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Posts marcados na categoria Desafios pessoais

22 mar, 2021

Evoluir dói

Se preferir, ouça o artigo

E mais um tempo que este blog ficou sem receber artigos, mais uma parada se fez necessária e novamente sem cobranças da minha parte. Que alívio e alegria vermos cada passinho da nossa evolução. Eu não sei você, mas tenho um hábito, que estou diariamente lutando com ele, de me cobrar e diminuir como um lutador faz a seu oponente. Ele revisita defeitos, escolhas mal planejadas, desilusões e quebradas de cara. Olha vou lhe dizer que às vezes a vida parece bem mais difícil dentro de mim do que fora. Mais um mês se passou comigo, trabalhando meu interior, por isso o sumiço aqui, quando começo algo eu preciso entrar de cabeça, é assim que funciono, e essa faxina emocional exigiu em um primeiro momento toda dedicação. Sim, o objetivo do blog é compartilhar esses passos dados na caminhada, mas, antes eu preciso vivenciá-los com entrega para depois poder transformá-los em história.


Não fazia muito sentido compartilhar informações aqui que não fariam a menor diferença e também falar sobre resultados que nem estava colhendo ainda. Hoje mais tranquilamente e podendo acompanhar e perceber esses louros me permito compartir o que acredito valer a pena. Quanto mais eu caminho, mais vejo que cada um de nós tem a sua estrada e que de nada adiantam os atalhos alheios quando estão te levando para um lugar muito diferente do que é o seu. E pensando melhor nisso não quero lhe dar nenhum atalho, pois, isso não lhe ajudaria em nada, podendo até lhe confundir mais e essa, com certeza, não é a intenção. Refletindo sobre esses quase três meses de imersão nas minhas profundezas tenho algo que queria relembrar a você que está nessa caminhada de se explorar internamente, servindo para quem já tem um pouco de noção deste turbilhão e também para quem está querendo dar seus primeiros passos, e não é com o intuito de fazê-lo desistir, mas para que você não fique idealizando algo e acabe comprando uma passagem para o mundo da ilusão, te puxo de volta para dizer uma pequena frase. Evoluir dói.


Nossa e como dói, muitas vezes até fisicamente. Se permitir revirar o que está nas sombras é tão profundo, tantos assuntos emergem nos virando de ponta cabeça, balançando nossas estruturas emocionais a ponto de nos sentirmos fracos fisicamente. Não, isso não é um pare e não mexa mais nesse vespeiro, pelo contrário, vá além, mexa, cavoque mais (faça isso acompanhando de um terapeuta e/ou psicólogo). Normalmente o caminho indica uma direção, mas ali é possivelmente só a ponta do ‘iceberg’. Mergulhe fundo no melhor mar que você pode navegar, o seu. Sabe por que batem tanto na tecla das práticas de yoga e meditação? Pois, em atividades como essas você consegue experimentar o gosto do que é de verdade a nossa essência, a calmaria, a respiração profunda e consciente, a presença. Estes somos nós de verdade sem a influência do meio que nos cerca. Não somos ansiosos, não somos raivosos, não sofremos de síndromes. Isso é o que a realidade que vivemos quer que acreditemos, que nos tornemos soldados obedientes de sua tropa. Você pode estar nessa situação agora mas também é completamente capaz de sair dela quando decidir fazê-lo.


Se libertar do pesadelo da inconsciência, nos exige muita força de vontade, dedicação, comprometimento, disciplina, parece bastante, não é? Eu sei, por isso há tantas pessoas presas neste estado de sonolência, é melhor muitas vezes fingir que não vê e vida que segue. Mas não seja ingênuo querido amigo, aquilo que você não escolhe por querer se manter no conforto irá lhe escolher e pode ser ainda mais desconfortável. Já falei aqui sobre escolhemos de forma consciente o desconforto e reforço, faça esse tipo de escolha diariamente. Olha para o seu calo, aquele do pé mesmo, que não permite você tocar o chão sem sentir dor. Me diga, qual é a sua dor, é a sua saúde? Aquela barriga que não some de jeito nenhum? Escolha o desconforto de se exercitar, de se alimentar bem, de se controlar com aquele doce, eu sei que é difícil pois, eu também passo por isso, mas a questão é que se você não fizer essa escolha também será uma escolha, entende? Pode não ser agora, mas lá na frente quando sua saúde estiver no limite você vai se arrepender de não ter começado antes. Esse é um exemplo, mas serve para outros na vida, inclusive para o autoconhecimento. O momento que vivemos nos exige olharmos para dentro cada vez mais para que possamos nos fortalecer interna e emocionalmente para seguirmos firmes com o caos que acontece do lado de fora.

