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13 Maio, 2020

Cultura do cancelamento

Mão de um homem com anel e um x vermelho no meio
Se preferir, ouça o artigo

Já ouviu falar sobre esse termo? A “cultura do cancelamento” foi eleita o termo do ano passado pelo dicionário Macquarie, uma eleição que leva em conta a língua inglesa, mas através das redes acaba se disseminando para outros países. A cultura do cancelamento… “envolve uma iniciativa de conscientização e interrupção do apoio a artista, político, empresa, produto ou personalidade pública devido à demonstração de algum tipo de postura considerada inaceitável. Normalmente, as atitudes que geram essa onda são do ponto de vista ideológico ou comportamental…”. Eu não sei se para você soa pesada essa denominação, mas tenho que admitir que para mim é. A partir de quando fomos encarregados de nos tornarmos juízes da conduta alheia, críticos vigilantes das atitudes de terceiros? Me parece que ficamos na espreita, apostando quem será a bola da vez, ávidos por um deslize de alguém para apontarmos cheios de razão, e quando acontece, chuva de condenações.


Esse termo resumiu o ano de 2019, porém, com a vinda da pandemia ele parece ter se enraizado entre nós. A solidariedade, a ajuda aos demais, a oportunidade de união parece desaparecer quando alguém foge da postura aceitável. Tendo um celular e podendo se esconder atrás dele, algumas pessoas sentem que são invencíveis e possuem o direito de falar o que querem sem ao menos levar em consideração que do outro lado há uma pessoa sujeita a erros e acertos como qualquer um de nós, e o que a diferencia é um holofote em si o tempo todo que não poupa deslizes. “Mas ela é uma pessoa pública, ela tem que aceitar o que falam…” me fez lembrar de uma síndrome bem colocada por uma incrível nutricionista, Lara Nesteruk. A síndrome do estuprador aborda a situação como se a vítima impelisse o agressor a cometer determinada ação, por exemplo, ao usar roupa curta à noite – na cabeça do estuprador –, a vítima está pedindo por aquilo. No caso da pessoa pública, ela está sujeita a qualquer tipo de comentário, e nesse tipo de mentalidade ela tem de aceitar o que vier. Como se, pelo fato de ser uma pessoa pública, ela já estivesse pedindo sua opinião, mas quem definiu que isso é plausível, que isso é bacana? Absolutamente nada nos dá respaldo para julgar e nossa opinião não é obrigatória. Já abordei o assunto sobre dar sua opinião quando ela não é solicitada, no artigo (DANE-SE O OUTRO! É EXATAMENTE ISSO QUE VOCÊ LEU). A não ser que tenham lhe pedido, fique quieto.


Me parece que estamos indo na contramão, retrocedendo a galope, espalhando ódio e rancor sem se importar com ninguém. Não estamos aprendendo absolutamente nada neste tempo confinados, e isso é algo triste. Você é um ser humano e por esse mero detalhe não está exime de erros. Voltemos ao círculo menor, dos que nos rodeiam, pois, se criticamos o famoso, que está distante, como ficam as pessoas próximas que estão fazendo algo que assumimos como uma postura inaceitável? O que não fica tão claro, pelo menos para mim, é por que temos essa necessidade tão grande de sempre ter um posicionamento “ou você está certo ou está errado” e a partir do momento em que você escolhe um lado quem está do outro é inimigo? Em vez de nos unirmos, estamos cada vez mais nos distanciando por acreditarmos estar do lado correto. Hoje pode ter sido outra pessoa, mas amanhã pode ser você, em um escorregão que não queria dar mas não conseguiu evitar. E aí, como ficam os apontamentos, sendo com você é justificável? Sempre é assim: quando estamos falando de nós, queremos uma nova chance ou oportunidade para repararmos nossos erros, mas não pensamos duas vezes em depreciar o outro na primeira oportunidade.


