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19 jun, 2020

Como anda a sua cobrança?

Se preferir, ouça o artigo.

Quero terminar esta semana falando de cobrança, melhor, querendo tirá-la um pouco da centralidade da sua vida, se esse for o seu caso. Eu não tenho dúvidas de que você se exige demais – eu sei, porque eu sim –, exigindo perfeição, se cobrando que não conseguiu fazer as atividades que tinha se proposto, e como eu sei disso? Porque vivemos em uma sociedade em que a exigência contínua parece natural, seja a ter tal aparência, estarmos sempre sorrindo e felizes, a estarmos formados e que sejamos capazes de dar conta de tudo sem escorrer um pingo de suor do rosto, isso está incrustado em nós. Somando a essa conta a comparação, acessível a uma tela de distância mas que faz com que procuremos os piores adjetivos para nós mesmos. E caso você não consiga manter a dieta no tempo que tinha se proposto, se falhou em algum dia a atividade física ou não conseguiu dar conta de todas as ocupações do dia, imagina as sensações que despertam esse cenário? Frustração, incapacidade e vergonha – porque a sua cabeça já está lhe dizendo, nesse momento, que todo mundo consegue, menos você –, e qual a melhor decisão a tomar em casos assim? Larga-se tudo de mão, porque assim não há como se frustrar, voltando-se para o que é obrigatório e exige ação imediata.

A questão aqui é que nos autoflagelamos inconscientemente na primeira oportunidade que aparecer. Semana passada, após realizado um mês de testes que havia me comprometido, comecei a querer me estender na cama, a ficar mais distraída, tendo uma vontade maior de estar ao ar livre, deixando assim minha sequência de atividades matinais toda embaralhada no dia, fazendo-as cortadas e em algumas vezes até deixando de fazê-las. Em um primeiro momento pensei: “Realmente, Josiane, você não é comprometida com sua caminhada, onde já se viu querer ficar mais na cama, a vida acontecendo e você achando que está com ela ganha?”. Sempre tento trazer a minha realidade nos artigos aqui no Inspirações, e, para que não pense nem por um instante que sou diferente de você, estou diariamente lidando com minha mente que quer me desanimar, me fazer desistir, me sentir incapaz. Já fiquei muito mal dando ouvidos a ela, tentando recuperar o tempo “perdido” e fazer tudo ao mesmo tempo, e obviamente de forma superficial, pois minha cabeça não estava nem um pouco concentrada. Mas desta vez optei por escutar meu corpo, ele precisa descansar, ver outros cenários, e me permiti entender o momento e fazer o que senti, então preferi não me massacrar com pensamentos de que tinha colocado tudo a perder depois de semanas me superando, e aceitei que o mais importante de tudo é consentir, entender e voltar.

Como assim, voltar? Vamos desmembrar aqui. Por exemplo, você quer melhorar a sua flexibilidade e introduzir uma atividade na sua rotina e se comprometeu a fazer todos os dias, durante vinte dias, uma série de movimentos durante quinze minutos – que é o tempo possível para tal –, e nos primeiros nove dias você está animado, está conseguindo se programar, fazer a atividade no mesmo horário a que tinha se proposto – dá uma sensação boa depois de terminar, né? –, está quase na metade, é pura animação, mas aí aparece um dia corrido no meio da sua semana para o qual você não tinha se programado, e aquela atividade física não tem a menor possibilidade de ocorrer, de primeiro ela caía para o último lugar nas suas prioridades, porque os movimentos que nos ajudam a manter a consciência, nos relaxam e elevam a endorfina são os primeiros a sofrerem a postergação. Acontece que a correria ocorre no dia seguinte, e depois, e quando você percebe foram quatro dias e vem à mente: “Agora não vale mais a pena, você furou muitos dias, tem coisas mais importantes acontecendo, melhor dar um tempo e começar tudo de novo para daí fazer corretamente até o final!”. Sinal alerta ligado! Preste atenção que essa é a sua cabeça querendo que você desista porque não está fazendo da forma como havia se planejado e para que você se sinta frustrado de não conseguir terminar o que havia se comprometido. Eu lhe falei que a maior parte do tempo ela não trabalha a seu favor, principalmente se você quer subir de degrau, lembra da resistência?

Então, deixa de ser seu algoz e volta para o que você tinha se planejado. Se você teve um imprevisto e não conseguiu realizar hoje aquilo que tinha se comprometido, tudo bem, imprevistos acontecessem, amanhã acorda mais cedo e faça a atividade a que se propôs com tranquilidade, não se cobre por hoje não ter acontecido da forma como você queria – muitas vezes não vai –, trabalhe com a adversidade, tenha mais forças que ela e pense que é um compromisso com você, seu bem-estar e sua evolução. Não importa qual seja o resultado que você almeja, foque na intenção. Se você cumpre suas responsabilidades com os outros, por que não fazer o mesmo consigo? Sua cabeça vai tentar boicotar você, esteja atento para perceber por qual caminho ela tentará parar você e vá por outro. Se estiver cansado hoje, beleza, descanse, mas fale isso em voz alta para você: “Ok, hoje eu estou cansado, meu corpo precisa descansar, mas amanhã eu estarei melhor e farei tal atividade!”. Simples, é muito melhor do que ficar se maldizendo, se diminuindo e acreditando que você não consegue. Trabalhe seu jogo de cintura com sua mente e não desanime porque você falhou um dia – ou alguns –, apenas volte, sem dor na consciência, sem cobrança, o trabalho não foi perdido ou em vão porque você deu uma parada, retome de onde estava e siga, pois o tempo que você perde ouvindo sua cabeça criticando você poderia estar colocando algo melhor em ação.

17 jun, 2020

Quero me autoconhecer. Por onde começar? Parte II + Timeline do Despertar – Terapia

Se preferir, ouça o artigo.

Se eu pudesse dar um conselho a você, seria “use filtro solar…”, não, brincadeira, faça terapia, bem naquele estilo dos anciões da nossa família! Comece o quanto antes, e se só percebeu agora que precisa está ótimo também, o que vale é buscar esse suporte externo e que nos poupa muita ansiedade, ajuda a diminuir a vontade de apontar o dedo e também a lidar com aqueles traumas que nos acompanham há anos e a sair do papel de vítima de nossas próprias vidas, entre tantos outros benefícios. Eu demorei até admitir que precisava de ajuda, aquele preconceito de que quem necessita desse tipo de ajuda é louco – lá no fundo sei que era isso, mas fingia que não –, e realmente você pode ficar vivendo neste mundo em que nos encontramos sem buscar alguém que traga um pouco que seja de luz e direcionamento quando precisamos e não conseguimos nos equilibrar muito bem sozinhos em nossas próprias pernas. Decidi aqui juntar as duas séries de artigos que iniciei, o se autoconhecer e a timeline do despertar, pois elas se encontram naturalmente neste aspecto que é a terapia.