02 nov, 2020

Relacionamento abusivo

Se preferir, ouça o artigo

Esse artigo foi pensando diversas vezes se sairia dos meus arquivos particulares para virar público por seu grau de pessoalidade. Ele é tão íntimo, mas, ao mesmo tempo, tão necessário de ser dividido que aqui está ele no blog. Hoje em dia, infelizmente, quase todos nós já sofremos algum tipo de abuso (e aqui não existem bandeiras, ok? É somente uma constatação) seja de pessoas próximas, do mesmo sexo, do oposto, físico ou emocional, em menor ou maior grau, em um relacionamento amoroso, de amizade ou profissional. Não importando como iniciou, pois, o resultado de qualquer abuso é o mesmo, marcas na nossa vida e caminhada e que temos de aprender, de alguma forma, a lidar após ocorrido. Quando sucedido o abuso o primeiro pensamento, — um das partes mais loucas disso tudo —, é: ” foi culpa minha isso ter acontecido” e pode ter certeza que o abusador vai fazer questão de frisar que realmente foi você o causador. Quem me acompanha aqui sabe, assuntos densos assim que normalmente fingimos não ver são trazidos para que possamos olhar mais atentamente para nossas vidas e questionarmos se estamos vivendo situações semelhantes ou se alguém próximo está. Pode ser ruim no primeiro momento, mas prevenir é sempre um ótimo remédio.

Bom, mas se estou trazendo essa pauta para falarmos, parecendo ter conhecimento de causa, é porque já passei por uma situação dessas, certo? É exatamente isso, e falarei sobre o que eu tenho entendimento, o que eu vivenciei não entrando profundamente no que desconheço, isso seria um erro. Já se vão sete anos que me libertei de um relacionamento abusivo, olha quanto tempo levou para que eu pudesse falar um pouco mais abertamente sobre esse assunto, têm pessoas que levam uma vida inteira e outras que nem conseguem falar sobre o tema pois se sentem responsáveis por toda dor que carregam. De repente se você não sofreu nenhum tipo de abuso (ainda bem) você pode acreditar que seja um exagero e que só está nessa situação quem quer, peço, gentilmente, que se você quer continuar a leitura se liberte de seus julgamentos ou se não consegue pare agora e vá fazer outra coisa. Pois, essa dor que menciono aqui na maioria das vezes vai além do físico, emocional e mental, ela te marca na alma. Você passa e repassa as situações em sua cabeça, muitas vezes mudando-as para trazer a culpa para si e isso pode, e vai, mexer profundamente com o equilíbrio de suas emoções. Você nunca mais é o mesmo depois de uma experiência dessas, desacreditando de você e de suas capacidades, pelo menos foi o que ocorreu comigo.

Não importa de que forma ou por qual razão você se colocou nessa situação, mas de algum jeito você se encontra fragilizado, com dúvidas e suscetível às pessoas não tão legais. Isso não tem nada de errado, pois somos seres que variamos sentimentos em pouquíssimo tempo e se uma sequência deles nos pega debilitados é um prato cheio para chegar qualquer coisa. Demorei para admitir que aquilo não era meu, mas, que por alguma razão, naquele momento, foi o que eu atraí para minha vida. Era céu e inferno em simultâneo, promessas infinitas e atitudes opostas, suspeitas infundadas incessantemente, fazendo com que me questionasse sobre meu comportamento e princípios. É jogo mental pesado sem você nem ao menos perceber por qual razão termina o dia tão exausto. Tudo seu está sendo sugado ali personalidade, espontaneidade, sonhos, sua alegria de viver. Você já deve ter ouvido sobre os ciclos que um relacionamento desses passa, não é? De qualquer forma aqui estão as três fases: “Aumento da tensão” onde o abusador tem acessos de raiva constante, fazendo ameaças e humilhando o outro. Aqui, como dito anteriormente, a pessoa abusada nega os acontecimentos e passa a se culpar pelo comportamento do violador. “Ataque violento” é quando o abusador perde o controle e materializa a tensão da primeira fase, agredindo e isso pode ser de maneira física, verbal, psicológica, moral, sexual, etc. “Lua de mel” é nesta fase que o abusador demonstra arrependimento, faz promessas de que não acontecerá novamente e busca reconciliação. Infelizmente, depois de um tempo o ciclo volta a ocorrer, muitas vezes sem obedecer à ordem destas fases¹. Não existe a mudança real.

