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Posts arquivados em Tag: caminhada

22 mar, 2021

Evoluir dói

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E mais um tempo que este blog ficou sem receber artigos, mais uma parada se fez necessária e novamente sem cobranças da minha parte. Que alívio e alegria vermos cada passinho da nossa evolução. Eu não sei você, mas tenho um hábito, que estou diariamente lutando com ele, de me cobrar e diminuir como um lutador faz a seu oponente. Ele revisita defeitos, escolhas mal planejadas, desilusões e quebradas de cara. Olha vou lhe dizer que às vezes a vida parece bem mais difícil dentro de mim do que fora. Mais um mês se passou comigo, trabalhando meu interior, por isso o sumiço aqui, quando começo algo eu preciso entrar de cabeça, é assim que funciono, e essa faxina emocional exigiu em um primeiro momento toda dedicação. Sim, o objetivo do blog é compartilhar esses passos dados na caminhada, mas, antes eu preciso vivenciá-los com entrega para depois poder transformá-los em história.


Não fazia muito sentido compartilhar informações aqui que não fariam a menor diferença e também falar sobre resultados que nem estava colhendo ainda. Hoje mais tranquilamente e podendo acompanhar e perceber esses louros me permito compartir o que acredito valer a pena. Quanto mais eu caminho, mais vejo que cada um de nós tem a sua estrada e que de nada adiantam os atalhos alheios quando estão te levando para um lugar muito diferente do que é o seu. E pensando melhor nisso não quero lhe dar nenhum atalho, pois, isso não lhe ajudaria em nada, podendo até lhe confundir mais e essa, com certeza, não é a intenção. Refletindo sobre esses quase três meses de imersão nas minhas profundezas tenho algo que queria relembrar a você que está nessa caminhada de se explorar internamente, servindo para quem já tem um pouco de noção deste turbilhão e também para quem está querendo dar seus primeiros passos, e não é com o intuito de fazê-lo desistir, mas para que você não fique idealizando algo e acabe comprando uma passagem para o mundo da ilusão, te puxo de volta para dizer uma pequena frase. Evoluir dói.


Nossa e como dói, muitas vezes até fisicamente. Se permitir revirar o que está nas sombras é tão profundo, tantos assuntos emergem nos virando de ponta cabeça, balançando nossas estruturas emocionais a ponto de nos sentirmos fracos fisicamente. Não, isso não é um pare e não mexa mais nesse vespeiro, pelo contrário, vá além, mexa, cavoque mais (faça isso acompanhando de um terapeuta e/ou psicólogo). Normalmente o caminho indica uma direção, mas ali é possivelmente só a ponta do ‘iceberg’. Mergulhe fundo no melhor mar que você pode navegar, o seu. Sabe por que batem tanto na tecla das práticas de yoga e meditação? Pois, em atividades como essas você consegue experimentar o gosto do que é de verdade a nossa essência, a calmaria, a respiração profunda e consciente, a presença. Estes somos nós de verdade sem a influência do meio que nos cerca. Não somos ansiosos, não somos raivosos, não sofremos de síndromes. Isso é o que a realidade que vivemos quer que acreditemos, que nos tornemos soldados obedientes de sua tropa. Você pode estar nessa situação agora mas também é completamente capaz de sair dela quando decidir fazê-lo.


Se libertar do pesadelo da inconsciência, nos exige muita força de vontade, dedicação, comprometimento, disciplina, parece bastante, não é? Eu sei, por isso há tantas pessoas presas neste estado de sonolência, é melhor muitas vezes fingir que não vê e vida que segue. Mas não seja ingênuo querido amigo, aquilo que você não escolhe por querer se manter no conforto irá lhe escolher e pode ser ainda mais desconfortável. Já falei aqui sobre escolhemos de forma consciente o desconforto e reforço, faça esse tipo de escolha diariamente. Olha para o seu calo, aquele do pé mesmo, que não permite você tocar o chão sem sentir dor. Me diga, qual é a sua dor, é a sua saúde? Aquela barriga que não some de jeito nenhum? Escolha o desconforto de se exercitar, de se alimentar bem, de se controlar com aquele doce, eu sei que é difícil pois, eu também passo por isso, mas a questão é que se você não fizer essa escolha também será uma escolha, entende? Pode não ser agora, mas lá na frente quando sua saúde estiver no limite você vai se arrepender de não ter começado antes. Esse é um exemplo, mas serve para outros na vida, inclusive para o autoconhecimento. O momento que vivemos nos exige olharmos para dentro cada vez mais para que possamos nos fortalecer interna e emocionalmente para seguirmos firmes com o caos que acontece do lado de fora.

