Sabe quando parecemos estar presos em um ambiente ou situação e por mais que continuemos tentando sair dela mais nos enredamos? Eu tenho certeza que você já passou por pelo menos algum momento como este. Sentimos dentro de nós que aquilo já não nos cabe, nos aperta, nos incomoda, nos irrita e por mais que já estejamos na décima tentativa parece que nada se movimentou, nada mudou, você se frustra e acredita que de repente não há saída mesmo para aquele quadro que se apresenta. Eu sei, já lhe disse que nenhum de nós escapa de passar por esses perrengues, mas dificilmente nos fazemos a pergunta de $1 milhão de dólares que é: O que esse cenário quer me mostrar, o que ele quer de mim? Sabe, com o passar do tempo fui percebendo que quando assumimos às rédeas de nossa vida dificilmente nos desanimamos com os percalços que aparecem, você traz a responsabilidade para si e começa a entender que só fica mais tempo do que necessário em uma condição, ou não forma de encará-la, por teimosia.
Toda e qualquer conjuntura é reflexo de escolhas feitas anteriormente, de maneira consciente ou não, mas se ela não nos agrada já começamos a procurar suas razões externamente e a culpar os outros por influenciarem o cenário e suas decisões, é quase que instintivo tirar da sua responsabilidade para apontar para o outro, é como a brincadeira da batata quente que jogava quando pequena, é uma corrida para tirá-la da sua mão e passar para o outro antes que termine o tempo. Parar, pensar, refletir o seu redor antes de tomar decisões precipitadas nos evitaria tantas dores de cabeça, nós não temos que entregar logo a batata para o próximo, isso não é um jogo, nos habituamos a tudo ser muito acelerado, dinâmico, chegou uma mensagem tenho que responder, tal circunstância aconteceu tenho que solucionar rápido, mas quem está determinando tal prazo? Sua cobrança interna ou é algo real e palpável? Quanto mais nos apressamos a tentar sair de uma situação que nos afrontamos, sem tentar de verdade entendê-la, mais você fica nela ou mais vezes ela se repete.
Nossa, parece agora que estou agourando você, não é? Muito pelo contrário é por saber que como seres humanos exigentes ao extremo com nós mesmos que lhe digo, relaxa, o tempo que você iria passar correndo para resolver tal incumbência e ver essa situação o mais rápido possível pelas costas, olhe para ela, de forma ampla, buscando seus detalhes, analisando se ela é nova ou reincidente? Qual parte do seu corpo ela está influenciando? Qual área da sua vida ela balançou? Como você está se sentindo perante ela? Irritado, triste, frustrado, desanimado? Nós somos um oceano de sentimentos, emoções e pensamentos, tentar resolver para se livrar de algo, mas sem saber quão profunda é sua raiz é o mesmo que querer que uma criança que está aprendendo a andar fique sentada. Aquilo vai continuar repetindo, de diversas formas, até que você canse ou olhe para ela. Tudo que nos acontece externamente já iniciou, há tempos, dentro de nós e é para lá que você deve ir quando pensa em correr de um ambiente determinado.
O que esse cenário quer de mim? Que eu me posicione mais? Diminua o ritmo? Que eu seja mais atenta às pessoas a minha volta? Desenvolva mais meu auto amor? Quanto antes olharmos para os cenários de nossa vida, de forma ativa, quanto mais profundo nos permitimos ir mais rápido podemos sair daquele contexto que nos causa incômodo. E se você não sair dele com certeza, no mínimo, sua forma de enxergá-lo estará diferente e lhe atingirá bem menos. Cada vez que permitimos ter um olhar diferente para uma mesma situação em nossas vidas automaticamente nós mudamos, às vezes sem nem perceber. Antes de tentar mudar o cenário busque mudar a si, a única atitude que você tem controle, sempre menciono isso, contemple o que aquilo quer lhe ensinar, pode ser um detalhe de uma grande oportunidade para dar um próximo passo. Não tente fugir de uma sensação inoportuna quando ela surgir. Pare, respire, reflita e entenda a razão dela estar se fazendo presente, pois, ela realmente pode ser um, basta você querer enxergar.