Por estar em um momento mais vulnerável e por escutar incontáveis vezes que aquela é a melhor relação que você pode ter, muitas vezes parece impossível sair dessa, mas por experiência própria não é! É um momento de coragem que você precisa, só um! Você conseguiu chegar até aqui sem essa pessoa, parece difícil acreditar que você não conseguirá nada melhor (porque o abusador faz questão que você acredite nisso), mas você com certeza encontrará pessoas e experiências incríveis na sua vida. Se sua intuição grita para você sair (por mais que tente abafá-la), corra! Normalmente um abusador é visto como alguém muito legal pelas pessoas de fora, conseguindo enganar até os mais sagazes, mas ninguém vive sua vida, ninguém calça os seus sapatos. Jamais permaneça com alguém que sua família e amigos amam se a única coisa que você quer é vê-lo pelas costas. A vida é sua, quem vive suas experiências é você então, não deixe que ninguém influencie em suas escolhas. Por fim, acolha tudo isso e deixe ir, a lição aprendida é levada para a vida, mas você não precisa passar mais tempo nela para aprender. Por alguma razão essa experiência cruzou seu caminho, você tem uma parcela sobre isso, mas é sua responsabilidade sair dela também. Junte forças, peça ajuda (às vezes você disfarça tão bem que as pessoas ao redor nem imaginam), mas não fique nem mais um segundo em um lugar que faça você duvidar de si mesmo e te faça sentir medo. Isso não é vida.


P.S. Aqui eu abordei a minha experiência, sendo um relacionamento amoroso, mas como dito no artigo pode ser em qualquer relação, e às vezes muito mais sutil do que podemos imaginar. Esteja atento e alerta, pois as relações que mantemos devem ser leves e trazer o melhor de nós, se alguma próxima a você está fazendo o oposto a isso, repense-a.

¹Fonte: http://www.saopaulo.sp.leg.br/mulheres/ciclo-da-violencia-domestica-saiba-como-identificar-as-fases-de-um-relacionamento-abusivo/

10 jun, 2020

Laguna Humantay

Subida Laguna Humantay
Se preferir, ouça o artigo

Esse é o caminho que leva até a laguna Humantay em Cusco. Ela é bastante conhecida, e vou lhe dizer que tenho uma foto muito mais bonita, quando cheguei lá em cima, mas ela não significa tanto para mim quanto essa da caminhada. Ver a laguna foi uma recompensa, sabe? E aqui faz todo o sentido a frase de que o caminho vale muito mais do que a chegada. Outras pessoas que fizeram essa caminhada vão lhe dizer que é um pouco íngreme, exige um pouco mais de fôlego, mas ela não é tão difícil, e eu vou ter de concordar, pois não é mesmo, tinha até uma mulher, nesse dia, subindo com o pé quebrado, com gesso e tudo mais. É até vergonhoso admitir, mas ela chegou bem antes no alto da laguna, mas posso lhe garantir que o trajeto para ela não foi tão significativo quanto foi para mim. Chega-se aos 4.200m de altitude à margem do lago, é incrivelmente linda sua paisagem e valeu cada passo até sua chegada, mas até lá existem alguns pontos que desejo compartilhar, e também o por que ela tem um grande significado para mim.

Buscando melhorar essa situação vergonhosa de a mulher do pé quebrado ter chegado antes e fazer a trilha parecer fácil primeiro, ela era esportista, dava para ver por seus braços torneados e pela rapidez como subia, e segundo porque provavelmente ela deve ter respeitado o período recomendado de aclimatação à altitude de Cusco, no caso, de dois dias. Antes de fazer esse tipo de trilha é necessário, pela diferença de altitude – a caminhada começa a 2.800m acima do nível do mar –, e para que não se sofra com o mal da montanha¹, adivinhe, nós não fizemos isso. Já estávamos no Peru há alguns dias, mas na zona central do país, perto das praias, ao nível do mar, e o tempo em Cusco era contado, então deveria ser bem aproveitado e queríamos conhecer a lagoa. Aterrizamos perto das 4 horas da tarde e o ônibus saía de madrugada, pois ainda tinha o percurso de até os pés da montanha onde se encontra a laguna. Durante o trajeto, quando dissemos à guia que estávamos ali fazia menos de doze horas, ela nos olhou com uma cara de “vocês são loucos” e ao mesmo tempo “fiquem tranquilos que vocês vão conseguir”.