26 out, 2020

Aprenda a esquecer

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E já começo lhe admitindo que para mim também é extremamente desafiador internalizar e executar essa nota. Como nos esquecermos de algo ou alguém que nos machucou, que nos decepcionou, que nos deixou em algum momento que mais precisávamos? Eu sei, não é nada confortável até de lembrarmos de algumas situações doloridas e se ocorridas há pouco o nó na garganta se torna inevitável, pois ainda não se desfez e por vezes carregamos anos por não conseguirmos deixar ir e sabe por que é tão difícil esquecer? Pela forma em que observamos e lidamos com as circunstâncias, nos tirarmos do lugar de vítimas, que nós mesmos nos colocamos, exige maturidade, coragem de olhar de frente e admitir que também temos nossa parcela de culpa. O outro só nos machuca na medida em que o permitimos. Ai, dói quando alguém nos fala isso, não é? Ficar de coitados da história é mais confortável, “o mundo é mal comigo, as pessoas são egoístas”, mas vou lhe dizer que esse pensamento além de infantil não lhe tira do lugar. Tudo que é desconfortável, sejam pessoas ou situações, é o que nos movimenta para sairmos do vitimismo, mudar e para isso muitas coisas precisam ser esquecidas.

Isso quer dizer que tenho que deixar tudo para lá, me consumir com o que me machuca e esquecer tudo que me incomoda? É claro que não, até porque as emoções não sentidas cristalizam em nossos corpos, emocional e físico, e uma hora a conta chega. O intuito aqui é aprender a ver o quanto é seu dever lidar com o que você tem controle e aceitar que as pessoas não têm que lhe agradar, geralmente elas estão tentando resolver seus próprios problemas e isso pode respingar aos próximos, podendo lhe incluir mesmo não sendo intencional. Cabe a você escolher se colocar como vítima das circunstâncias, onde qualquer vento mais forte que lhe pega desprevenido parece um golpe fatal ou aceitar que as pessoas não agirão da forma que você quer ou espera. Ah! Para que você consegue lidar com essa tranquilidade com decepções? Você pode me perguntar e eu lhe responderei: Não exatamente, mas posso lhe admitir que o pensamento é que quem criou expectativas fui eu mesma, e devo lidar com elas, é duro entender isso, complicado admitir que é nossa atribuição quando alguém nos machuca, isso nos mostra onde não estamos tão confiantes sobre nós mesmos e que toda e qualquer ação vinda de fora atinge e tem a influência que nós autorizamos.

Ok, mas para quem essa parte de esquecer ajuda? Para você mesmo, pense em algum episódio em que sentiu raiva percebeu que ela não chegou até a pessoa ou situação atingindo somente a você com alguma dor até física? Pois bem, quando esquecemos (e digo isso depois de analisar a situação, lidarmos com ela, falar sobre e então seguir) quem ganha somos nós, abrimos espaço interno para os sentimentos que realmente nos fazem ser mais leves e felizes e estes que temos que fomentar. A raiva, a ira, a decepção devem ser sentidas também, pois nada tem de ser evitado, mas devem ser liberadas quanto antes, pois, quando estão transitando por dentro de nós, sem controle algum, podem ir causando danos irreparáveis. Perdoe aquela pessoa que lhe magoou, aceite que as pessoas estão lidando com suas batalhas e que nem sempre é possível encontrar um equilíbrio para lidar com tudo e não magoar ninguém. Esqueça estas pequenas coisas, ocupe o papel principal da sua vida e não perca tempo tentando entender porque agiram desta ou daquela forma com você, tenha a mente tranquila e continue buscando ser sua melhor versão.