Têm pessoas que possuem sorte de encontrar um terapeuta que seja exatamente aquilo que estavam precisando, e quando falamos da terapia convencional existem diversas vertentes, mas não entrarei em detalhes até porque não possuo conhecimento na área e posso falar bobagem, então prefiro me abster, porém é importante buscar a que melhor se encaixa no que você busca e no período em que se encontra. Se disponha a ter paciência e persistência até encontrar a que faça você se sentir à vontade. Bem, eu comecei com uma terapia convencional, acredito ter ficado com ela em torno de uns quatro meses – na época do término de relacionamento junto com a volta ao Brasil e sem saber o que fazer –, e começamos bem, ela pegava basicamente no meu tendão de Aquiles – na época, meu pai –, e eu passava boa parte das sessões chorando, mas saía renovada. Os cenários foram mudando, os personagens também, e não fui mais me sentindo confortável naquela relação, ela pareceu passar do limite terapeuta/paciente querendo dizer o que eu deveria fazer, e decidi que não mais queria vê-la. Vi como uma ótima forma de me respeitar e soube dizer não para algo que estava me desagradando.

Como estava no início da minha jornada do autoconhecimento, estava envolvida em todas as descobertas, ocupada me conhecendo, e no primeiro momento aquela necessidade de conversa em tom de desabafo era excepcionalmente compartilhada com minha mãe e permaneceu assim por um bom período – digamos até hoje –, mas comecei a sentir necessidade novamente de falar com um profissional sobre minhas decisões de carreira, pois aquilo estava apertando meu sapato e meu coração. Foi aí que o nome da minha terapeuta holística “caiu” no meu colo, aquela indicação de quem conhece a profissional e percebe na sua fala a necessidade da ajuda e, tcharãn, fez-se a mágica. Não crie expectativa de que tudo começou a dar certo e que não tive mais momentos perdida, essas situações continuam acontecendo, não se iluda, mas o que muda é você perante elas e o tempo de reação que começa a diminuir a partir do instante em que começa a ter mais facilidade e perceber seus gatilhos mentais que lhe levam incontáveis vezes para o mesmo cenário. Advinha qual? Acertou se disse de sofrimento, é lá que ele se sente à vontade e que pode lhe usar como um trapo velho de um lado para o outro. Por isso, faça terapia para não se ver com frequência nessa posição.

A terapia é tipo autoconhecimento, como comentei no artigo (Puxar pessoas), você quer convidar todo mundo para participar, quer que todos façam e tenham tantos resultados quanto você. E é muito sério isso que lhe digo porque quem convive comigo pode ter certeza que sabe o nome da minha terapeuta, ou já vai nela, porque, além de ela ser incrível e as pessoas perceberem isso quando se consultam, é pela mudança que você vê em si quando se permite estar ali presente, pronto e aberto para realizar as mudanças de que precisa. Os saltos quânticos que dei a partir do início da terapia holística são inúmeros, consideráveis e visíveis a olhos nus. Ela se encaixou no autoconhecimento ou o autoconhecer se encaixou nela a ponto de que são um só me ajudando a buscar sempre melhorar como ser humano. Foi/é de grande importância nos momentos de dúvida, e inseguranças, sobre o autodesenvolvimento ter um suporte para ajudar a unir as peças, ver de outro ângulo – e até pontos que haviam passado despercebidos –, e isso faz muita diferença. Sim, falei que é importante dar seus passos sozinhos, é fundamental, mas ter alguém para lhe estender a mão na caminhada também é indispensável. Saiba de forma consciente mesclar as duas e, por favor, faça terapia.


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01 jun, 2020

Veja sua história como seu superpoder

Se preferir, ouça o artigo

Refletindo um pouco sobre minha caminhada, enquanto escrevo os artigos, percebi o quanto minha história é poderosa, e antes que você pense que estamos vendo sinais de soberba por aqui, não, quero dizer que a história de cada um de nós é nosso superpoder. Demoramos, e nesse momento falo por mim, a dar valor a cada um dos tropeções, escolhas equivocadas, atalhos pegos no intuito de ir mais rápido – e que me fizeram voltar dez casas, como nos jogos de tabuleiro –, mas que me ensinaram mais do que poderia descrever. Essa foi outra parte significativa que o autoconhecer me trouxe, o acolhimento, a aceitação de quem fui, de escolhas feitas e caminhos que não me trouxeram o resultado esperado. Queria entender o porquê de nos compararmos tanto aos outros, muitas vezes até diminuindo nossas vitórias e menosprezando nossa caminhada e história. Ela pode não ser exatamente aquilo que gostaríamos ou imaginávamos, mas nos trouxe até aqui formando quem estamos.

Tenho certeza de que, se você, aí do outro lado, tivesse a oportunidade de mudar alguma coisa na sua caminhada, não titubearia. Fomos ensinados que errar não é legal, já falei sobre isso aqui (link), e muitas vezes queremos uma nova oportunidade para fazer diferente, mas os erros moldam nossa personalidade, nossos princípios, as pessoas que nos tornamos, e sem eles metade do nosso caráter não seria desenvolvido. Quando erramos, temos a oportunidade de visualizar mais claramente as arestas a aparar, é uma oportunidade de amadurecimento, porém corremos para apagar isso da nossa história, torcendo para que caia no esquecimento das pessoas ao redor e principalmente no nosso. Mas enquanto não mudamos nossa perspectiva tudo é sombra e nos acompanha até nos momentos mais banais. Acolha, ame, tenha orgulho de sua história, e falo isso porque estou aprendendo a fazê-lo também. Queremos mostrar nossas vidas bonitas, cheia de conquistas, uma coleção imensa de acertos, mas isso é enganar principalmente a nós mesmos, pois tal coisa não existe e nos faz cair tombos ainda maiores quando percebemos que é uma ilusão.

Essa é uma das razões por que falo com você por aqui sobre minhas experiências, para que perceba que não existem somente momentos lindos, há tudo que uma vida normalmente tem, altos, baixos, momentos de dor, luta e momentos de glória. No compartilhar com você eu passei a amar cada um dos fatos de que vou me lembrando, eles foram me desenhando e sou realmente grata por todos e cada um deles, mesmo os mais tristes e doídos, pois me ensinaram como não fazer, e cada pessoa também. Parei de ter curiosidade de olhar para os lados e me comparar, sei que por trás de cada rosto existe uma história cheia de conquistas únicas, mas dores profundas também. Às vezes me pego olhando para alguém, desconhecido mesmo, e pensando o quanto essa pessoa já passou para chegar nesse momento, como deve ser sua história de vida e o quanto ela já deve ter se superado em momentos que achava que não iria conseguir e continuou em frente. Cada trajetória é singular e maravilhosa, basta colocar as lentes corretas para observá-la.