Este artigo tem a finalidade, do fundo do coração, de pedir que você não entre nessa ideia de cancelar pessoas, pois, além de não agregar em nada, lembre que você tampouco está isento de falhas. Além da responsabilidade, o fato é que o reflexo de atitudes como essa, de cancelamento, podem ser muito graves e despertar emoções densas em um momento em que estamos todos fragilizados de alguma forma. Tenha compromisso com você, mas também com as palavras que você utiliza, pois nunca sabemos o que o outro está passando, seja gentil. Dizer que a pessoa pública influenciou negativamente alguém é achar uma outra desculpa para colocar na conta do outro as suas escolhas. Cada um tem o direito de dizer o que quiser, e cabe a você acolher e seguir aquilo que compactua com seus princípios ou deixar para lá. Não somos crianças para colocar nas costas dos outros a responsabilidade de nossas decisões e muito menos para expô-los. Vou dizer por aqui, quantas vezes forem necessárias: você só tem controle sobre suas atitudes, então olhe com carinho e cuidado para elas, sendo fiel a você e suas premissas. Aceite que assim como você o outro precisa aprender por si, e quando ele estiver em um momento de queda não jogue mais areia em cima dele, ajude-o a levantar e, se não puder, pelo menos não atrapalhe.


Fonte: Dicionário Macquarie: Responsável por selecionar anualmente as palavras e expressões que mais moldaram o comportamento humano. (https://canaltech.com.br/redes-sociais/a-cultura-de-cancelamento-foi-eleita-como-termo-do-ano-em-2019-156809/)

11 Maio, 2020

Qual a necessidade de impor seu entendimento às pessoas?

Foto em preto e branco com homem gritando
Se preferir, ouça o artigo

Escrevi há poucas semanas ( VOCÊ JÁ FEZ UM BALANÇO DO QUE APRENDEU NESTE PERÍODO DE QUARENTENA?) sobre a ideia de sairmos diferentes/melhores deste período de quarentena, mas confesso que, acompanhando as notícias e o que está acontecendo no mundo real, essa esperança vem deixando de crescer. Achei de valia abordar esse assunto, e nesta pauta convido você, que sentir de comentar, ficar à vontade de manifestar sua opinião. Qual a real necessidade de impor seu entendimento às pessoas?

Se há tanto sendo falado e repercutido na ideia de nos olharmos, de viajarmos para dentro, de nos descobrirmos nesse período, então por que razão estamos cada vez mais julgadores e apontando ainda mais para as atitudes dos outros que são diferentes das nossas? Por que crucificar os outros por não estarem agindo conforme o solicitado? Se cada um cuida de si, por que encher suas redes sociais tecendo comentários ou indiretas para aqueles que não compactuam com você? O que faz você acreditar que é o dono da verdade?

Ok, foi dito para não sair de casa, para quem fosse possível trabalhar do seu lar e evitar ao máximo o contato com outras pessoas e aglomerações. Você, que tem esta oportunidade, está fazendo a sua parte, que ótimo, sente-se cumprindo seu papel, satisfeito, dentro do possível, com seu senso de responsabilidade. Porém, se o coleguinha está saindo – mesmo tendo a opção de ficar em casa –, fazendo atividades externas, como se nada estivesse acontecendo, você automaticamente se irrita, o julga, xinga e se fosse possível até o denunciaria. Você está agindo conforme o solicitado e aquela pessoa não parece estar nem aí, não é possível! Mas agora vamos pensar juntos aqui: quando você denigre, critica, aponta, você acredita estar acima daquela situação, achando que é melhor para fazer isso, certo? Qual sua intenção aí: você quer realmente ajudar ou quer sentir-se bem consigo mesmo estando do lado dos “certos” e martirizar os “errados”?


É duro, mas a realidade é que cada um sabe e cuida de si! Querer mudar o mundo impondo a nossa forma de encarar a vida só nos demanda energia, nos desgasta e surte muito pouco efeito. Se ensinamos através do exemplo, por que razão acreditamos que disseminar ódio nos outros vai resultar em algo? Aliás, será que queremos a mudança ou só nos posicionarmos de alguma forma? Se para você está claro que não deve sair de casa e tem consciência do que está fazendo por você, sua família e pela sociedade, maravilha, mas é necessário aceitar que existem pessoas que não têm a clareza que você tem e não veem as coisas da mesma forma que você, ponto. Fazer o que acha certo não torna você o juiz soberano sobre o mundo, mas lhe traz paz e consciência tranquila, e é com isso que você tem que se preocupar. Faça a sua parte, esteja atento com suas atitudes, olhar para o lado e apontar dedos é perda de tempo, além de não trazer efeitos concisos na maneira do outro agir. As pessoas não mudam por você, elas mudam quando e porque querem.