Quando entendemos que não somos responsáveis pelo que as pessoas entendem quando falamos, que não temos controle sobre as atitudes de ninguém além de nós mesmos, você vai compreendendo e aceitando a olhar mais para si e mudando o que está ao seu alcance. Claro que isso não quer dizer que você deva ser leviano com os outros, com ninguém, aliás, mas pare de achar que todo mundo está querendo de alguma forma lhe fazer mal, as pessoas estão focadas nelas mesmas e quanto antes se entende isso menos pessoal se torna a atitude alheia. Esqueça que lhe magoaram, esqueça que lhe traíram, esqueça que não agiram com você dá forma que você agiria, isso são pesos que vamos colocando na nossa mochila que não nos ajudarão em nada lá na frente. Para subir a montanha, e chegar ao topo, você precisa estar leve e carregando somente o essencial. Então, deixe para trás alguns itens da bagagem, você vai perceber que muito do que carrega ali dentro não tem mais valor ou significado, deixar ir e esqueça esses pequenos eventos, eles te ajudaram até aqui, mas de agora em diante tornam-se só volume e quando estamos assim não vamos muito longe. Você quer parar ou seguir?

29 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 4 – Isolamento

Mulher caminhando pela floresta - isolamento
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Vamos continuar então nossa caminhada pelo despertar. Já visitamos três fases até aqui (início da jornada, sincronicidade, abrir os olhos), sigamos. Juntamente com a fase de abrir os olhos aconteceu a de isolamento, lembrando mais uma vez que estamos montando aqui minha timeline mas isso não se configura com as fases do despertar obrigatórias, com cada um acontece de forma individual e não existe certo ou errado. O isolamento teve um grande peso no meu processo, foi ali que me reencontrei e me descobri em muitos sentidos, foi profundo, mas ficar com a gente mesmo pode ser às vezes extremamente incômodo. Não tenho vergonha de admitir que andei por terrenos bem arenosos, que fazia questão de esconder até de mim mesma, enquanto fazia essa limpeza. Fazendo uma analogia aqui, era como se fosse só para limpar meu quarto e quando percebi a casa inteira estava sendo revirada. Você puxa uma coisa e essa está colada em outra que vem junto e vem outra e assim por diante, quando percebe está tão envolvido naquilo tudo que não sobra tempo e espaço para mais ninguém. Você se reconhece nessa fase?

Vinha de um período de não querer sair de casa por tristeza, mencionei a você que sou intensa, vivo cada período com todo meu corpo e meu coração, seja ele feliz ou triste, preciso me aprofundar, sentir por inteiro para que aquela emoção possa fluir, seguir e não mais me atingir. Mas, continuando, o momento de tristeza se transformou naturalmente em um período de solitude, que é uma introspecção visando a conexão, desfrutando de sua companhia, sentindo-se vivo, no fluxo da vida, empolgado e com seu coração feliz. O que é bem diferente de solidão, onde você se sente infeliz, solitário e sem muito ânimo para a vida. Por isso entendo a preocupação das pessoas de fora, que não estão vivendo aquela transformação, pois acreditam se tratar de solidão ou até mesmo algo mais profundo como a depressão. Aproveito para ressaltar que, se você se sente muito triste e sozinho neste momento, busque ajuda, pois você é importante e não merece de forma alguma experienciar isso, sua existência é fundamental.

É bem verdade que se autoconhecer demanda tempo e, se você está comprometido, de verdade, demanda muito mais. Nem preciso ser mais clara para dizer que fui para dentro de mim sem nem olhar para trás. O que acontece aqui é que o despertar vem sem aviso prévio, derrubando o que vê pela frente para dar vazão a tudo de que você tinha se escondido. Isto é, se ele não dá nem tempo para você, que está submerso no processo, se preparar para todas as transformações que virão, imagina as pessoas próximas? Muitas vezes é difícil de entender e muito mais de acompanhar as mudanças daquela pessoa que jurávamos conhecer. Foi o que aconteceu comigo, junto com o isolamento veio o afastamento de algumas pessoas, na verdade não diria afastamento e sim uma reestruturação natural do círculo das pessoas mais próximas, pois você está diferente. Sempre fui aquela amiga presente, disponível, solícita, mas que passou a se ocupar com ela mesma a ponto de não sobrar mais tempo para outras pessoas, e isso nem sempre é bem visto ou interpretado. Qualquer justificativa aqui se faz desnecessária, não há nada de errado em você ser sua prioridade, e lembre: “Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar” (Autor desconhecido).