O artigo em questão veio para incentivar você a amar sua história, acolhê-la com compaixão, como você faria com um amigo em um momento mais delicado, então, seja esse amigo para você. A sua história é única, só você sabe as dificuldades enfrentadas e ultrapassadas para chegar até aqui, tenha orgulho dela e de si mesmo. Acredite, existem pessoas que não conseguiriam passar sem sofrer por situações que você passou rindo. Todos nós temos muito a ensinar a partir das experiências que vivenciamos durante nossa caminhada, logo, aproprie-se da sua e caminhe com passos firmes de quem sabe de onde veio. Dê a oportunidade de as pessoas escutarem sua história e escute, com atenção e empatia, a dos demais, pois as pessoas estão tão distraídas em suas vidas que muitas vezes não percebem sua força a não ser que outro mencione. Seja esse alguém, impulsione as pessoas a se apoiarem e incentivarem, mostre o caminho para que possam caminhar independentes depois. Esperamos tanto o apoio de fora sem nem percebermos que o mais importante vem sempre de dentro.

29 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 4 – Isolamento

Mulher caminhando pela floresta - isolamento
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Vamos continuar então nossa caminhada pelo despertar. Já visitamos três fases até aqui (início da jornada, sincronicidade, abrir os olhos), sigamos. Juntamente com a fase de abrir os olhos aconteceu a de isolamento, lembrando mais uma vez que estamos montando aqui minha timeline mas isso não se configura com as fases do despertar obrigatórias, com cada um acontece de forma individual e não existe certo ou errado. O isolamento teve um grande peso no meu processo, foi ali que me reencontrei e me descobri em muitos sentidos, foi profundo, mas ficar com a gente mesmo pode ser às vezes extremamente incômodo. Não tenho vergonha de admitir que andei por terrenos bem arenosos, que fazia questão de esconder até de mim mesma, enquanto fazia essa limpeza. Fazendo uma analogia aqui, era como se fosse só para limpar meu quarto e quando percebi a casa inteira estava sendo revirada. Você puxa uma coisa e essa está colada em outra que vem junto e vem outra e assim por diante, quando percebe está tão envolvido naquilo tudo que não sobra tempo e espaço para mais ninguém. Você se reconhece nessa fase?

Vinha de um período de não querer sair de casa por tristeza, mencionei a você que sou intensa, vivo cada período com todo meu corpo e meu coração, seja ele feliz ou triste, preciso me aprofundar, sentir por inteiro para que aquela emoção possa fluir, seguir e não mais me atingir. Mas, continuando, o momento de tristeza se transformou naturalmente em um período de solitude, que é uma introspecção visando a conexão, desfrutando de sua companhia, sentindo-se vivo, no fluxo da vida, empolgado e com seu coração feliz. O que é bem diferente de solidão, onde você se sente infeliz, solitário e sem muito ânimo para a vida. Por isso entendo a preocupação das pessoas de fora, que não estão vivendo aquela transformação, pois acreditam se tratar de solidão ou até mesmo algo mais profundo como a depressão. Aproveito para ressaltar que, se você se sente muito triste e sozinho neste momento, busque ajuda, pois você é importante e não merece de forma alguma experienciar isso, sua existência é fundamental.

É bem verdade que se autoconhecer demanda tempo e, se você está comprometido, de verdade, demanda muito mais. Nem preciso ser mais clara para dizer que fui para dentro de mim sem nem olhar para trás. O que acontece aqui é que o despertar vem sem aviso prévio, derrubando o que vê pela frente para dar vazão a tudo de que você tinha se escondido. Isto é, se ele não dá nem tempo para você, que está submerso no processo, se preparar para todas as transformações que virão, imagina as pessoas próximas? Muitas vezes é difícil de entender e muito mais de acompanhar as mudanças daquela pessoa que jurávamos conhecer. Foi o que aconteceu comigo, junto com o isolamento veio o afastamento de algumas pessoas, na verdade não diria afastamento e sim uma reestruturação natural do círculo das pessoas mais próximas, pois você está diferente. Sempre fui aquela amiga presente, disponível, solícita, mas que passou a se ocupar com ela mesma a ponto de não sobrar mais tempo para outras pessoas, e isso nem sempre é bem visto ou interpretado. Qualquer justificativa aqui se faz desnecessária, não há nada de errado em você ser sua prioridade, e lembre: “Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar” (Autor desconhecido).

Vão achar você egoísta? Sendo sincera, podem, e vão, pensar outras várias coisas da sua pessoa, e aí, o que pensam e falam é mais importante do que vivenciar plenamente seu processo? Perdemos tempo com a inútil preocupação sobre a opinião que vem de fora. Acolha o seu momento, se respeite e viva isso que é só seu, ninguém pode fazê-lo por você. Se pessoas forem é porque nesse momento a separação se fazia necessária para evolução mútua. Aprendi que o deixar ir é necessário, diria fundamental, além de nos ensinar sobre o desapego, e digo que isso traz paz ao coração. Nada nos pertence, nem coisas e muito menos pessoas, e mantê-las por perto por apego, conveniência ou porque sempre estiveram ali trava a caminhada de ambos os lados. A vida é uma dança, às vezes você está dançando em grupo, outras, sozinho, outras mudando de turma, e não há nada de errado com isso. Quanto mais resistentes ficamos perante as situações, mais doloridas elas se tornam, por isso deixe fluir. Permita de coração que as situações e as pessoas vão, outras cheguem, e aprenda com todas. O deixar ir é um exercício ótimo em vários aspectos da nossa vida, experimente. O isolamento se tornou solitude e me acompanha até hoje, e vou lhe dizer, adoro meus momentos de reflexão, de silenciamento, são esclarecedores, então, se permita curtir sua companhia de vez em quando, faz bem à alma. Passamos por mais uma fase neste artigo, nos vemos no próximo, que será sobre… vai ter que esperar para saber!

27 Maio, 2020

Deixe eu lhe apresentar a Cláudia

Se preferir, ouça o artigo

A Cláudia está comigo antes mesmo do que minha memória consegue alcançar e me acompanha diariamente nessa caminhada da vida, mas eu não sabia de sua existência e companhia até poucos anos atrás. A Cláudia é bem chata – desculpa aí a sinceridade –, mas é que ela tem o costume de aparecer quando não é convidada e normalmente é bastante inconveniente. Quando eu quero fazer uma coisa, me enche de perguntas e traz à tona situações vividas, totalmente fora do contexto, para me dissuadir de fazê-la. A Cláudia adora um julgamento, tem uma grande inclinação a querer dar sua opinião sobre tudo e todos – chega a coçar a garganta –, ela se acha acima da maioria, superior, sabe? Antes eu não conseguia distinguir tão claramente quando ela falava, até porque achava que éramos uma só e, ingenuamente, achava que ela era legal e só queria meu bem. Me deixava levar por suas ideias, visões, não vou negar que ela tem uma capacidade de persuasão considerável, mas comecei a perceber as sutilezas na sua chegada, onde se sentia mais confortável a interferir, quais momentos eram mais propícios a ela aparecer repentinamente e sua forma taxativa de comunicação. Esses indícios foram me deixando mais alerta para evitá-la. Se você ainda não percebeu, deixa eu ser mais clara, lhe apresento a Cláudia, o meu ego.

