E mais um tempo que este blog ficou sem receber artigos, mais uma parada se fez necessária e novamente sem cobranças da minha parte. Que alívio e alegria vermos cada passinho da nossa evolução. Eu não sei você, mas tenho um hábito, que estou diariamente lutando com ele, de me cobrar e diminuir como um lutador faz a seu oponente. Ele revisita defeitos, escolhas mal planejadas, desilusões e quebradas de cara. Olha vou lhe dizer que às vezes a vida parece bem mais difícil dentro de mim do que fora. Mais um mês se passou comigo, trabalhando meu interior, por isso o sumiço aqui, quando começo algo eu preciso entrar de cabeça, é assim que funciono, e essa faxina emocional exigiu em um primeiro momento toda dedicação. Sim, o objetivo do blog é compartilhar esses passos dados na caminhada, mas, antes eu preciso vivenciá-los com entrega para depois poder transformá-los em história.
Não fazia muito sentido compartilhar informações aqui que não fariam a menor diferença e também falar sobre resultados que nem estava colhendo ainda. Hoje mais tranquilamente e podendo acompanhar e perceber esses louros me permito compartir o que acredito valer a pena. Quanto mais eu caminho, mais vejo que cada um de nós tem a sua estrada e que de nada adiantam os atalhos alheios quando estão te levando para um lugar muito diferente do que é o seu. E pensando melhor nisso não quero lhe dar nenhum atalho, pois, isso não lhe ajudaria em nada, podendo até lhe confundir mais e essa, com certeza, não é a intenção. Refletindo sobre esses quase três meses de imersão nas minhas profundezas tenho algo que queria relembrar a você que está nessa caminhada de se explorar internamente, servindo para quem já tem um pouco de noção deste turbilhão e também para quem está querendo dar seus primeiros passos, e não é com o intuito de fazê-lo desistir, mas para que você não fique idealizando algo e acabe comprando uma passagem para o mundo da ilusão, te puxo de volta para dizer uma pequena frase. Evoluir dói.
Nossa e como dói, muitas vezes até fisicamente. Se permitir revirar o que está nas sombras é tão profundo, tantos assuntos emergem nos virando de ponta cabeça, balançando nossas estruturas emocionais a ponto de nos sentirmos fracos fisicamente. Não, isso não é um pare e não mexa mais nesse vespeiro, pelo contrário, vá além, mexa, cavoque mais (faça isso acompanhando de um terapeuta e/ou psicólogo). Normalmente o caminho indica uma direção, mas ali é possivelmente só a ponta do ‘iceberg’. Mergulhe fundo no melhor mar que você pode navegar, o seu. Sabe por que batem tanto na tecla das práticas de yoga e meditação? Pois, em atividades como essas você consegue experimentar o gosto do que é de verdade a nossa essência, a calmaria, a respiração profunda e consciente, a presença. Estes somos nós de verdade sem a influência do meio que nos cerca. Não somos ansiosos, não somos raivosos, não sofremos de síndromes. Isso é o que a realidade que vivemos quer que acreditemos, que nos tornemos soldados obedientes de sua tropa. Você pode estar nessa situação agora mas também é completamente capaz de sair dela quando decidir fazê-lo.
Se libertar do pesadelo da inconsciência, nos exige muita força de vontade, dedicação, comprometimento, disciplina, parece bastante, não é? Eu sei, por isso há tantas pessoas presas neste estado de sonolência, é melhor muitas vezes fingir que não vê e vida que segue. Mas não seja ingênuo querido amigo, aquilo que você não escolhe por querer se manter no conforto irá lhe escolher e pode ser ainda mais desconfortável. Já falei aqui sobre escolhemos de forma consciente o desconforto e reforço, faça esse tipo de escolha diariamente. Olha para o seu calo, aquele do pé mesmo, que não permite você tocar o chão sem sentir dor. Me diga, qual é a sua dor, é a sua saúde? Aquela barriga que não some de jeito nenhum? Escolha o desconforto de se exercitar, de se alimentar bem, de se controlar com aquele doce, eu sei que é difícil pois, eu também passo por isso, mas a questão é que se você não fizer essa escolha também será uma escolha, entende? Pode não ser agora, mas lá na frente quando sua saúde estiver no limite você vai se arrepender de não ter começado antes. Esse é um exemplo, mas serve para outros na vida, inclusive para o autoconhecimento. O momento que vivemos nos exige olharmos para dentro cada vez mais para que possamos nos fortalecer interna e emocionalmente para seguirmos firmes com o caos que acontece do lado de fora.