Vão achar você egoísta? Sendo sincera, podem, e vão, pensar outras várias coisas da sua pessoa, e aí, o que pensam e falam é mais importante do que vivenciar plenamente seu processo? Perdemos tempo com a inútil preocupação sobre a opinião que vem de fora. Acolha o seu momento, se respeite e viva isso que é só seu, ninguém pode fazê-lo por você. Se pessoas forem é porque nesse momento a separação se fazia necessária para evolução mútua. Aprendi que o deixar ir é necessário, diria fundamental, além de nos ensinar sobre o desapego, e digo que isso traz paz ao coração. Nada nos pertence, nem coisas e muito menos pessoas, e mantê-las por perto por apego, conveniência ou porque sempre estiveram ali trava a caminhada de ambos os lados. A vida é uma dança, às vezes você está dançando em grupo, outras, sozinho, outras mudando de turma, e não há nada de errado com isso. Quanto mais resistentes ficamos perante as situações, mais doloridas elas se tornam, por isso deixe fluir. Permita de coração que as situações e as pessoas vão, outras cheguem, e aprenda com todas. O deixar ir é um exercício ótimo em vários aspectos da nossa vida, experimente. O isolamento se tornou solitude e me acompanha até hoje, e vou lhe dizer, adoro meus momentos de reflexão, de silenciamento, são esclarecedores, então, se permita curtir sua companhia de vez em quando, faz bem à alma. Passamos por mais uma fase neste artigo, nos vemos no próximo, que será sobre… vai ter que esperar para saber!

29 abr, 2020

Quero me autoconhecer. Por onde começar? Parte I – Meditação

Mulher em meditação no alto de uma pedra cercada de montanhas e do mar

Primeiramente deixemos claro que não existe fórmula perfeita, cada um começa sua caminhada a sua maneira,- a minha foi a meditação -, pois, a vontade/necessidade de se autoconhecer aparece de diferentes formas para cada um. Este é um artigo, de uma série deles, onde vou abordar um pouco sobre as ferramentas que utilizei para me autoconhecer, tendo o objetivo também de mostrar que nada é linear e não tão somente tranquilidade nessa caminhada. Autoconhecimento é tsunami, vendaval profundo mas recompensador. Compartilhar por onde iniciei e etapas que passei é abrir a possibilidade de ajudar outras pessoas que neste momento não sabem muito bem por onde começar a sair do casulo. E é natural, no decorrer da vida vamos nos perdendo em meio às máscaras atrás das quais nos escondemos para transitar com mais tranquilidade pelos ambientes, e acabamos por colocar tantas camadas em cima de nós para manter um ambiente harmonioso e na busca de não ficarmos sozinhos que parece difícil sair debaixo de tudo isso. Se autoconhecer é se desfazer de todo esse peso, e por essa razão nos exige trabalho constante, mas vale cada segundo.


Outro ponto importante é ter em mente que pessoas vão se afastar, outras vão chegar, e o quanto antes você entender que esse é o fluxo natural da vida, menos machucados você, que está na caminhada, e os que não estão vão ficar. Se autoconhecer é se perder e se encontrar inúmeras vezes, é dirigir um caminhão sem freio ladeira abaixo que não pode – e você não quer mais – parar. Meu processo foi bastante solitário no início, mas o seu não precisa ser, vamos juntos! Neste primeiro artigo vou abordar a meditação, prática que tem um valor imenso para mim, por que recorri a ela e como iniciei essa atividade. Leve em consideração também que estas são somente opções e alternativas, pois, no fim das contas, o que vale mesmo é o seu sentir, a sua intuição de por onde deve começar e o que fazer. Espero de coração que possa, de alguma forma, inspirar você.


Em meados de 2017 eu estava prestes a me formar no ensino superior em meio a um turbilhão de indecisões sobre meu futuro. O plano sempre foi ir embora do Brasil, tanto que busquei um curso em que pudesse trabalhar em qualquer lugar do mundo, mas aquilo já não estava me soando tão bem e estava quase convicta de ter escolhido meu curso baseada nas razões erradas. Posso lhe afirmar que me encontrava aflita e sem saber para onde correr. Eu que sempre soube exatamente o queria da vida me via cada vez mais em dúvida de tudo. Naquele momento minha amiga Pugli, como a chamo carinhosamente – Gabriela Pugliesi, influencer digital –, fez uma viagem para Bali e passou comentando sobre os diversos benefícios da meditação. Aquilo fez um clique dentro de mim, parecia combinar perfeitamente com meu momento, algo que me ajudasse a me centrar, me encontrar e que me auxiliasse a alcançar respostas, eu estava ávida por elas. Não tinha mais como fugir, precisava me conhecer, ou me enfrentava ou seguiria correndo em círculos sem sair do lugar. Me agarrei na meditação, de maneira que, se pudesse, praticava mais de uma vez ao dia. Comecei a ler mais, seguir pessoas que falavam sobre diferentes práticas, estava determinada.