Lhe disse no artigo (Abrir os olhos) que o ego não é de todo o mal, pois nada é, mas não não fui tão clara sobre ele ser muito desagradável. Vou ser direta aqui nessa parte. Tudo que você pensa, acha que gosta, defende como sua personalidade, se identifica… pois bem, não é você, e sim seu ego. Eu sei, pode ser que você vá embora agora ou desista de ler esse artigo, mas as verdades precisam ser ditas por mais desagradáveis que sejam. Quanto mais você se identifica com algo, posição, papel que exerce, mais tomado pelo ego você está, e isso em outras palavras quer dizer que você está inconsciente, ou seja, você não tem consciência de suas atitudes, forma de ver a vida e quem você está. Eita, que agora ficou complexo. Na verdade, é isso que nosso ego quer que pensemos para que ele possa o quanto antes tomar posse de seu posto de costume, que é continuar controlando da forma que sempre fez e você consentiu. A Cláudia é essa daí, quer estar no controle de tudo, mas desde que a percebi ela já perdeu, e vem perdendo, muito território, o que a deixa desestabilizada mas ao mesmo tempo buscando outra forma para me “pegar”.

Tá, mas isso é uma corrida de gato e rato? Mais ou menos por aí, cada vez que ela se dá conta que a percebi ela busca encontrar alguma outra forma de se identificar, e por que isso? Porque o pensamento por si só não tem forma, ele é o que é e ponto, mas o ego ele busca controle, ele quer se identificar de alguma forma com algo externo para ter forças e assim buscar algo pelo que lutar. Vejamos o exemplo de uma criança com seu brinquedo preferido, ela está inconsciente pois ela e o ego são um, ela está formando sua personalidade, e a partir do momento em que tiram esse brinquedo ela chora muito, não é verdade? Pois ela se identifica com ele, aquele brinquedo faz parte dela, é como se arrancassem uma parte sua e aquilo lhe dói profundamente e é isso que o ego faz com todos os outros objetos, momentos, papéis que vivemos no decorrer da vida, pois ele nos quer apegados, identificados com aquilo, pois dessa forma ele se vê forte, dominante e superior, do jeitinho que ele mais gosta. Não foi fácil perceber a Cláudia, e vou lhe falar que às vezes – mais do que gostaria de admitir – ela me passa a perna, é ágil, sagaz e quando percebo já estou em sua teia.

Duas perguntas a serem respondidas: Por que trouxe esse assunto e por que Cláudia? Bem, primeiro porque quero que você se liberte de achar e se identificar com todos esses pensamentos que borbulham em sua cabeça a todo instante. Isso são artimanhas do seu ego para manter você ocupado e não fazer o que é de verdade importante para você. Tenho certeza de que chega no final de alguns dias e parece que você não fez nada do que gostaria e tinha se proposto, isso é normal quando estamos sendo comandados por essa voz que está o tempo inteiro dizendo que você deveria fazer isso em vez daquilo, que você não dá conta, que você decepciona a todos, todo mundo dá conta menos você. ATENTE-SE, esse é o tipo de comportamento habitual do ego, ele quer fazer você se sentir incapaz, que sempre falta algo e que você tem que ir atrás. Não deixe ele convencer você, a força, a garra e tudo mais que você precisa estão exatamente aí dentro de você, basta silenciar essa voz incômoda. Não estou dizendo que é fácil, mas é possível, esteja presente e consciente, o ego não consegue se manter ativo dessa forma. Quanto à Cláudia, eu dei um nome ao ego para que cada vez menos me identifique com ele, e quando percebo ele querendo tomar conta já digo: “Tá bem, Cláudia, senta lá agora!”. O ego não gosta de ser percebido, e nem de se sentir ridículo por isso, sempre que dá as caras eu rio, literalmente, e penso “já te vi aí escondido, pode sair”. Isso o enfraquece e desestrutura, mas não o faz desistir, e assim seguimos. Tente ficar atento a ele e depois me conta aqui a experiência com a sua Cláudia.


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25 Maio, 2020

Busque o desconforto intencionalmente

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Por esse título você deve pensar: “Bem, agora ela já foi longe demais, a vida já tem suas dificuldades por si só e a pessoa ainda quer que eu busque o desconforto intencionalmente, onde quer chegar com isso?”. É bem por aí, pode ser um pouco estranho no início, mas é exatamente essa mensagem que quero lhe passar. Vamos lá, deixe eu tentar me explicar melhor e por que afirmo isso. Obviamente que a ideia aqui não é lhe impor algo que você tenha que seguir, mas sim – como sempre – mostrar uma outra perspectiva, uma nova possibilidade de talvez sentir incentivo para incorporar alguns hábitos na sua rotina que podem ser bastante benéficos, principalmente a longo prazo. De repente você acha algo absurdo e sem a menor chance de querer incluir na sua vida, tudo bem, se assim for, vida que segue, já é um ótimo exercício saber lidar com o fato de que as pessoas têm diversas formas de viver e levar a vida e devemos respeitá-las sempre.

“Mas por que raios você vem me dizer que buscar o desconforto pode ser benéfico?” Bem, sejamos realistas, nós gostamos das coisas cômodas, das situações e dos ambientes que conhecemos, quanto menos surpresas tivermos no meio do caminho, melhor. A questão aqui é que, quanto mais despreparados para tomarmos decisões rápidas, mais a vida vem nos testar, ela fica ali só na espreita vendo se estamos nos desafiando ou não, e caso ela veja nossa inércia entra em ação e, como não nos preparamos para situações incômodas, detestamos, com todas as forças, quando elas aparecem. O que esquecemos com o decorrer dos anos, e da correria da rotina, é que fomos feitos para estarmos em ação e não parados esperando as situações chegarem até nós para lidarmos com elas. Isso é reação, é apagar incêndios conforme eles forem aparecendo, e você dificilmente está pronto para lidar com alguma situação que exija um pouco que seja a mais de você. Essa é a forma que você quer levar sua vida? Quando nos habituamos ao desconforto, até os momentos mais desafiadores se tornam uma circunstância a mais a se contornar e não o fim do mundo, como normalmente rotulamos nossas questões.