Quando eu vi a moça de pé quebrado pensei: “Acho que exageraram nas recomendações, se uma pessoa na situação dela está aqui, vai ser fácil”. Eles oferecem bastões para a subida, para ir se apoiando, mas não adquirimos, fomos na garra e na coragem. Escrevendo essa lembrança aqui consigo me ver de novo naquela subida e me aquece o coração. Pensa em algo íngreme, pensa em calor, em alguns momentos de você pensar por que razão está fazendo aquilo consigo mesmo. A nossa guia, que nos chamava de champions – campeões em inglês –, nos avisou que tínhamos uma hora para chegar até lá em cima para tirar fotos e depois descer. Mais uma vez subestimamos aquela subida e jurávamos que em bem menos tempo estaríamos lá em cima. A guia passou por nós e disse uma frase que foi meu mantra até chegar à laguna: “Continua respirando e não para”, e foi o que eu fiz. Cada vez que eu parava para dar uma respirada, meu coração parecia que ia sair pela boca, e a cabeça só dizia: “Desiste, você está no seu limite! O que você quer provar?, você está exausta, pega o cavalo!”. Você pode utilizar cavalos, que ficam em alguns pontos da subida, e eu calei minha mente. Decidi que queria me desafiar e que conseguiria chegar até a laguna com minhas próprias pernas.

São 3,5km de subida e mais a descida, resultando em 7km no total. Foi mais de uma hora a subida, e meu trabalho mental foi intenso, constante e bastante desenvolvido naquela oportunidade. Eu estava na frente na subida, deixando para trás pessoas com físico e fôlego muito melhores que o meu, mas minha cabeça estava ali trabalhando a meu favor, quando ela pensava que ia conseguir se espalhar e ocupar espaço suficiente para me fazer desistir, eu ligava o alerta, lembrava da frase da guia, além de olhar para o topo e pensar “eu só paro quando chegar lá em cima”, e ia diminuindo significativamente os tempos de descanso e somente molhando os lábios, mesmo que a vontade fosse de tomar muita água. Quando chegamos e vi aquela beleza toda, me senti gratificada por poder vivenciar e ver aquela beleza toda, valeu sim cada escorregada, cada suor, mas saber que eu tinha vencido minha mente durante todo aquele percurso me permitiu descer com o coração estufado de alegria e confiança. Você subiu aquela montanha quase sem preparo e sem aclimatação, você pode fazer o que quiser, é o que eu sempre me digo quando penso que algo é muito difícil. A laguna Humantay foi muito mais que um lugar lindo que pude ver e vivenciar, foi uma oportunidade de testar minhas capacidades e o quanto posso ir além. Por isso sempre digo: se desafie, é recompensador.

P.S.: Se você não leu sobre meu outro desafio pessoal, bem longe da zona de conforto, dá uma olhadinha lá no artigo sobre o surf.


¹ Mal da montanha: Sofrimento físico causado pela dificuldade em se adaptar à menor pressão de oxigênio em altitudes elevadas. Os sintomas incluem dor de cabeça, náuseas, falta de ar e incapacidade de se exercitar.

Fonte: Wikipedia

15 Maio, 2020

Quero ser instrutora de yoga

Mulher em uma postura de yoga
Me vendo fazer yoga durante a meditação (Risos)
Se preferir, ouça o artigo.

Acho que há pouco mais de um ano pensei: quero ser instrutora de yoga! Me veio durante a meditação – sim, por ser um estado de relaxamento muitas vezes respostas vêm através desse momento de conexão, já falei dele aqui –, me vi ali praticando, dando aula, auxiliando as pessoas nas posições, como estava na busca ativa por me descobrir, acreditei, é isso! Que incrível, vou ser instrutora de yoga, vou dar aulas ao mesmo tempo em que coloco meu corpo em movimento, vou ativar e dar carinho aos meus órgãos, conectar mente e corpo simultaneamente. Vem totalmente a calhar com as mudanças que estou fazendo na minha vida, que maravilha! “Como é bom meditar, as coisas ficam claras, os caminhos vão se abrindo e nos sentimos mais ligados com a gente”, conjecturei! Mesmo que aquilo não tivesse “batido tão forte” daquele estilo sem deixar dúvidas, entendi que era por aqui. Comecei a me informar sobre, pedir informações a escolas de formação, estava animada com a nova fase, que ascendia no horizonte, vamos com tudo, considerei. Perceba como somos facilmente levados por nossas emoções, damos a interpretação que queremos sem nem analisar melhor o todo.