Um adendo: se você sentir inclinação a alguma prática ou atividade, aconselho você a se ouvir e ir mais a fundo no assunto, colher informações, seguir pessoas que lhe inspirem e que você tenha curiosidade de ouvir pode ser um bom indicativo para onde você deve ir. Porém, atente-se a não se perder nessa de “seguir” pessoas, é importante traçar uma linha e se manter nela, pois há muito barulho hoje em dia e podemos nos perder rapidamente querendo acompanhar alguém. Na dúvida, se questione e se escute.

Iniciei com o que tinha naquele momento, até porque você não precisa de muito para meditar, a vontade é a maior delas. Sentava no travesseiro dobrado – hoje tenho um tijolinho de yoga que ajuda muito –, escurecia bem meu quarto, colocava os fones e punha no aplicativo de meditação guiada por 10 minutos. Às vezes eu dormia, outras ficava a maior parte do tempo pensando em coisas aleatórias e tentando voltar para minha respiração, sentia dor nas pernas, nas costas, coceira. Quando você para e observa sua mente é enlouquecedor notar o quanto ela fala e perceber o domínio que ela tem sobre você, a determinação em tirar seu foco e brincar com suas emoções. Silenciá-la é exaustivo no início, ela possui uma habilidade impressionante de nos manter ocupados fantasiando como poderia ter sido diferente ou fica arquitetando planos sobre algo futuro que indubitavelmente acontecerá diferente do que ela tentou mostrar. Porém, quando você consegue que seus pensamentos sejam tão somente nuvens passageiras ou balões subindo cada vez mais alto e desaparecendo, sem apegar-se ou julgá-los, aquilo lhe traz paz, simplicidade, pé no chão e visão ampla quanto aos fatos.

Convido você a abrir espaço no seu dia e fazer uma meditação de 10 minutos que seja, focando em sua respiração, contando de 1 a 10. É como tirar um peso das costas. No seu tempo, comece com poucos minutos, respire – esse é o segredo da meditação e da vida! A respiração tem o poder de nos acalmar e de nos trazer de volta ao nosso centro, por isso lembre disso sempre que necessário. Busque a forma a que você melhor se adapta, seja com som, sem, guiada, uma música de fundo, com incenso, velas, sentado, deitado (leve em conta suas costas)… deixe sua intuição guiar você, mas prepare seu ambiente, deixe-o aconchegante. Tente manter a prática no mesmo horário para que seu corpo e sua mente entendam que você está adquirindo um novo hábito. Vá sentindo e percebendo o que funciona melhor para você, e não esqueça, é um autoconhecimento e tudo deve ser experimentado – sem discriminação ou julgamento –, até sentir qual o estilo que se encaixa melhor a você. Lembre-se de avisar – a você mesmo e às pessoas ao seu redor – que este é o seu momento e que não deve ser interrompido, esta é uma forma de todos entenderem que você se respeita e quer respeito quanto ao seu espaço e sua prática.


Dica de amiga: INSISTA! No início pode ser um pouco difícil, sua mente estava acostumada a falar o tempo todo durante sua vida inteira, não imagine que você dirá para ela se calar e ela irá acatar no primeiro intento. Você irá observar a evolução com o passar dos dias e os benefícios de nos reencontrarmos conosco mesmos na correria do dia a dia. E mais uma coisa: tenha paciência consigo, se não pode praticar hoje, tudo bem, só volte, amanhã vá de novo, sem cobranças extremas, sem se subjugar, se hoje não foi bom, tente amanhã de novo, com vontade e empenho uma hora vai, acredite. Se você tiver um caderno para anotar insights pós-meditação, também é algo positivo, pois acabamos tendo ideias e sugestões muito bacanas quando colocamos um propósito antes de iniciarmos nossa reflexão, além de poder anotar ali seu progresso.

