportunidade de as pessoas escutarem sua história e escute, com atenção e empatia, a dos demais, pois as pessoas estão tão distraídas em suas vidas que muitas vezes não percebem sua força a não ser que outro mencione. Seja esse alguém, impulsione as pessoas a se apoiarem e incentivarem, mostre o caminho para que possam caminhar independentes depois. Esperamos tanto o apoio de fora sem nem percebermos que o mais importante vem sempre de dentro.

29 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 4 – Isolamento

Mulher caminhando pela floresta - isolamento
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Vamos continuar então nossa caminhada pelo despertar. Já visitamos três fases até aqui (início da jornada, sincronicidade, abrir os olhos), sigamos. Juntamente com a fase de abrir os olhos aconteceu a de isolamento, lembrando mais uma vez que estamos montando aqui minha timeline mas isso não se configura com as fases do despertar obrigatórias, com cada um acontece de forma individual e não existe certo ou errado. O isolamento teve um grande peso no meu processo, foi ali que me reencontrei e me descobri em muitos sentidos, foi profundo, mas ficar com a gente mesmo pode ser às vezes extremamente incômodo. Não tenho vergonha de admitir que andei por terrenos bem arenosos, que fazia questão de esconder até de mim mesma, enquanto fazia essa limpeza. Fazendo uma analogia aqui, era como se fosse só para limpar meu quarto e quando percebi a casa inteira estava sendo revirada. Você puxa uma coisa e essa está colada em outra que vem junto e vem outra e assim por diante, quando percebe está tão envolvido naquilo tudo que não sobra tempo e espaço para mais ninguém. Você se reconhece nessa fase?

Vinha de um período de não querer sair de casa por tristeza, mencionei a você que sou intensa, vivo cada período com todo meu corpo e meu coração, seja ele feliz ou triste, preciso me aprofundar, sentir por inteiro para que aquela emoção possa fluir, seguir e não mais me atingir. Mas, continuando, o momento de tristeza se transformou naturalmente em um período de solitude, que é uma introspecção visando a conexão, desfrutando de sua companhia, sentindo-se vivo, no fluxo da vida, empolgado e com seu coração feliz. O que é bem diferente de solidão, onde você se sente infeliz, solitário e sem muito ânimo para a vida. Por isso entendo a preocupação das pessoas de fora, que não estão vivendo aquela transformação, pois acreditam se tratar de solidão ou até mesmo algo mais profundo como a depressão. Aproveito para ressaltar que, se você se sente muito triste e sozinho neste momento, busque ajuda, pois você é importante e não merece de forma alguma experienciar isso, sua existência é fundamental.

É bem verdade que se autoconhecer demanda tempo e, se você está comprometido, de verdade, demanda muito mais. Nem preciso ser mais clara para dizer que fui para dentro de mim sem nem olhar para trás. O que acontece aqui é que o despertar vem sem aviso prévio, derrubando o que vê pela frente para dar vazão a tudo de que você tinha se escondido. Isto é, se ele não dá nem tempo para você, que está submerso no processo, se preparar para todas as transformações que virão, imagina as pessoas próximas? Muitas vezes é difícil de entender e muito mais de acompanhar as mudanças daquela pessoa que jurávamos conhecer. Foi o que aconteceu comigo, junto com o isolamento veio o afastamento de algumas pessoas, na verdade não diria afastamento e sim uma reestruturação natural do círculo das pessoas mais próximas, pois você está diferente. Sempre fui aquela amiga presente, disponível, solícita, mas que passou a se ocupar com ela mesma a ponto de não sobrar mais tempo para outras pessoas, e isso nem sempre é bem visto ou interpretado. Qualquer justificativa aqui se faz desnecessária, não há nada de errado em você ser sua prioridade, e lembre: “Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar” (Autor desconhecido).

Vão achar você egoísta? Sendo sincera, podem, e vão, pensar outras várias coisas da sua pessoa, e aí, o que pensam e falam é mais importante do que vivenciar plenamente seu processo? Perdemos tempo com a inútil preocupação sobre a opinião que vem de fora. Acolha o seu momento, se respeite e viva isso que é só seu, ninguém pode fazê-lo por você. Se pessoas forem é porque nesse momento a separação se fazia necessária para evolução mútua. Aprendi que o deixar ir é necessário, diria fundamental, além de nos ensinar sobre o desapego, e digo que isso traz paz ao coração. Nada nos pertence, nem coisas e muito menos pessoas, e mantê-las por perto por apego, conveniência ou porque sempre estiveram ali trava a caminhada de ambos os lados. A vida é uma dança, às vezes você está dançando em grupo, outras, sozinho, outras mudando de turma, e não há nada de errado com isso. Quanto mais resistentes ficamos perante as situações, mais doloridas elas se tornam, por isso deixe fluir. Permita de coração que as situações e as pessoas vão, outras cheguem, e aprenda com todas. O deixar ir é um exercício ótimo em vários aspectos da nossa vida, experimente. O isolamento se tornou solitude e me acompanha até hoje, e vou lhe dizer, adoro meus momentos de reflexão, de silenciamento, são esclarecedores, então, se permita curtir sua companhia de vez em quando, faz bem à alma. Passamos por mais uma fase neste artigo, nos vemos no próximo, que será sobre… vai ter que esperar para saber!