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Posts arquivados em Tag: Solitude

26 jun, 2020

Você curte sua companhia?

Mulher na banheira com sua companhia
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Visando o fim de semana, aproveito para abordar um assunto em que você pode usar os próximos dias para colocá-lo em prática em algum momento ou pelo menos pensar sobre o assunto. O quanto você curte sua própria companhia? Quanto do seu tempo você despende totalmente sozinho e focado em si? Aproveitando para fazer coisas que lhe façam bem, atentando-se em seu bem-estar, colocando em dia ideias que há tempos quer tirar do papel ou ficar só deixando sua mente livre acompanhando aonde ela quer levar você? Em muitos momentos a correria é tão grande que a última pessoa da lista de prioridades é você, e esquecemos com frequência de que, se não estivermos bem, não podemos ajudar ninguém, nem mesmo nas tarefas mais banais e bobas, pois precisamos da nossa energia, não podendo nem despendê-la, e não notamos isso. Por isso bato na tecla de cuidar de você, se conhecer, saber exatamente o que lhe faz bem e o que não lhe agrada. Quer melhor forma de fazer isso do que estando consigo?

Nunca tive muitas dificuldades em desfrutar de minha companhia, mas sei que isso não é um consenso, existem pessoas que precisam estar acompanhadas, e, não entenda errado, eu gosto de ter pessoas por perto tanto quanto ficar absorta em mim. Estar com outras pessoas me exige uma maior dedicação, estado alerta, atenta ao que o outro está querendo compartilhar. Isso é algo que sempre tento desenvolver – minha escuta ativa –, até porque nos foi ensinado o contrário, normalmente só esperamos nossa hora de falar na conversa sem nem nos importarmos de verdade com o que o outro está falando. Estar ali totalmente presente, atenta, sem julgar, sem rotular, sem querer parecer superior ou qualquer coisa referente a isso é exaustivo, mas vai se tornando mais natural a partir do momento em que você aproveita tais momentos de interação para buscar se desenvolver e perceber posteriormente, em sua própria companhia, suas atitudes a melhorar.

Mas ledo engano em achar que nos momentos em minha companhia são mais relaxados, na verdade o estado de alerta é dobrado, pois se relaxar nessa hora é o momento perfeito para a Cláudia – minha sabotadora –, dar as caras e, pior ainda, ser ouvida e levada em consideração e desmerecendo tudo em que melhorei e valorizando algo em que não me saí tão bem. Porém, são nesses instantes que consigo ter mais consciência de mim mesma, ser totalmente eu, fazer atividades que me conectem comigo mesma e me tragam paz. Você já se permitiu a ir um cinema sozinho, fez uma refeição em um restaurante sozinho ou algo que normalmente sua Cláudia vai lhe repreender e dizer: “O que pensarão de você fazer isso sozinho?”. Muitas vezes vamos deixando nossa programação para depois, esperando alguém para nos acompanhar para não parecermos solitários. Que bobos somos de não vermos situações como essa da forma simples que são, uma pessoa resolvida desfrutando de sua própria companhia. Um ponto a salientar: você só irá curtir de verdade a presença de outras pessoas quando se sentir confortável consigo mesmo nas situações em que a maioria ficaria desconfortável.

Quanto mais nos sentimos à vontade conosco, mais nos permitimos nos conhecer, até os lugares mais escuros recebem luz, tomamos melhores decisões, pois paramos de buscar fora nossas respostas, silenciamos um pouco o barulho e conseguimos ver o que está gritando dentro de nós. É incrível ter com quem contar, pessoas para compartilhar, uma rede de altas vibrações ao nosso redor, mas não esqueça que você já tem tudo isso aí dentro de si mesmo. O imediatismo, a ansiedade, o medo e as diversas crenças que carregamos dificultam, em grande medida, conseguirmos ouvir nosso sábio interior – sim, todos temos ele –, por isso fazemos o movimento contrário, buscando soluções do lado de fora, mas que na verdade se encontram repousando tranquilamente dentro de nós. E é no momento de solitude, entre você e sua companhia, que se estreita essa comunicação, é durante a escrita sem restrições, durante uma meditação livre de controle, é entrega. Não existe melhor companhia que a sua, curta, desfrute-a, sinta-se à vontade consigo a ponto de sentir-se leve e tranquilo por conhecer todas as suas partes e não sentir vergonha de nenhuma delas, pois sabe que todas são necessárias para você ser completo.