Fui para minha sessão de terapia – que será um dos artigos da série “quero me autoconhecer, por onde começar?” – com uma alegria no rosto, pensando que já tinha tudo planejado, tinha as informações necessárias, estava encontrando respostas e estava satisfeita com os próximos passos que ia dar. Ainda bem que existem terapeutas para colocar um pouco de sanidade na nossa cabeça, para que não saiamos por aí dando vazão a tudo que passa na nossa mente. Claro que é importante tentarmos, irmos em busca dos nossos sonhos e desejos, mas daqueles objetivos realmente desejados, de coração, e não meras vontades que morrem na primeira tentativa, como foi no meu caso como instrutora de yoga. Minha terapeuta, safa que é, me manteve naquele “flow” de animação, entusiasmo, para ver até onde eu ia, me fez algumas perguntas que em instantes me fizeram ver que não era bem o que eu estava imaginando e querendo, me disse para ir pra casa refletir mais sobre o assunto, que conversávamos depois. Nem precisou muito, naquele dia mesmo percebi que na verdade era meu corpo me dando sinais de que precisava ser movimentado também, não somente o mental, e me deu uma indicação de que a yoga seria uma boa alternativa para meu momento.

Yoga deriva da palavra “yuji” em sânscrito – língua originária da Índia –, significa “unir” e vai muito além de uma prática milenar, é uma filosofia de vida “que trabalha a harmonização do corpo com a mente, utilizando técnicas de respiração (pranayamas), meditação e posturas de yoga (ásanas)”. Algo que eu não sabia muito bem mas encontrei enquanto pensava melhor sobre minha “nova profissão”. Nem preciso dizer a você que não fui atrás de me tornar uma instrutora, entendi que meu corpo pedia dinamismo, “e começou a fazer yoga”, você vai pensar. Não, voltei a correr – que amo –, fazer exercícios aeróbicos e simplesmente deletei, provisoriamente, a ideia da yoga por questões financeiras (viu como é fácil colocarmos uma desculpa quando queremos postergar?). A yoga só voltou a insistir a ser colocada em prática em março passado, a vontade veio latente e desta vez não hesitei, busquei um estúdio perto de casa, entrei em contato e pensei: agora vai! E o que veio? A pandemia e tudo fechou. Acreditei que mais uma vez a yoga ia ser adiada, mas graças a esses sincronismos maravilhosos do universo minha irmã me passou o canal de uma instrutora (Pri Leite – até linkei ela aqui, porque me senti tão agraciada com sua descoberta que compartilho sempre que posso. Para o seu bem e para cultivar o seu autocuidado, vá em frente, ela é incrível).

Ah, para deixar bem claro, eu não estava aberta a aulas por vídeo antes, tinha a crença de que yoga só poderia ser praticada presencialmente e que on-line ela não seria bem feita, por isso resisti tanto, mas com a chegada da pandemia isso caiu por terra e deixei todas as desculpas de lado, ainda bem!

Desde que comecei não parei mais, sabia que dessa vez a yoga tinha vindo para ocupar um espaço que há tempos vinha requerendo. E posso falar? Que bem que essa atividade me faz. Além do relaxamento, da diminuição do estresse, bem-estar, a yoga traz aumento de concentração, conexão e outros inúmeros benefícios. Este artigo poderia tranquilamente estar na sequência sobre se autoconhecer – porque você tem mais uma oportunidade durante os exercícios –, mas achei interessante trazê-la em meus desafios pessoais, pois ela demanda presença em cada segundo de execução. Cada uma das práticas requer que você vá um pouco além da anterior, e é possível ver a olhos nus a sua evolução, o quanto você progrediu um pouco mais a cada novo final de aula, e isso é um afago no peito e um tapinha nas suas próprias costas dizendo que você fez um bom trabalho e que é muito capaz. Este artigo vem fechar esta semana em que falamos tanto de julgamento e apontar dedos, e por isso senti de trazer a yoga porque ela vai no oposto disso. Ela ensina você a olhar para dentro, a silenciar, lhe dá a oportunidade de tomar consciência da sua própria força e luz, faz você perceber que tudo começa por si mesmo e vem coroar o que venho dizendo a semana toda, que só temos controle sobre nós e é isso que tem de importar a você. Quanto mais você cuida de si, mais você pode transbordar aos outros. A yoga fala através do coração, traz leveza e centramento, algo extremamente essencial para o momento. Convido você a se permitir sentir e fazer esse movimento para dentro.


