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Posts arquivados em Tag: Deixar ir

26 out, 2020

Aprenda a esquecer

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E já começo lhe admitindo que para mim também é extremamente desafiador internalizar e executar essa nota. Como nos esquecermos de algo ou alguém que nos machucou, que nos decepcionou, que nos deixou em algum momento que mais precisávamos? Eu sei, não é nada confortável até de lembrarmos de algumas situações doloridas e se ocorridas há pouco o nó na garganta se torna inevitável, pois ainda não se desfez e por vezes carregamos anos por não conseguirmos deixar ir e sabe por que é tão difícil esquecer? Pela forma em que observamos e lidamos com as circunstâncias, nos tirarmos do lugar de vítimas, que nós mesmos nos colocamos, exige maturidade, coragem de olhar de frente e admitir que também temos nossa parcela de culpa. O outro só nos machuca na medida em que o permitimos. Ai, dói quando alguém nos fala isso, não é? Ficar de coitados da história é mais confortável, “o mundo é mal comigo, as pessoas são egoístas”, mas vou lhe dizer que esse pensamento além de infantil não lhe tira do lugar. Tudo que é desconfortável, sejam pessoas ou situações, é o que nos movimenta para sairmos do vitimismo, mudar e para isso muitas coisas precisam ser esquecidas.

Isso quer dizer que tenho que deixar tudo para lá, me consumir com o que me machuca e esquecer tudo que me incomoda? É claro que não, até porque as emoções não sentidas cristalizam em nossos corpos, emocional e físico, e uma hora a conta chega. O intuito aqui é aprender a ver o quanto é seu dever lidar com o que você tem controle e aceitar que as pessoas não têm que lhe agradar, geralmente elas estão tentando resolver seus próprios problemas e isso pode respingar aos próximos, podendo lhe incluir mesmo não sendo intencional. Cabe a você escolher se colocar como vítima das circunstâncias, onde qualquer vento mais forte que lhe pega desprevenido parece um golpe fatal ou aceitar que as pessoas não agirão da forma que você quer ou espera. Ah! Para que você consegue lidar com essa tranquilidade com decepções? Você pode me perguntar e eu lhe responderei: Não exatamente, mas posso lhe admitir que o pensamento é que quem criou expectativas fui eu mesma, e devo lidar com elas, é duro entender isso, complicado admitir que é nossa atribuição quando alguém nos machuca, isso nos mostra onde não estamos tão confiantes sobre nós mesmos e que toda e qualquer ação vinda de fora atinge e tem a influência que nós autorizamos.

Ok, mas para quem essa parte de esquecer ajuda? Para você mesmo, pense em algum episódio em que sentiu raiva percebeu que ela não chegou até a pessoa ou situação atingindo somente a você com alguma dor até física? Pois bem, quando esquecemos (e digo isso depois de analisar a situação, lidarmos com ela, falar sobre e então seguir) quem ganha somos nós, abrimos espaço interno para os sentimentos que realmente nos fazem ser mais leves e felizes e estes que temos que fomentar. A raiva, a ira, a decepção devem ser sentidas também, pois nada tem de ser evitado, mas devem ser liberadas quanto antes, pois, quando estão transitando por dentro de nós, sem controle algum, podem ir causando danos irreparáveis. Perdoe aquela pessoa que lhe magoou, aceite que as pessoas estão lidando com suas batalhas e que nem sempre é possível encontrar um equilíbrio para lidar com tudo e não magoar ninguém. Esqueça estas pequenas coisas, ocupe o papel principal da sua vida e não perca tempo tentando entender porque agiram desta ou daquela forma com você, tenha a mente tranquila e continue buscando ser sua melhor versão.

Quando entendemos que não somos responsáveis pelo que as pessoas entendem quando falamos, que não temos controle sobre as atitudes de ninguém além de nós mesmos, você vai compreendendo e aceitando a olhar mais para si e mudando o que está ao seu alcance. Claro que isso não quer dizer que você deva ser leviano com os outros, com ninguém, aliás, mas pare de achar que todo mundo está querendo de alguma forma lhe fazer mal, as pessoas estão focadas nelas mesmas e quanto antes se entende isso menos pessoal se torna a atitude alheia. Esqueça que lhe magoaram, esqueça que lhe traíram, esqueça que não agiram com você dá forma que você agiria, isso são pesos que vamos colocando na nossa mochila que não nos ajudarão em nada lá na frente. Para subir a montanha, e chegar ao topo, você precisa estar leve e carregando somente o essencial. Então, deixe para trás alguns itens da bagagem, você vai perceber que muito do que carrega ali dentro não tem mais valor ou significado, deixar ir e esqueça esses pequenos eventos, eles te ajudaram até aqui, mas de agora em diante tornam-se só volume e quando estamos assim não vamos muito longe. Você quer parar ou seguir?