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29 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 4 – Isolamento

Mulher caminhando pela floresta - isolamento
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Vamos continuar então nossa caminhada pelo despertar. Já visitamos três fases até aqui (início da jornada, sincronicidade, abrir os olhos), sigamos. Juntamente com a fase de abrir os olhos aconteceu a de isolamento, lembrando mais uma vez que estamos montando aqui minha timeline mas isso não se configura com as fases do despertar obrigatórias, com cada um acontece de forma individual e não existe certo ou errado. O isolamento teve um grande peso no meu processo, foi ali que me reencontrei e me descobri em muitos sentidos, foi profundo, mas ficar com a gente mesmo pode ser às vezes extremamente incômodo. Não tenho vergonha de admitir que andei por terrenos bem arenosos, que fazia questão de esconder até de mim mesma, enquanto fazia essa limpeza. Fazendo uma analogia aqui, era como se fosse só para limpar meu quarto e quando percebi a casa inteira estava sendo revirada. Você puxa uma coisa e essa está colada em outra que vem junto e vem outra e assim por diante, quando percebe está tão envolvido naquilo tudo que não sobra tempo e espaço para mais ninguém. Você se reconhece nessa fase?

Vinha de um período de não querer sair de casa por tristeza, mencionei a você que sou intensa, vivo cada período com todo meu corpo e meu coração, seja ele feliz ou triste, preciso me aprofundar, sentir por inteiro para que aquela emoção possa fluir, seguir e não mais me atingir. Mas, continuando, o momento de tristeza se transformou naturalmente em um período de solitude, que é uma introspecção visando a conexão, desfrutando de sua companhia, sentindo-se vivo, no fluxo da vida, empolgado e com seu coração feliz. O que é bem diferente de solidão, onde você se sente infeliz, solitário e sem muito ânimo para a vida. Por isso entendo a preocupação das pessoas de fora, que não estão vivendo aquela transformação, pois acreditam se tratar de solidão ou até mesmo algo mais profundo como a depressão. Aproveito para ressaltar que, se você se sente muito triste e sozinho neste momento, busque ajuda, pois você é importante e não merece de forma alguma experienciar isso, sua existência é fundamental.

É bem verdade que se autoconhecer demanda tempo e, se você está comprometido, de verdade, demanda muito mais. Nem preciso ser mais clara para dizer que fui para dentro de mim sem nem olhar para trás. O que acontece aqui é que o despertar vem sem aviso prévio, derrubando o que vê pela frente para dar vazão a tudo de que você tinha se escondido. Isto é, se ele não dá nem tempo para você, que está submerso no processo, se preparar para todas as transformações que virão, imagina as pessoas próximas? Muitas vezes é difícil de entender e muito mais de acompanhar as mudanças daquela pessoa que jurávamos conhecer. Foi o que aconteceu comigo, junto com o isolamento veio o afastamento de algumas pessoas, na verdade não diria afastamento e sim uma reestruturação natural do círculo das pessoas mais próximas, pois você está diferente. Sempre fui aquela amiga presente, disponível, solícita, mas que passou a se ocupar com ela mesma a ponto de não sobrar mais tempo para outras pessoas, e isso nem sempre é bem visto ou interpretado. Qualquer justificativa aqui se faz desnecessária, não há nada de errado em você ser sua prioridade, e lembre: “Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar” (Autor desconhecido).

Vão achar você egoísta? Sendo sincera, podem, e vão, pensar outras várias coisas da sua pessoa, e aí, o que pensam e falam é mais importante do que vivenciar plenamente seu processo? Perdemos tempo com a inútil preocupação sobre a opinião que vem de fora. Acolha o seu momento, se respeite e viva isso que é só seu, ninguém pode fazê-lo por você. Se pessoas forem é porque nesse momento a separação se fazia necessária para evolução mútua. Aprendi que o deixar ir é necessário, diria fundamental, além de nos ensinar sobre o desapego, e digo que isso traz paz ao coração. Nada nos pertence, nem coisas e muito menos pessoas, e mantê-las por perto por apego, conveniência ou porque sempre estiveram ali trava a caminhada de ambos os lados. A vida é uma dança, às vezes você está dançando em grupo, outras, sozinho, outras mudando de turma, e não há nada de errado com isso. Quanto mais resistentes ficamos perante as situações, mais doloridas elas se tornam, por isso deixe fluir. Permita de coração que as situações e as pessoas vão, outras cheguem, e aprenda com todas. O deixar ir é um exercício ótimo em vários aspectos da nossa vida, experimente. O isolamento se tornou solitude e me acompanha até hoje, e vou lhe dizer, adoro meus momentos de reflexão, de silenciamento, são esclarecedores, então, se permita curtir sua companhia de vez em quando, faz bem à alma. Passamos por mais uma fase neste artigo, nos vemos no próximo, que será sobre… vai ter que esperar para saber!