P.S.: Levando em consideração que estamos em um momento que não pode consultar o seu médico, alerto você a ir devagar, pois querendo ou não a yoga exige do nosso corpo e não queremos ninguém se machucando por aí. Se você decidir fazer, vá devagar, respeitando e ouvindo seu corpo e suas limitações. É para ser prazeroso, não para se contundir.

Fonte: https://www.significadosbr.com.br/yoga


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24 abr, 2020

O que enfrentar o medo de surfar mudou em mim

Mulher surfando sorridente. Natureza ao fundo.
Se preferir, ouça o artigo.

Essa é uma outra parte do blog que decidi dedicar a algumas experiências que vivi e que foram, digamos, divisores de água na minha caminhada. Não necessariamente será em uma ordem cronológica e sim conforme a memória e a inspiração forem se apresentando. Este vai ser sobre o surf/surfar. Eu escrevi um texto breve no Instagram (link) falando um pouco sobre minha vivência até então nesse esporte, mas aqui vou falar mais sobre seu início e seus efeitos.

Antes de mais nada, pode acreditar quando digo que não existia pessoa mais improvável para o surf do que eu. Minha mãe tem um medo de água que parece que veio de outras vidas, e ela nos transmitiu isso – a mim e ao meu irmão – por cordão umbilical. Uma vez ela me puxou pelos cabelos na beira do mar porque achou que demorei demais a voltar, mas não devo ter levado nem dois segundos embaixo d’água, uma porque era criança, e não conseguia prender a respiração por muito tempo, e outra porque eu já tinha o medo arraigado em mim. Eu e meu irmão então buscamos esportes em terra firme. O louco é que nosso corpo sempre sabe do que precisamos, não é mesmo? O difícil é silenciar e escutá-lo. Ao passo que tinha esse pavor de água, sempre tive uma vontade enorme de fazer natação, queria de alguma forma enfrentar esse receio todo que tinha em relação à água, mas nunca o fiz. Ainda tenho muita vontade de fazer natação.

Fui para outros esportes, mentira, nunca fui das mais ativas, sempre preferi ler, ver filmes, entender sobre o mundo e as pessoas, do que colocar meu corpo em ação. Como eu não entendia nada! A vida é um equilíbrio, nem só livros, nem só esporte. Bem, sigamos a história. Sempre fui da beira da praia, pegar sol, ler um livro, correr, meditar, e, vou lhe dizer, não estava ruim assim não, viu? Gostava, e continuo gostando, dessas atividades, mas quando alguém faz algo com amor e entusiasmo e transmite aquilo desperta uma vontade de experimentar para ver se realmente é tudo que diz. Meu namorado trouxe isso e plantou a sementinha em mim. Minha curiosidade lá de trás começou a se animar, mas eu posterguei até o limite, inventando todas as desculpas possíveis: quando a água estiver mais quente eu vou, quando o mar estiver mais baixo etc. A zona de conforto me abraçava e me puxava como um cobertor quente na cama quentinha em um dia frio.

Surgiu uma viagem, a possibilidade perfeita para dar início à prática do meu novo esporte. Pensa em um lugar convidativo e pensa em uma pessoa despreparada. Fiz uns dias de treinamento antes de ir, com corridas e apoios, achando que isso poderia me ajudar. Que boba fui ao achar que meus dez dias de atividades iriam me permitir varar¹ o mar e ficar no outside², só esperando as ondas virem. Visualize uma pessoa quase sem fôlego ainda na beira, trabalhando com sua cabeça que disse desde o momento um que não iria conseguir, que o melhor era ter ficado em terra firme, lendo meu livro. Éramos em umas oito meninas, todas já surfando, e eu pensando: “O que estou fazendo com esses braços que não me tiram do lugar?”. Admito que elas faziam parecer fácil, e eu não entendia onde estava errando, porque parecia fazer o mesmo que elas, mas obviamente não.