Use esse momento de confinamento obrigatório para melhorar como pessoa, se preocupando e se ocupando com as únicas coisas sobre as quais você tem controle, sua consciência e suas atitudes. Evoluir é sua responsabilidade, manter os outros em casa, não. Somos partes de um todo, mas para completar esse todo precisamos estar inteiros com a gente mesmo e isso inclui olhar nossos julgamentos e também os nossos telhados de vidro. A caminhada é longa e nós podemos tropeçar ali na frente exatamente em algo que acabamos de repreender. Sei que é um período delicado e instável, para todos nós, com uma variação enorme de humores, sentimentos e questionamentos, mas busque olhar para si e encontrar a melhor forma de lidar com isso, sem necessidade de olhar para fora e julgar. Liberte o outro de pensar e agir como você.

08 Maio, 2020

Bote sua criatividade para funcionar

Mão segurando papel escrito: "creativity doesn't need limits." Tradução: Criatividade não precisa de limites
Criatividade não precisa de limites
Ouça o artigo

Vamos falar de criatividade neste artigo, creio que ela conversa muito bem com esta semana. Quando pensamos em grandes nomes da criatividade como Albert Einstein, Thomas Edison, Steve Jobs, nos vem à mente que são gênios, com QI mais elevado e que por essa razão não há como se comparar a eles – somente confirmando o que foi dito no artigo, quando pessoas ocupam o seu lugar no mundo elas saltam aos olhos. Pois bem, essa é a história que nossa cabeça quer nos contar, aquela mesma que diz para seguirmos no ambiente seguro, no conhecido – mesmo que você o deteste –, que é melhor. Já mencionei a você antes, tentar algo novo, estudar algo que não conhecemos, nos exige disciplina, perseverança, e nós, muito espertinhos que somos, queremos colher os louros, mas não queremos passar pelo processo. “Como você aprendeu tal coisa, fulano?” “Eu sentei a bunda na cadeira, fui atrás de informações, li, reli tudo que podia e comecei a colocar em prática, errei e fui ajustando…” Uau!! Impressionante! Você está rindo? Parece óbvio, não é? Mas tem quem realmente ache que existem fórmulas mirabolantes de aprender e realizar que seja bem diferente dessa.

Existem pessoas com maior facilidade com números, outras para memorizar, para unir pontos, mas se elas não forem trabalhadas e alimentadas diariamente tratam-se de uma maior inclinação para algo, mas nada além disso. Já a criatividade é um pouco diferente, ela deve ser nutrida também, mas aqui não existe um ser mais propenso que o outro, todos nós temos acesso a ela, o que difere é o quanto você convida a imaginação para sentar-se à mesa com você durante aquele projeto que você quer tirar do papel e ainda não sabe bem como, o quanto você a estimula para estar presente e sentir-se à vontade com você. Quando crianças imaginávamos mil mundos diferentes, histórias mirabolantes, e quando chegamos à fase adulta – em que deveríamos fazer uso desmedido delas –, simplesmente as escanteamos como se não fossem mais necessárias e nos apegamos à manada. Nossa criatividade pode fazer a diferença entre um projeto dar certo ou não, fazer a diferença na vida de outras pessoas ou ser somente mais uma ideia boba. Temos dois tipos de imaginação, a sintética, que basicamente constitui-se de unir ideias, projetos já feitos em um novo arranjo, como a lâmpada elétrica, e a imaginação criativa, quando tiramos algo totalmente novo do papel, como o lançamento dos smartphones.

Trata-se de duas propostas bem diferentes mas que têm um ponto em comum, a vontade da pessoa por trás da ideia de torná-la real. E aqui eu quero citar por que trouxe os dois exemplos acima, de realidades tão distantes mas com algo similar, mesmo com mais de cem anos separando os fatos. A obsessão de seus criadores para torná-los realidade. É bem sabido, até na bibliografia escrita sobre Steve Jobs, de que era um homem bastante detalhista, focado no exímio trabalho para que tudo saísse de forma perfeita, buscando a maestria, tanto que, mesmo trabalhando nove meses em cima do lançamento do primeiro smartphone, ele mudou o design de última hora porque não estava contente. E você sabia que Thomas Edison falhou dez mil vezes antes de aperfeiçoar a lâmpada elétrica incandescente? Você acha mesmo que um dos dois estava muito preocupado com seus erros pós-tentativas? Eles provavelmente ficavam satisfeitos de entender que não era por aquele caminho. (Ótimo para incluir essa inspiração no artigo sobre erros. Se não o leu o link está aqui)