Pensando dessa forma, comecei a querer me deixar mais à vontade para cenários adversos. Acordo diariamente às 4h50, não é confortável nem delicioso, e muito menos acordo cantando, principalmente naquele dia de frio intenso em que você daria qualquer coisa por mais dez minutinhos debaixo daquelas cobertas quentinhas – até dou minhas amarradas –, mas levanto, água gelada no rosto e bora iniciar o dia. Se postergo meu despertador, postergo minha vida, é isso que penso quando a vontade de desligá-lo e fingir que não o ouvi vem. Mas se não é agradável, por que você faz? Esse é o ponto, por ser extremamente desconfortável que faço, e isso me fortalece mentalmente, pois, se consigo ter comprometimento diário com algo de que eu não gosto, onde eu posso chegar com algo que realmente queira tendo essa persistência? É impossível ganhar de alguém que nunca desiste. Você já havia se perguntando isso ou visto dessa forma? A zona de desconforto mostra, em momentos como estes, o quanto você pode ir longe quando tem um objetivo bem definido em mente. Já experimentou se testar com uma dieta mais restritiva por um período? O tanto de aprendizado, sobre você e seu corpo, que acompanha essa experiência é interessante.

O mesmo acontece com exercícios físicos, que em grande maioria detestamos ficar lá levantando pesos, suando, sofrendo, sentindo dores desnecessárias, e aí que está, eles são de importância fundamental, pois, como mencionei acima, nosso corpo foi feito para o movimento, e se isso não ocorre ele vai travando. Acabamos vendo por uma perspectiva totalmente distorcida, a do conforto, pois é muito melhor ficar no sofá vendo um filme, comendo pipoca, do que fazer um movimento a seu próprio favor. Nos convencemos de que na segunda-feira começamos, mas ela nunca chega, porém a conta do sedentarismo a longo prazo não atrasa. O que quero dizer aqui é que estamos sempre tomando decisões sobre algo de que precisamos nesse momento ou futuramente, mas se não tivermos essa visão ampliada normalmente ficaremos com o imediato esquecendo da importância que o longo prazo tem e os benefícios que o acompanham. Tomar banhos gelados* também é outra forma de se colocar no desconforto, fazendo seu corpo todo se colocar presente naquele momento, sentindo-se alerta e pronto para o que vier. Se você consegue tomar um banho gelado ao acordar, mesmo sendo totalmente desagradável, onde você poderia chegar? De repente naquilo que você tanto sonha?

O conforto é viciante, eu sei, sou um ser humano também, mas quebrá-lo torna você livre, é dar oportunidade a si mesmo de mostrar que você pode sim controlar sua mente, que pode ir além até mesmo do que você imaginava possível. Depois de colocar restrições, cenários incômodos e desconfortáveis na sua rotina, você cresce, percebe que pode lidar com qualquer situação que aparecer. Nem todas as situações ficarão mais fáceis, mas seu jogo de cintura com certeza sim. Dá próxima vez que uma oportunidade de desconforto aparecer, mesmo que você não vá atrás dela, não corra, encare-a e veja que ela só parece horrível, e depois de um tempo você percebe que é possível fazer qualquer coisa a que se propor. Seja seu próprio laboratório, fazendo testes dos seus próprios limites. Muitas vezes nos deixamos levar por nossa mente que quer nos convencer de que não somos capazes de muita coisa. Mostre que ela está errada, essa medrosa. Compartilha comigo se você é do time que busca o desconforto ou se é do grupo que foge para o descanso assim que vê o desconforto vindo.

*Coloquei um asterisco sobre banhos gelados, pois não quero ser irresponsável aqui de incentivar você a fazer isso sem preparar seu corpo para tal. É necessário estar com a imunidade em dia, saudável, não quero ninguém gripado ou baixando a imunidade por agir impulsivamente. Se sentir-se à vontade para a inclusão desse hábito em sua rotina, informe-se sobre o assunto, leia mais e então tome sua decisão. Há uma série na Netflix chamada Goop lab que tem um episódio falando exatamente sobre o assunto – Poderes do frio. Se você ficou curioso dá uma olhada lá.

22 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 3 – Abrir os olhos

Um dos olhos na foto multicolorido
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Chegamos à fase número 3 do nosso “Em que momento do despertar estou?”. Se você ainda não leu o primeiro e o segundo, aconselho você a ler (Estão aqui e aqui). Lembrando sempre que essa timeline que estou montando junto com você diz respeito a minha caminhada desde o início, e se a sua não se parece nenhum pouco está tudo bem, viu? Nada de desesperos por aqui. Mas de qualquer forma lhe sugiro seguir acompanhando, pois sempre há possibilidade de alguma experiência, dica ou comentário servir para o seu momento presente. Às vezes temos a presunção de ter todas respostas e saber o que estamos fazendo sem querer dar o braço a torcer, e normalmente é o ego falando. É importante estar sempre alerta, pois nosso ego está na espreita querendo ser ouvido, sempre achando que tem razão, aquele ali é rápido, e se você dá o braço ele já quer logo a perna, danadinho. Aproveito para já mencioná-lo e desmistificar essa ideia de que ele é de todo mau, pois nada é, tudo depende da conotação que damos. Se o visualizar, sendo você o observador, há sempre uma oportunidade de aprender, pois quando consegue entender que não é ele e que o querido é tão somente uma voz – chata, eu sei – querendo tirar sua atenção, você mais uma vez deu um passo além, pois percebê-lo é o início da oportunidade de não mais se identificar com ele. Isso é papo para um próximo artigo, então vamos deixar para depois.

Já passamos pela fase do luto/aceitação – que é a inicial –, a da sincronicidade, e agora adentramos na que eu chamo de “Abrir os olhos”. “Mas estou de olhos abertos, tanto que estou lendo esse texto”… Bem, não é bem por aí, vamos aprofundar no assunto para entendermos melhor. Meus olhos a maior parte do tempo estiveram mais fixados em páginas, eletrônicos, buscando coisas belas e habituados a cores e visões normais do dia a dia. Costumo dizer que com um véu por cima deles. Sempre adorei admirar o céu à noite, ver a Lua, as estrelas, na esperança de ser agraciada com uma cadente, mas nada além disso. Pois bem, tenho a lhe contar aqui nesta parte que foi nesse aspecto que percebi uma enorme diferença, a partir do meu despertar, no meu sentir e olhar. O céu começou a me parecer cada vez mais bonito, acompanhar o entardecer, as fases da Lua, mesmo que fosse da janela do apartamento, se tornou meu novo hobby, pois aquilo me parecia tão poderoso fazia eu me sentir, de alguma forma, conectada com todo aquele presente que o universo dá a quem está disposto a contemplá-lo. Passei a esperar por esses momentos, acordar mais cedo para ver as diferentes colorações do Sol raiando, e sempre que possível chamava meus pais para ver os entardeceres e o nascer da Lua.

Sim, já comentei com você que eles começaram a achar que eu estava estranha, porém uma estranha mais aberta, mais calma e receptível, mas ainda ficavam um pouco preocupados com o fato de que eu passava muito tempo sozinha e saía do quarto para comentar alguma sincronicidade com minha mãe, ou curiosidade que havia descoberto. Ela me olhava com uma cara de “me explica mais” mesmo que não entendesse nada do que eu falava, e meu pai sempre levantava do sofá para ir ver a Lua para que eu parasse de chamá-lo. Voltava reabastecida depois desses instantes de contemplação e comecei a perceber o quanto as cores estavam muito mais vivas, o quanto era lindo o revoar dos pássaros se recolhendo, tudo ali à nossa disposição e, melhor, de graça, nunca havia dado o devido valor.