Quando consegui sentar na prancha, a todo instante passava na minha cabeça que ia cair e um tubarão surgiria e me arrancaria um pedaço, juro para você! Caramba, nossa mente é chata demais, hein? Vou lhe falar. Caí da prancha TODAS as vezes que tentei subir e de todas as formas que você possa imaginar. Eu tomei água, pranchada na coxa, machuquei meus pés de roçarem na parafina, cheguei em casa exausta, vinda da guerra, sim literalmente de uma guerra particular. Pensei em desistir a quase todo instante. Na minha cabeça borbulhava: por que razão você está se colocando em uma situação dessas, o que está querendo provar e para quem? No início foi um pouco pela animação das pessoas ao redor, mas no dia seguinte, quando fiquei em pé na prancha (foto acima) – duraram poucos segundos, mas não importa, a foto ficou linda –, a ideia de continuar foi minha, a vontade de se superar permanece sendo minha porque o sentimento de ficar em pé foi suficiente para esquecer todos os perrengues passados, fora que a sensação de vitória sobre sua mente é saborosíssima.

Este é um artigo de uma pessoa apaixonada que está tentando convencer você? Humm… não, por mais que ache que você deveria tentar sair da zona de conforto, se enfrentar, mas acima de tudo o que quero lhe mostrar com essa experiência é que o medo me acompanhou do início ao fim e está sempre presente, ele não vai sumir para que você faça algo excitante e depois ele volta. A nossa mente trabalha para nos manter vivos e ela acha que tudo, absolutamente tudo, em que ela não tem controle pode nos matar e ela tenta de todas as formas fazer você desistir para manter você vivo. Ela não tem consciência dos resultados que aquela experiência pode lhe trazer posteriormente, por isso é preciso “vencê-la”. Quando você se supera, sai mais forte da situação, e isso é inquestionável, você sente lá dentro que, sim, é capaz e ninguém pode desmentir você. Foi isso que o surf despertou, e segue despertando, em mim. Sempre tento me desafiar quando entro no mar, ir um degrau a mais, remar um pouco mais, tento manter minha mente focada, tento não me afogar – senão minha mãe me mata –, é quase como se fosse uma meditação, limpando minha mente. E por isso constantemente quero voltar, porque o sorriso de satisfação que vem depois da prática é propulsor.

E você, quando foi a última vez que enfrentou algo que lhe dá medo, arrepia você só de pensar, mas que gostaria muito de fazer? Pode ser um indicador de algo que irá lhe fazer sorrir de satisfação. Pense com carinho e se planeje a tirá-lo do papel, ou do plano das ideias, e trazê-lo para a ação. Tente e me conte aqui depois como se sentiu.


¹varar o mar, também conhecido como varar a arrebentação – Transpor a arrebentação, local onde as ondas quebram.  (https://guiame.com.br/nova-geracao/geral/vocabulario-do-surfe.html)

²Outside – ondas mais longe da costa ou qualquer lugar depois da arrebentação. (https://adrenalina10.com/dicionario-de-termos-e-girias-do-surf/)

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08 abr, 2020

Você é muito bem-vindo aqui!

Bem-vindo, por favor, entre! (tradução)

Este é um texto curto, de boas-vindas, e tem o intuito de esclarecer um pouco mais sobre o que você vai encontrar por aqui. Quem me conhece sabe que sou a intensidade em pessoa. Já quis ser um milhão de coisas. De juíza a intérprete – não de música, de inglês mesmo, até porque as pessoas sairiam correndo –, passando por atriz e comissária de bordo. Além de outras atividades que você vai saber com o tempo e a leitura. Sempre amei aprender e ensinar, e tenho sede de conhecimento.

Decidi dar vazão à minha escrita porque gosto de me testar, tenho necessidade de compartilhar, gosto da expressão através da comunicação e também porque tentei falar pelo Instagram, naqueles 15 segundos, e me senti tolhida demais, não me adaptei, mas queria continuar batendo um papo com as pessoas, conversando às vezes com pessoas que não têm com quem compartilhar algum pensamento ou sentimento. Gosto de deixar o pensamento solto, que minhas ideias tenham início, meio e fim sem ter de abreviá-las. Neste espaço eu quero ser bastante espontânea, contar pra você algumas das minhas histórias, minhas vulnerabilidades, minhas experiências. Sendo uma ótima oportunidade, também, de nos autoconhecermos mutuamente. Se de alguma forma algo que eu escrever ou falar se conectar com você, o dia está ganho, e o objetivo, alcançado. A ideia aqui é você sentir através das minhas vivências, e da minha escrita, que nossa jornada é única, que ela possui seus altos e baixos (e é normal, está tudo bem!), mas que é linda da forma que é e deve ser valorizada! Almejo que você comece a percebê-la com toda a preciosidade, enxergando sua caminhada com doçura, compaixão, consciência e liberdade. Amando, de verdade, os passos que você deu lá atrás e aceitando que você não tinha a maturidade e o entendimento que tem hoje.

