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Posts arquivados em Tag: Ação

24 jun, 2020

Você pode mais!

Se preferir, ouça o artigo.

Hoje o artigo é para fazer você tirar a bunda da cadeira e ir para a ação, exatamente. Já disse por aqui que devemos dar uma pausa, descansar e voltar para a ação e, sim, as pausas são tão importantes quanto a atividade, o movimento. Porém, é na ação que as mudanças necessárias, e desejadas, acontecem. Falo por mim, que sou de uma geração floco de neve, e temo pelas próximas que vierem, e olhe que sou uma pessoa positiva, mas vemos por aí cada vez mais adultos preguiçosos, com maior propensão a se ofenderem, menos resistentes e com medos bobos de fazer acontecer. Tudo bem que seu corpo sempre quer buscar uma forma de guardar energias, esperando para ser usada mais tarde, mas se esse mais tarde é ficar parado na frente da TV vendo filme, pergunto: onde está sendo empregada sua energia? Em ficar olhando a vida dos outros nas redes sociais, se comparando ou julgando o amiguinho? Tenho certeza – e até seu corpo também – que você pode bem mais do que isso.

A razão de querer falar sobre nossa geração ser tão soft é porque essa semana li sobre nossos ancestrais, e nem vou tão longe em nossa linhagem, falo de nossos avós – a minha materna, por exemplo, teve dez filhos, e a paterna construiu sua casa sozinha –, e a gente reclama quando nossa comida chega gelada no Ifood, reclamamos de não ter as coisas na mão e de termos que ir para a arena da vida que pode nos cansar. Você agora deve estar pensando que não é algo a se comparar, épocas muito diferentes, e questiono você: por que não? Para não fazer você se sentir envergonhado de não conseguir dar conta de seus pequenos afazeres quando uma pessoa conseguia dar conta de tudo que você faz multiplicado sem metade das nossas comodidades? Sim, este artigo é para ser desconfortável, alfinetar você lá no âmago e parar de reclamar de coisas minúsculas na sua vida que lhe acontecem e, assume como irreversíveis, e ir para a guerra. Relembrando meus tempos de criança, rapidinho aqui nas minhas memórias, não lembro de minhas avós estarem exaustas jogadas no sofá quando ia visitá-las ou passava o dia com elas, muito pelo contrário, ambas estavam sempre ativas, cada uma do seu jeito, mas em ação, fazendo e sem esperar que fizessem por elas.

Tenho certeza de que você está acessando suas memórias e bem provavelmente suas avós também eram assim, pois elas não tinham o costume de reclamar de mais coisas para fazer, de mais um filho para cuidar, que as coisas estavam muito difíceis e que elas não conseguiam dar conta. Se elas conseguiam, por que com você seria diferente? Você não tem acesso a muito mais informação, tecnologia e diversos outros dispositivos que podem ajudá-lo? Duvido muito que nossos avós dessem bola às suas mentes dizendo que já estavam cansados e não dariam conta de mais uma atividade. PARE de ouvir sua mente sempre limitando você a fazer menos, a ler menos, a descansar mais um pouco, pois é a mediocridade que você irá conhecer se permanecer por aí. Você pode mais, sempre mais, não estou dizendo para ser irresponsável e sair por aí feito louco fazendo tudo de uma vez, mas você pode fazer mais uma série da sua atividade física, você pode parar de ficar mexendo no celular vendo coisas inúteis e dormir mais cedo, acordar mais disposto e ler um livro, você pode estudar um pouco mais se não dormir até tarde, descobrir uma nova habilidade, se desafiar, você sempre pode se desenvolver mais.

Olhe para sua vida, por qual gargalo ela está indo e você nem percebe? Em que você utiliza seu tempo? Ele está jogando a seu favor ou contra você? Você tem uma agenda para se organizar e colocar suas metas e prioridades? Sem termos um pouco que seja de organização, vamos só vivendo e deixando a vida nos levar, sem saber para onde será, mas você pode não gostar – e provavelmente não irá, pois está plantando agora o que quer colher, e, sem saber onde está colocando sua energia, o que espera encontrar ali na frente? Use de forma sábia seu tempo, é o seu ativo mais limitado. Faça mais, produza mais, plante mais, preencha seu dia com coisas que lhe nutram por dentro e que reverberem aqui fora. Não dê bola para sua mente quando ela quiser mais um descanso porque você merece – eu tenho certeza de que você sabe quando é de verdade necessário e quando é balela. Tenha certeza de que você pode mais, e se ainda restar alguma dúvida é só dar uma olhada em quem veio antes de você e o que eles fizeram para você desfrutar onde está hoje, com as mesmas 24 horas que você tem, mas seja firme nesta análise e não se coloque no lugar de vítima para passarem a mão na sua cabeça. Não se esqueça, você pode mais, e, faça um favor a si mesmo e ao mundo, se movimente.

19 jun, 2020

Como anda a sua cobrança?

Se preferir, ouça o artigo.