Passei a admirar, além do céu, as flores, a perfeição da natureza funcionando, e meu olhar começou simplesmente a mudar e a apreciar os pequenos detalhes. O véu caiu, e depois que cai não há mais volta, tudo ao seu olhar é incrível, como um presente poder presenciar. Eu sentia com o coração tudo aquilo, me tocava de uma forma profunda e aquecia algo dentro de mim. Pode parecer meio sem sentido se você não teve esse momento, mas sei que quem passou por essa fase vai se identificar, sabe aquilo de se emocionar vendo o entardecer da beira da praia? É, isso acontecia.

Essa fase marcou muito dentro e fora de mim, e por isso ela está aqui descrita em detalhes. Sigo amando contemplar a natureza, o mar, o céu e tudo o que normalmente, por causa da correria da rotina, passavam despercebidos por mim e meus olhos fechados. Se você ainda não passou por essa experiência, permita-se vivenciar algum desses momentos de manifestação da natureza, bem descansado, sem pressa ou pressão, e deixe seus olhos irem para onde forem guiados e, onde decidirem repousar, fique ali observando seus mínimos detalhes, não há desculpas, de onde você esteja é sempre possível olhar para cima. Se você não é uma pessoa diurna, e não quer ver o nascer do Sol, se programe para ver o pôr do Sol ou pesquise na internet o horário do nascimento da Lua e aprecie isso com o coração aberto, você vai sentir a conexão, é inevitável, além de se perguntar por que não tinha feito antes. Quando assentimos esse contato percebemos como somos pequenos e a natureza é perfeita. Chega, senão vocês vão me achar muito fora da casa e não vão voltar para ler o próximo artigo, que diz respeito a uma fase que vivi simultaneamente a abrir os olhos, o isolamento. Vejo você por lá.

P.S.: Mas quem se permitiu fazer isso me conte aqui se não sentiu uma sensação maravilhosa.

20 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 2 – Sincronicidade

Tela de computador com números iguais. Sincronicidade
Se preferir, ouça o artigo.

Bem, como você acompanhou a fase 1 (se ainda não leu, aqui está), trata-se de notar que algo está diferente em você – mesmo que não saiba bem o que é – e ao seu redor, e você percebe que não há mais volta, mesmo que seu processo comece com algo muito sutil e sendo tão somente o início dessa trajetória que nos acompanha até deixarmos esse plano. Sim, o autoconhecimento nunca acaba, sempre há alguma aresta para aparar, mas não se desmotive, pois é algo enriquecedor e compensador se ver líder da sua própria vida. Caso você esteja nesse momento confuso, sem saber muito o que está acontecendo – como foi para mim –, ou mesmo se o seu início tenha sido fluido e sentir de compartilhar, deixe seu comentário, e se precisa de ajuda em algum sentido, comente também, o intuito do Inspirações é fazer com que as pessoas fiquem à vontade nesse espaço e partilharem suas experiências, que são únicas, enriquecedoras e têm muito a acrescentar. Vamos falar nessa segunda fase, de sincronicidade.

Retomando um pouco o artigo anterior para podermos continuar, passada a fase de dor, luto, veio a aceitação de que havia algo diferente e comecei a procurar entender um pouco mais o que estava acontecendo comigo. Fui em busca de coisas que ressoavam em mim, que me faziam sorrir ao ler, que me traziam paz, conforto e de alguma forma uma sensação de pertencimento. Aqui, nesta parte da trajetória, é algo muito particular por onde começar, quem seguir, o que ler, mas um detalhe importante a ressaltar é: não tenha pressa, não queira acelerar seu processo, aprecie cada passo, silencie e escute o seu coração para sentir suas reais necessidades que devem ser supridas naquele momento.

Como comentei anteriormente, iniciei com a meditação, ela falou mais alto, mas para você pode ser uma série de vídeos na internet que uma amiga indicou ou um livro que “caiu” na sua mão, como também um mentor. Reforço, não há necessidade de sair correndo atrás do tempo perdido e querer consumir tudo de uma vez, colocando todas as ideias em prática. Leia, veja, sinta, coloque em prática, reflita se aquilo de alguma forma ressoa em você e siga. Tenha um pouco de critério e deixe as coisas fluírem naturalmente. Não é porque serviu para diversas pessoas que é certeza de que servirá a você, não é porque todo mundo segue aquele mestre que você deve fazê-lo. Inicie sua jornada sem tentar se encaixar e deixe que as peças necessárias venham livremente. Esse é o lindo do processo, o que tiver que chegar até você vai achar um jeito desde que confie, mantenha-se no fluxo e não se limite.

A astrologia sempre me encantou, sou escorpiana – para quem não é muito ligado em signos, não imagina o quanto esse é julgado erroneamente –, adoro coisas profundas, apaixonada pelo oculto, por mistérios e assuntos esotéricos, e pensa em uma pessoa intensa… Esse foi um dos assuntos que muito me atraíram no início do autoconhecimento, algo me puxava para essa área que antes de tudo isso começar já prendia minha atenção. Então, uma coisa foi levando a outra, como dito antes, quanto mais informações chegavam, mais envolvida ficava e tudo ao redor parecia ressoar, florescer e contribuir para aquele momento. As sincronicidades foram minha segunda fase do despertar – aconteciam com uma frequência tão grande que nas primeiras vezes me assustaram. Eram números, assuntos, trechos de livros, informações que conversavam com sonhos e vice-versa, eu não comentava com ninguém mas sorria por dentro como uma confirmação de que aquele era o caminho, me dando mais força para seguir e ir ainda mais a fundo. Foi o que fiz. Meus pais achavam que eu estava ficando louca, então tudo bem se você aí do outro lado achar também, isso já não me incomoda mais. E se você se encontra nessa fase não deveria se importar também. Vão olhar para você diferente a partir do momento em que sair da bolha do pensar igual, pois choca – quem ainda está preso – quando você sai da roda. É aquela mistura de Deus me livre, mas quem me dera, kkk

Eu meditava, lia artigos, via vídeos na internet, seguia pessoas que sentia me conectar e nesse primeiro momento não gastei com nada. O que quero dizer com isso? Que você não precisa colocar empecilhos para iniciar, só quando eu comprar aquele curso vou conseguir despertar de forma plena, quando eu ler aquele livro tudo vai fazer sentido. Claro que existem inúmeras ferramentas que estão à disposição para nos auxiliar, mas nenhuma vai fazer o milagre, pois quem tem o poder de fazer acontecer é você. Logo, comece agora e com o que você tem. Se você tiver só a sua vontade e um celular, já tem o necessário. O acesso às mais diversas informações está a um clique, e tem muita coisa boa por aí esperando ser consumida.