A meditação me trouxe clareza, mais calma, um maior direcionamento, sem falar na capacidade de me autoconhecer e ir mais a fundo nas minhas emoções. Por isso, sempre que posso indicar uma ferramenta que faz diferença na vida, eu falo sobre ela, além do fato de que ela não exige quase nada para ser posta em prática. Como falei lá em cima, a vontade é o essencial, basta querer. Abaixo, deixei algumas opções de aplicativos que você pode baixar para começar a praticar – se assim o sentir – e analisar qual atende melhor suas necessidades, e caso você utilize algum app diferente, adora, e queira compartilhar, é super bem-vindo. Depois me conte aqui se você começou, se já pratica e a importância da meditação na sua vida.


– Vivo meditação: Meditação guiada, em português, com opções de escolha de objetivos que você busca com a prática. Tempos de meditação variados. Ótimo para quem está iniciando mas também para quem já medita há um tempo – grátis e versão paga. Tendo opção para IOS ou Android.

– Calm: Com opções de meditação guiada ou somente fundos musicais, maior possibilidade de tempo de meditação – até 12 horas – a versão gratuita já oferece bastante benefícios. Possibilidade de usar o app em português. Tendo opção para IOS e Android.

– Insight timer: Também com opções de meditação guiada ou fundos musicais. Possibilidade de usá-lo em português. O bacana deste é que vem com um relógio dando a oportunidade de você configurar por quanto tempo quer meditar. A versão gratuita responde bem as expectativas. Tendo opção para IOS e Android.

08 abr, 2020

Dane-se o outro! É exatamente isso que você leu.

Quando me veio a ideia de começar a escrever aqui, e a falar no Instagram também, pensei: “Gente, mas por que razão as pessoas vão querer me ouvir? Eu não tenho nenhuma conquista que seja realmente impactante. Acho que as pessoas vão pensar que estou com o ego nas alturas e que estou me achando a plena, rainha de todas as respostas”. Olhando agora, um pouco para trás, percebi novamente a presença da resistência, aquela danada que sabe muito bem meus pontos mais delicados e que um deles é – mas está deixando de ser – a importância a opinião alheia.

Quantas coisas ou decisões deixei de tomar querendo seguir meu coração – e olha que eu segui ele em muitas outras –, mas decidi silenciar por conta do que os outros iriam falar, o que iriam pensar e, meu Deus, a vergonha que eu podia fazer meus pais passarem caso decidisse sair muito da curva. “Vou com essa roupa, mesmo querendo ir com aquela, porque podem ter outra imagem de mim. Vou me policiar para não falar muito expansivamente porque podem pensar que sou oferecida.” Não vou falar sobre minha história e meus percalços porque não vão achar tão interessante. Posso falar a real? A imaturidade e a insegurança às vezes, em sua maioria, são um saco!

A verdade, e desculpa o uso de palavras chulas por aqui, mas nesse caso é extremamente necessário, FOD@- SE o outro! Começa pelo fato de que na verdade todo mundo está lidando com sua caminhada e meio perdido nela também, tentando superar as novas situações que vão acontecendo a cada instante, ninguém está muito preocupado com seus altos e baixos. Quem liga para isso é você mesmo, ou sua resistência, que usa essa artimanha para lhe fazer paralisar. Mas caso alguma pessoa esteja realmente falando sobre você, saiba que quando alguém fala de você fala muito mais sobre ela mesma (Quando o Pedro me fala sobre o Paulo sei mais de Pedro que de Paulo), e é o tipo de ser humano que vale a pena repensar se tê-lo por perto é assim tão relevante.

Desde que comecei a me observar prestei mais atenção às palavras que saiam da minha boca, se eram na maior parte do tempo coisas boas fosse sobre mim ou sobre os outros – avanços, descobertas, conquistas – ou se estava analisando a vida alheia e tecendo comentários sobre assuntos que eu somente supunha. E quando fiz esse exercício comecei a tomar mais consciência das coisas e das pessoas. De algumas eu fui me aproximando, usavam mais o pronome eu, e falando sobre suas vulnerabilidades, do que ele/ela, de outras fui me afastando com uma vontade de fechar a boca e costurar com linha e agulha tamanha a quantidade de julgamentos que saíam dali sem nem ter ideia e muitas vezes, fatos comprovados, para sair falando por aí.

Temos uma necessidade instintiva de falar, tecer algum comentário, mesmo quando não solicitado, queremos ser escutados, ainda que isso nos faça falar sobre algo que desconhecemos. A verdade é, se a sua opinião não tem nada a acrescentar, se você vai abrir a boca simplesmente para dizer o que você acha – sem ninguém ter perguntado sua opinião –, ou se você está pensando em levar adiante uma história que você ouviu, não tem 100% de certeza sobre ela, não diz respeito a você e não vai acrescentar em nada… Fique quieto! Melhor você sair por sem posicionamento do que por mentiroso ou fofoqueiro.