Não pense que quem escreve aqui tem todas as respostas, não mesmo! Eu também estou percorrendo meu caminho e passando meus percalços, como qualquer outro ser humano. O objetivo aqui é que você perceba que é normal falhar, ter medo, dúvidas, e que existem pessoas passando por situações bem parecidas com a sua, pois isso nos dá forças, e essa é uma das coisas que quero que você encontre aqui, para seguir em frente. Tampouco estou aqui para provar qualquer coisa a ninguém, nem para ser melhor que você que está lendo, essa é apenas a forma que encontrei de prestar um serviço útil em espírito de harmonia. Pode ser que uma passagem ou uma pequena parte de algum artigo meu toque você a ponto de fazer com que você se coloque em movimento – o que desejo – e veja que, por mais que em diversos momentos acreditemos estar sozinhos, nós nunca estamos…

Este é um espaço para focar na sua evolução como ser humano e para partilharmos histórias, conquistas e vitórias. Logo, o foco é você e não sua vertente política, sua religião e seu time do coração. Eu os respeito e acredito que devam ser recorrentes em sua vida, em seus momentos e locais certos, não por aqui. Caso algo seja trazido fora da esfera a ser debatida, esse algo será contextualizado. Aqui é um espaço para a harmonia e não para gerar qualquer conflito.

Os artigos serão postados três vezes por semana, mas isso pode mudar, nada aqui é engessado e vai conforme o espírito desta que vos fala e como eu for sentindo a necessidade também.

Segunda – Para dar um up no início da semana da galera.

Quarta – Para seguir firme na semana e não perder o foco.

Sexta – Para fazer você refletir sobre a vida (Adoro!).

Há também uma área contando um pouco dos meus desafios pessoais, algumas experiências que vivenciei e que trouxeram ganhos em diversas áreas da minha vida. Achei de grande valia trazer para você, para corroborar que não há nada que nos difira, somente a decisão de ir atrás e mudar o cenário que não nos agrada ou se acomodar e aceitar. Já deixei alguns artigos prontos para ir aquecendo os motores e para que você entenda o que vai ser falado por aqui, a linguagem utilizada e para ver se gosta também.

O Instagram e o Facebook serão uma extensão deste espaço, por lá eu aviso de postagens novas, faço interações e entendo um pouco mais de você que está do outro lado e o que gostaria de ver e ler por aqui, e vamos observando como esse diálogo vai fluindo para que fique bom para os dois lados. (Se você preferir, também pode receber essa notificação por e-mail, basta se cadastrar aqui ao lado, na área FAÇA PARTE DO GRUPO QUE RECEBE NOSSOS CONTEÚDOS PRIMEIRO!)

Muito do que você irá ler por aqui terá influência da minha personalidade e das minhas experiências, o que pode parecer meio louco, sem noção, fazer muito sentido ou nenhum. Em alguns momentos você vai rir das situações trazidas, em outras se emocionar, em várias se identificar – assim espero –, e saiba que tudo que está sendo escrito aqui é de coração para de alguma forma você se inspirar. Se você sentir vontade de comentar, querer conversar ou deixar seu coração falar, é só entrar em contato (na parte Contato).

E, por fim, a intenção é incentivar você a se amar, amar sua história e encorajar você a se colocar em movimento para mudar o que não lhe agrada ou satisfaz. Muitas vezes temos a tendência de colocar a culpa em algo externo por não estarmos onde queríamos ou da forma que gostaríamos, mas esquecemos que os únicos responsáveis pelos resultados que alcançamos somos nós mesmos. Não terceirize suas escolhas nem sua vida, assuma as rédeas dela o quanto antes e aceite de cabeça erguida os resultados que vierem. Que este espaço possa de alguma forma impulsar você a se desenvolver, se encontrar e permita ser quem você queira ser. Me sinto à vontade de falar com você aqui e tentar estimular, não por ter títulos e diplomas, mas porque trilhei – e ainda estou – esse caminho, com quedas, tropeços, mas também com vitórias e superações, e é isso que desejo a você e quero ajudar no que eu puder, e, se você se dispuser, a ter uma caminhada muito mais leve e acompanhada, pois o percurso é sozinho mas não precisa ser solitário. Se quiser, pode entrar e ficar à vontade, eu vou adorar.