O que aconselho é sempre colocar uma intenção bem definida, e genuína, antes de qualquer coisa. Sinta o que precisa ser desenvolvido no momento – mesmo que não saiba o que é – e peça para que o melhor e mais adequado à sua jornada chegue a você. Juro que fazia, e sigo fazendo isso, e é incrível ver o quanto as respostas chegam, seja através de mensagens, vídeos, pessoas, livros que vêm de encontro exatamente com o que preciso, eu rio sozinha, pulo e agradeço sempre. Aquilo faz todo o sentido para mim e, por mais que tente explicar a alguém – até a você que está nessa fase –, não vai soar tão sincrônico como na minha concepção, porque é algo particular assim como pode ser com você. Por isso lhe digo, se a sincronicidade está chegando, ou acontecendo na sua vida, aceite, agradeça e use-a a seu favor nessa caminhada da forma que você sentir.


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18 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 1 – Início da jornada

Mulher na cama ao despertar.
Se preferir, ouça o artigo.

Senti de falar um pouco sobre esse assunto por aqui. Já havia dado anteriormente algumas pinceladas sobre minha caminhada, mas acho que vale o desmembramento de uma forma mais detalhada. O foco do Inspirações da Musa sempre foi para você, que está na caminhada do despertar, perceber que não está só, e senti que me distanciei um pouco, por isso voltemos. E como podemos mostrar para uma pessoa que não há nada de errado com ela e suas dúvidas? Mostrando as suas, se abrindo e revelando que todos nós passamos por momentos de tensão, de isolamento, de achar que não está “batendo muito bem da cabeça”, de sentir-se só até que as coisas comecem a fazer um pouco mais de sentido e você aceite e entenda que é uma nova pessoa. Pensei, assim, em fazer uma timeline da minha caminhada, transmitir como as coisas foram se desenrolando. Isso não é um passo a passo, até porque isso não existe quando estamos falando de despertar, com cada um acontece à sua maneira, e a sua causa podem ser diversos fatores. Apenas fique receptível para perceber se você se identifica com uma ou algumas das fases ou se está sentindo tudo isso de forma distinta, o que também é possível. Esse será o primeiro de uma série de artigos sobre as fases do despertar.

Primeiramente, é necessário situá-lo de que antes de embarcar nesse mundo de descobertas do meu eu a situação era bem diferente na minha forma de ver a vida. Já fiz uma mescla de vários pontos em alguns textos, porém quero ir um pouco além aqui. Tenho com isso a intenção de mostrar que cada um de nós pode despertar, não existe um mais propenso que outro, basta o sentir e o querer. Bem, meu negócio eram livros de romance, filmes de romance, séries, sites de fofoca, conversas sobre pessoas, comparações e muito foco na minha imagem e no externo, a famosa ideia de que para parecer ser você tem que ter, isso me acompanhou durante anos e acreditava que tudo se encaixaria por si só no fluxo normal da vida. Pode ser que eu vivesse em um mundo de ilusão? Pode, mas chegou um momento em que ele colapsou, comecei a me ver perdida do todo e de mim, me distanciava cada vez mais da pessoa que eu queria ser e nem percebia isso, tive que me reestruturar.

Estava sentindo que as coisas não estavam se fechando entre minha cabeça e meu coração, quase nada fazia sentido, muitas dúvidas pairavam sobre a minha mente, mas a teimosia faz a gente levar um tempo até entender que alguns aspectos estão fora de compasso. Não sabia o que era o desconforto que me acompanhava e nem por onde começar a mudá-lo. Desistir de morar no México – que era o plano, há anos – e voltar ao Brasil já foi uma atitude estranha para mim, mas não sei lhe dizer, sabia que tinha de ser feito. A partir dali as coisas se intensificaram. Uma das influências do retorno era um relacionamento da época, que meses depois acabou. Normalmente as pessoas acreditam que o processo do despertar tem de ser pela dor, mas isso não é uma regra. Há pessoas que são mais sensíveis e percebem os sutis indícios de que algo está diferente em si e ao seu redor e começam sua caminhada de forma mais suave, tranquila, sem ter de passar um grande trauma ou dor. Não foi o meu caso, a galera do despertar percebeu que para me tirar de onde eu estava – por mais que já estivesse me sentindo incomodada – ia precisar tirar o meu chão. E foi o que aconteceu, os três meses seguintes foram de uma intensidade tão profunda que eu posso dizer que eu morri e renasci nesse período.

Foi uma conjunção de fatores que fizeram com que aquele tempo tenha sido de verdade sombrio. Não saber claramente meu rumo na vida, a forma como me cobrava por ter feito um curso superior que já não queria mais seguir, dúvidas, inseguranças, ficava me questionando onde eu estava nos últimos anos que fiz tantas péssimas escolhas. Veio tudo de uma vez só, tudo ali na minha frente desmoronando – e eu junto –, sem força de segurar mais nada. Pense em semanas acordando e dormindo chorando, e no ínterim também, debatendo com meus pais como eu poderia ter feito diferente. Eu vivia um luto, naquele momento acreditava ser da separação, mas tendo um melhor entendimento depois percebi é que doía tanto porque a Josiane estava morrendo – era a única forma que conhecia de ser –, e eu mesma estava matando ela, por querer. Pense o quanto é profundo isso? Para você ser o que quer ser você tem que matar quem era e nem sempre isso é tão fácil. Se você está passando por essa fase, entenda que é difícil mesmo, estamos apegados àquela forma que conhecíamos a vida inteira, e nos jogarmos no vazio com os olhos vendados sem nenhuma certeza, essa é a impressão, é um pouco assustador, mas não tente voltar, porque aliás não há como voltar, continue firme em frente. Você consegue.

Não tinha motivo forte o suficiente que me tirasse de casa, não queria ver o Sol, não queria interagir, nem com minhas amigas da época. Começou a me sobrar tempo, e já tinha resolvido não mais remoer o passado, então me restou ir para o único lugar que tinha sobrado, para dentro de mim. Vale ressaltar que eu ainda não tinha percebido o que estava acontecendo, pois essa forma de agir perante as situações era a minha habitual, não tinha nada de novo até ali, mas aqueles momentos sozinha começaram a ser mais importantes que qualquer outro momento do dia e eu estava voltando a me sentir um pouco animada.