Dane-se o outro duplamente, seja pelo que ele está fazendo da vida dele ou o que ele acha sobre a sua. Durante muito tempo eu acompanhei canais e sites de fofoca de famosos – NADA CONTRA QUEM O FAZ, OK? DEIXEMOS ISSO CLARO –, principalmente quando tinha de pensar em algo que precisava decidir: “Só uma olhadinha para desopilar e depois volto a pensar nisso”. Iam-se horas, por quê? – e demorou um tempo para eu entender a razão – essa era a minha válvula de escape. Olhar a vida do outro, falar que a fulana estava com outro namorado, que aquela atriz não deveria ter feito o procedimento estético porque tinha ficado horrível etc… me faziam postergar as ações que eu deveria tomar e não alterava em nada a vida do famoso, somente a minha, que atrasava. Comecei a entender que as escolhas e decisões do outro importam somente a ele, e as minhas a mim. Se isso funcionou para a galera famosa, imagina para as pessoas perto de mim? Cada escolha que alguém fazia/faz e chega aos meus ouvidos, pela minha boca sai a única pergunta, que, acredito, deve ser feita: “Você está feliz?” ou “Como você está se sentindo com isso?”. Sim, simples assim.

O outro, quando comenta com você uma decisão que tomou, não quer ouvir críticas, conselhos – a não ser que lhe peça isso deliberadamente –, ele só quer compartilhar e cabe a você ficar feliz ou dar colo à pessoa. Nós não somos melhores que ninguém. Cada um faz suas escolhas de acordo com a consciência que tem naquele momento. Estamos em etapas diferentes da nossa caminhada, em alguns momentos eu estou mais evoluída que você, assim como em outros você está anos-luz à minha frente, e está tudo mais do que certo, isso não é uma corrida, é a nossa vida. O que cada um faz da sua diz respeito unicamente a ela. Não cabe a você julgar, fazer suposições e querer dar sua opinião porque acha relevante ou para fazer seu ego feliz. Olhe para você, seja um ser humano melhor para si que automaticamente você será para os outros.

Imagina, eu quase deixei de continuar escrevendo e me comunicando porque as pessoas podiam achar que o que eu tinha para dizer e compartilhar não era tão interessante. Na verdade, se o que você lê aqui não lhe agrada é simples, procure algo que atenda melhor suas necessidades. Não venha querer me mandar algo me dando dicas, ideias e opiniões – claro que se for para o crescimento elas são bem-vindas – porque você acha que seria melhor de determinada forma. Este é um modo de expressão meu, minhas opiniões e minha forma de encarar o mundo, atualmente, logo, se você não compactua – e está tudo bem, viu? – mas mesmo assim quer seguir acompanhando, ótimo, é super bem-recebido! Porém, se você é desses que precisa compartilhar sua opinião e dizê-la mesmo que não tenha sido solicitada, e se de alguma forma eu achar que foi desrespeitoso, pois não concorda com minha opinião, será gentilmente convidado a se retirar. Mais claro que isso, impossível.

Esse é um artigo para fazer você pensar, pois tenho certeza de que já esteve nessa posição e pode ser que ainda esteja, mas saiba que isso não agrega e não está levando você ao próximo degrau do desenvolvimento. Quando você preenche a sua vida, quando busca formas de evolução para si, há tanto a fazer e melhorar que passa a faltar tempo para olhar para o lado e acompanhar a vida do outro, e isso é lindo. Faça o exercício de prestar atenção ao que anda saindo da sua boca ultimamente, e, se você perceber que sai amor, leveza, pensamentos e sentimentos bons, ótimo, siga no caminho. Caso você perceba que fala e pesquisa mais sobre a vida alheia, comenta, sai espalhando informações por aí de forma irresponsável, é um bom indício por onde começar a melhorar. Todavia, seja rigoroso com você nesse aspecto, esteja alerta e tente travar a língua se ela quiser sair por aí falando mais do que sabe.

Depois me conta aqui – sim, eu quero a sua opinião – sua experiência sendo um observador de você mesmo e como se viu antes, durante e depois dela, e, se você já fez, compartilha também.