Quero terminar esta semana falando de cobrança, melhor, querendo tirá-la um pouco da centralidade da sua vida, se esse for o seu caso. Eu não tenho dúvidas de que você se exige demais – eu sei, porque eu sim –, exigindo perfeição, se cobrando que não conseguiu fazer as atividades que tinha se proposto, e como eu sei disso? Porque vivemos em uma sociedade em que a exigência contínua parece natural, seja a ter tal aparência, estarmos sempre sorrindo e felizes, a estarmos formados e que sejamos capazes de dar conta de tudo sem escorrer um pingo de suor do rosto, isso está incrustado em nós. Somando a essa conta a comparação, acessível a uma tela de distância mas que faz com que procuremos os piores adjetivos para nós mesmos. E caso você não consiga manter a dieta no tempo que tinha se proposto, se falhou em algum dia a atividade física ou não conseguiu dar conta de todas as ocupações do dia, imagina as sensações que despertam esse cenário? Frustração, incapacidade e vergonha – porque a sua cabeça já está lhe dizendo, nesse momento, que todo mundo consegue, menos você –, e qual a melhor decisão a tomar em casos assim? Larga-se tudo de mão, porque assim não há como se frustrar, voltando-se para o que é obrigatório e exige ação imediata.

A questão aqui é que nos autoflagelamos inconscientemente na primeira oportunidade que aparecer. Semana passada, após realizado um mês de testes que havia me comprometido, comecei a querer me estender na cama, a ficar mais distraída, tendo uma vontade maior de estar ao ar livre, deixando assim minha sequência de atividades matinais toda embaralhada no dia, fazendo-as cortadas e em algumas vezes até deixando de fazê-las. Em um primeiro momento pensei: “Realmente, Josiane, você não é comprometida com sua caminhada, onde já se viu querer ficar mais na cama, a vida acontecendo e você achando que está com ela ganha?”. Sempre tento trazer a minha realidade nos artigos aqui no Inspirações, e, para que não pense nem por um instante que sou diferente de você, estou diariamente lidando com minha mente que quer me desanimar, me fazer desistir, me sentir incapaz. Já fiquei muito mal dando ouvidos a ela, tentando recuperar o tempo “perdido” e fazer tudo ao mesmo tempo, e obviamente de forma superficial, pois minha cabeça não estava nem um pouco concentrada. Mas desta vez optei por escutar meu corpo, ele precisa descansar, ver outros cenários, e me permiti entender o momento e fazer o que senti, então preferi não me massacrar com pensamentos de que tinha colocado tudo a perder depois de semanas me superando, e aceitei que o mais importante de tudo é consentir, entender e voltar.

Como assim, voltar? Vamos desmembrar aqui. Por exemplo, você quer melhorar a sua flexibilidade e introduzir uma atividade na sua rotina e se comprometeu a fazer todos os dias, durante vinte dias, uma série de movimentos durante quinze minutos – que é o tempo possível para tal –, e nos primeiros nove dias você está animado, está conseguindo se programar, fazer a atividade no mesmo horário a que tinha se proposto – dá uma sensação boa depois de terminar, né? –, está quase na metade, é pura animação, mas aí aparece um dia corrido no meio da sua semana para o qual você não tinha se programado, e aquela atividade física não tem a menor possibilidade de ocorrer, de primeiro ela caía para o último lugar nas suas prioridades, porque os movimentos que nos ajudam a manter a consciência, nos relaxam e elevam a endorfina são os primeiros a sofrerem a postergação. Acontece que a correria ocorre no dia seguinte, e depois, e quando você percebe foram quatro dias e vem à mente: “Agora não vale mais a pena, você furou muitos dias, tem coisas mais importantes acontecendo, melhor dar um tempo e começar tudo de novo para daí fazer corretamente até o final!”. Sinal alerta ligado! Preste atenção que essa é a sua cabeça querendo que você desista porque não está fazendo da forma como havia se planejado e para que você se sinta frustrado de não conseguir terminar o que havia se comprometido. Eu lhe falei que a maior parte do tempo ela não trabalha a seu favor, principalmente se você quer subir de degrau, lembra da resistência?

Então, deixa de ser seu algoz e volta para o que você tinha se planejado. Se você teve um imprevisto e não conseguiu realizar hoje aquilo que tinha se comprometido, tudo bem, imprevistos acontecessem, amanhã acorda mais cedo e faça a atividade a que se propôs com tranquilidade, não se cobre por hoje não ter acontecido da forma como você queria – muitas vezes não vai –, trabalhe com a adversidade, tenha mais forças que ela e pense que é um compromisso com você, seu bem-estar e sua evolução. Não importa qual seja o resultado que você almeja, foque na intenção. Se você cumpre suas responsabilidades com os outros, por que não fazer o mesmo consigo? Sua cabeça vai tentar boicotar você, esteja atento para perceber por qual caminho ela tentará parar você e vá por outro. Se estiver cansado hoje, beleza, descanse, mas fale isso em voz alta para você: “Ok, hoje eu estou cansado, meu corpo precisa descansar, mas amanhã eu estarei melhor e farei tal atividade!”. Simples, é muito melhor do que ficar se maldizendo, se diminuindo e acreditando que você não consegue. Trabalhe seu jogo de cintura com sua mente e não desanime porque você falhou um dia – ou alguns –, apenas volte, sem dor na consciência, sem cobrança, o trabalho não foi perdido ou em vão porque você deu uma parada, retome de onde estava e siga, pois o tempo que você perde ouvindo sua cabeça criticando você poderia estar colocando algo melhor em ação.