Foi assim que iniciaram as meditações, que em pouco tempo se tornam hábito diário, uma coisa que lia me levava a outra e mais formas de me conhecer, me identificando com o que as pessoas que eu lia falavam ou escreviam, me aprofundando naquilo tudo que parecia fazer muito sentido. Eu ainda não conseguia ter a dimensão de para onde estava indo, mas estava cada vez mais claro que aquela Josiane da vida inteira tinha partido de vez, por mais que buscasse não encontrava mais ela em lugar algum e aceitei que a partir de então teria que me redescobrir. É animador contar isso porque pode parecer dolorido – e foi –, mas foi uma benção, sabe? Então, se você de alguma forma se viu nessa história ou está sentindo um vazio aí dentro, algo incomoda você e não consegue identificar o que é, fique um pouco mais atento ao que tem chegado a você, pode ser uma conversa, uma pessoa, uma ideia que surja de repente, permita-se ficar mais disponível e aberto para aquilo que está querendo se aproximar – ou até mesmo se afastar, que pode acontecer. E se tiver que ser doido, não evite, encare com firmeza e, se sentir que precisa de ajuda, não hesite em pedi-la.

15 Maio, 2020

Quero ser instrutora de yoga

Mulher em uma postura de yoga
Me vendo fazer yoga durante a meditação (Risos)
Se preferir, ouça o artigo.

Acho que há pouco mais de um ano pensei: quero ser instrutora de yoga! Me veio durante a meditação – sim, por ser um estado de relaxamento muitas vezes respostas vêm através desse momento de conexão, já falei dele aqui –, me vi ali praticando, dando aula, auxiliando as pessoas nas posições, como estava na busca ativa por me descobrir, acreditei, é isso! Que incrível, vou ser instrutora de yoga, vou dar aulas ao mesmo tempo em que coloco meu corpo em movimento, vou ativar e dar carinho aos meus órgãos, conectar mente e corpo simultaneamente. Vem totalmente a calhar com as mudanças que estou fazendo na minha vida, que maravilha! “Como é bom meditar, as coisas ficam claras, os caminhos vão se abrindo e nos sentimos mais ligados com a gente”, conjecturei! Mesmo que aquilo não tivesse “batido tão forte” daquele estilo sem deixar dúvidas, entendi que era por aqui. Comecei a me informar sobre, pedir informações a escolas de formação, estava animada com a nova fase, que ascendia no horizonte, vamos com tudo, considerei. Perceba como somos facilmente levados por nossas emoções, damos a interpretação que queremos sem nem analisar melhor o todo.


Fui para minha sessão de terapia – que será um dos artigos da série “quero me autoconhecer, por onde começar?” – com uma alegria no rosto, pensando que já tinha tudo planejado, tinha as informações necessárias, estava encontrando respostas e estava satisfeita com os próximos passos que ia dar. Ainda bem que existem terapeutas para colocar um pouco de sanidade na nossa cabeça, para que não saiamos por aí dando vazão a tudo que passa na nossa mente. Claro que é importante tentarmos, irmos em busca dos nossos sonhos e desejos, mas daqueles objetivos realmente desejados, de coração, e não meras vontades que morrem na primeira tentativa, como foi no meu caso como instrutora de yoga. Minha terapeuta, safa que é, me manteve naquele “flow” de animação, entusiasmo, para ver até onde eu ia, me fez algumas perguntas que em instantes me fizeram ver que não era bem o que eu estava imaginando e querendo, me disse para ir pra casa refletir mais sobre o assunto, que conversávamos depois. Nem precisou muito, naquele dia mesmo percebi que na verdade era meu corpo me dando sinais de que precisava ser movimentado também, não somente o mental, e me deu uma indicação de que a yoga seria uma boa alternativa para meu momento.

Yoga deriva da palavra “yuji” em sânscrito – língua originária da Índia –, significa “unir” e vai muito além de uma prática milenar, é uma filosofia de vida “que trabalha a harmonização do corpo com a mente, utilizando técnicas de respiração (pranayamas), meditação e posturas de yoga (ásanas)”. Algo que eu não sabia muito bem mas encontrei enquanto pensava melhor sobre minha “nova profissão”. Nem preciso dizer a você que não fui atrás de me tornar uma instrutora, entendi que meu corpo pedia dinamismo, “e começou a fazer yoga”, você vai pensar. Não, voltei a correr – que amo –, fazer exercícios aeróbicos e simplesmente deletei, provisoriamente, a ideia da yoga por questões financeiras (viu como é fácil colocarmos uma desculpa quando queremos postergar?). A yoga só voltou a insistir a ser colocada em prática em março passado, a vontade veio latente e desta vez não hesitei, busquei um estúdio perto de casa, entrei em contato e pensei: agora vai! E o que veio? A pandemia e tudo fechou. Acreditei que mais uma vez a yoga ia ser adiada, mas graças a esses sincronismos maravilhosos do universo minha irmã me passou o canal de uma instrutora (Pri Leite – até linkei ela aqui, porque me senti tão agraciada com sua descoberta que compartilho sempre que posso. Para o seu bem e para cultivar o seu autocuidado, vá em frente, ela é incrível).

Ah, para deixar bem claro, eu não estava aberta a aulas por vídeo antes, tinha a crença de que yoga só poderia ser praticada presencialmente e que on-line ela não seria bem feita, por isso resisti tanto, mas com a chegada da pandemia isso caiu por terra e deixei todas as desculpas de lado, ainda bem!

Desde que comecei não parei mais, sabia que dessa vez a yoga tinha vindo para ocupar um espaço que há tempos vinha requerendo. E posso falar? Que bem que essa atividade me faz. Além do relaxamento, da diminuição do estresse, bem-estar, a yoga traz aumento de concentração, conexão e outros inúmeros benefícios. Este artigo poderia tranquilamente estar na sequência sobre se autoconhecer – porque você tem mais uma oportunidade durante os exercícios –, mas achei interessante trazê-la em meus desafios pessoais, pois ela demanda presença em cada segundo de execução. Cada uma das práticas requer que você vá um pouco além da anterior, e é possível ver a olhos nus a sua evolução, o quanto você progrediu um pouco mais a cada novo final de aula, e isso é um afago no peito e um tapinha nas suas próprias costas dizendo que você fez um bom trabalho e que é muito capaz. Este artigo vem fechar esta semana em que falamos tanto de julgamento e apontar dedos, e por isso senti de trazer a yoga porque ela vai no oposto disso. Ela ensina você a olhar para dentro, a silenciar, lhe dá a oportunidade de tomar consciência da sua própria força e luz, faz você perceber que tudo começa por si mesmo e vem coroar o que venho dizendo a semana toda, que só temos controle sobre nós e é isso que tem de importar a você. Quanto mais você cuida de si, mais você pode transbordar aos outros. A yoga fala através do coração, traz leveza e centramento, algo extremamente essencial para o momento. Convido você a se permitir sentir e fazer esse movimento para dentro.


P.S.: Levando em consideração que estamos em um momento que não pode consultar o seu médico, alerto você a ir devagar, pois querendo ou não a yoga exige do nosso corpo e não queremos ninguém se machucando por aí. Se você decidir fazer, vá devagar, respeitando e ouvindo seu corpo e suas limitações. É para ser prazeroso, não para se contundir.

Fonte: https://www.significadosbr.com.br/yoga


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