29 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 4 – Isolamento

Mulher caminhando pela floresta - isolamento
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Vamos continuar então nossa caminhada pelo despertar. Já visitamos três fases até aqui (início da jornada, sincronicidade, abrir os olhos), sigamos. Juntamente com a fase de abrir os olhos aconteceu a de isolamento, lembrando mais uma vez que estamos montando aqui minha timeline mas isso não se configura com as fases do despertar obrigatórias, com cada um acontece de forma individual e não existe certo ou errado. O isolamento teve um grande peso no meu processo, foi ali que me reencontrei e me descobri em muitos sentidos, foi profundo, mas ficar com a gente mesmo pode ser às vezes extremamente incômodo. Não tenho vergonha de admitir que andei por terrenos bem arenosos, que fazia questão de esconder até de mim mesma, enquanto fazia essa limpeza. Fazendo uma analogia aqui, era como se fosse só para limpar meu quarto e quando percebi a casa inteira estava sendo revirada. Você puxa uma coisa e essa está colada em outra que vem junto e vem outra e assim por diante, quando percebe está tão envolvido naquilo tudo que não sobra tempo e espaço para mais ninguém. Você se reconhece nessa fase?

Vinha de um período de não querer sair de casa por tristeza, mencionei a você que sou intensa, vivo cada período com todo meu corpo e meu coração, seja ele feliz ou triste, preciso me aprofundar, sentir por inteiro para que aquela emoção possa fluir, seguir e não mais me atingir. Mas, continuando, o momento de tristeza se transformou naturalmente em um período de solitude, que é uma introspecção visando a conexão, desfrutando de sua companhia, sentindo-se vivo, no fluxo da vida, empolgado e com seu coração feliz. O que é bem diferente de solidão, onde você se sente infeliz, solitário e sem muito ânimo para a vida. Por isso entendo a preocupação das pessoas de fora, que não estão vivendo aquela transformação, pois acreditam se tratar de solidão ou até mesmo algo mais profundo como a depressão. Aproveito para ressaltar que, se você se sente muito triste e sozinho neste momento, busque ajuda, pois você é importante e não merece de forma alguma experienciar isso, sua existência é fundamental.

É bem verdade que se autoconhecer demanda tempo e, se você está comprometido, de verdade, demanda muito mais. Nem preciso ser mais clara para dizer que fui para dentro de mim sem nem olhar para trás. O que acontece aqui é que o despertar vem sem aviso prévio, derrubando o que vê pela frente para dar vazão a tudo de que você tinha se escondido. Isto é, se ele não dá nem tempo para você, que está submerso no processo, se preparar para todas as transformações que virão, imagina as pessoas próximas? Muitas vezes é difícil de entender e muito mais de acompanhar as mudanças daquela pessoa que jurávamos conhecer. Foi o que aconteceu comigo, junto com o isolamento veio o afastamento de algumas pessoas, na verdade não diria afastamento e sim uma reestruturação natural do círculo das pessoas mais próximas, pois você está diferente. Sempre fui aquela amiga presente, disponível, solícita, mas que passou a se ocupar com ela mesma a ponto de não sobrar mais tempo para outras pessoas, e isso nem sempre é bem visto ou interpretado. Qualquer justificativa aqui se faz desnecessária, não há nada de errado em você ser sua prioridade, e lembre: “Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar” (Autor desconhecido).

Vão achar você egoísta? Sendo sincera, podem, e vão, pensar outras várias coisas da sua pessoa, e aí, o que pensam e falam é mais importante do que vivenciar plenamente seu processo? Perdemos tempo com a inútil preocupação sobre a opinião que vem de fora. Acolha o seu momento, se respeite e viva isso que é só seu, ninguém pode fazê-lo por você. Se pessoas forem é porque nesse momento a separação se fazia necessária para evolução mútua. Aprendi que o deixar ir é necessário, diria fundamental, além de nos ensinar sobre o desapego, e digo que isso traz paz ao coração. Nada nos pertence, nem coisas e muito menos pessoas, e mantê-las por perto por apego, conveniência ou porque sempre estiveram ali trava a caminhada de ambos os lados. A vida é uma dança, às vezes você está dançando em grupo, outras, sozinho, outras mudando de turma, e não há nada de errado com isso. Quanto mais resistentes ficamos perante as situações, mais doloridas elas se tornam, por isso deixe fluir. Permita de coração que as situações e as pessoas vão, outras cheguem, e aprenda com todas. O deixar ir é um exercício ótimo em vários aspectos da nossa vida, experimente. O isolamento se tornou solitude e me acompanha até hoje, e vou lhe dizer, adoro meus momentos de reflexão, de silenciamento, são esclarecedores, então, se permita curtir sua companhia de vez em quando, faz bem à alma. Passamos por mais uma fase neste artigo, nos vemos no próximo, que será sobre… vai ter que esperar para saber!