Persistência é a palavra que une mundos tão distintos e é um dos diferenciais de todos que chegaram em algum lugar de destaque. Você não precisa inventar a lâmpada ou fazer uma revolução na tecnologia – se quiser, tudo bem também –, mas você pode sim fazer muito e fazer a diferença com o que você tem para oferecer, não esqueça que há um lugar esperando por você. Quero compartilhar aqui algumas ideias de um livro¹ – somente para instigá-lo a começar –, que li baseado nos ensinamentos de Andrew Carnegie, magnata do aço – tendo iniciado como jornaleiro –, nos idos de 1900, mas que são extremamente atuais e válidas. Primeiro, tenha um objetivo bem definido, a ponto de ser seu último pensamento à noite e o primeiro pela manhã, estimulando sua imaginação. Ponto dois, una-se a pessoas que queiram compartilhar conhecimento, buscando resolver os problemas profissionais que você sozinho não conseguiria. Terceiro, vá além, sempre dê um pouco mais daquilo que você acha que é capaz e não esqueça que o plano e a vontade de fazer começam por você, esteja sempre com olho no objetivo a ser alcançado e não se perca no barulho ao redor.

Para chegarmos onde queremos, tanto no âmbito pessoal ou profissional, precisamos nos dedicar, ter disciplina, assumir nossa ignorância em alguns assuntos, pedir ajuda quando necessário, ter persistência, foco e entender que os fracassos e as derrotas do caminho nos instigam a ir em frente. Tudo que vale a pena exige uma pitada de sacrifício, paciência e muito trabalho, esses são os bastidores, não veja somente o palco. Espero que essa sequência de artigos tenha estimulado você a tirar aquela ideia do papel e lhe permita acreditar mais em si mesmo, pois tudo começa por você, então dê o primeiro passo, ele sempre é o mais difícil. Se você ainda não ficou convencido com os artigos, deixo aqui abaixo um vídeo de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, vídeo que tomei conhecimento enquanto escrevia o segundo dos três artigos, casando exatamente com o que eu queria compartilhar. Se você não acredita nas minhas palavras, pode ser que nas dele sim… kkk

P.S.: Não é o melhor vídeo, mas foi o único que consegui com legenda em português, então não dê bola para a música impactante de fundo, efeitos, foque na mensagem que é o que vale. Desfrute.

¹ Hill, Napoleon. Como aumentar o seu próprio salário: uma entrevista reveladora com o homem mais rico do mundo. 1ª edição. Porto Alegre: Citadel, 2017.


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06 Maio, 2020

Por que fugimos dos erros?

Frase escrita em blocos - Be fearless, be you
Seja destemido, seja você!
Ouça o artigo

O homem na arena – Theodore Roosevelt

Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor.

O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente.

Trecho do discurso “Cidadania em uma República” (ou “O Homem na Arena”), proferido por Theodore Roosevelt, em 23 de abril de 1910.

No artigo anterior falei sobre ocuparmos nosso lugar no mundo (link), mas faltou falarmos sobre algo fundamental que irá acontecer a partir do momento em que você começar a se colocar em ação. Você vai errar, em todas as áreas da sua vida e de formas inimagináveis – mesmo que seja detalhista e metódico –, e isso é tão claro quanto a luz do dia, porque essa é a vida quando você está em movimento. E o que tem de errado com isso? Absolutamente nada! O erro é tão somente uma das possibilidades que podem resultar das escolhas e atitudes tomadas. Eles fazem parte de quem está na arena e também do nosso crescimento, tenho certeza de que se lhe perguntasse agora algum momento marcante seu, de amadurecimento, que lhe venha à mente, provavelmente adveio de um erro cometido acompanhado de agradecimento pelo ensinamento. Quando a lição é vivida e aprendida, vemos com antecedência a possibilidade de sua repetição nos permitindo ajustar nossa vela com tranquilidade e partir em outra direção, isso não é ótimo? Então, por que razão fugimos dos erros?

A questão é que desde muito pequenos fomos ensinados a rejeitar o erro, pois errar tem uma implicação ruim, remete a repetição, trabalho dobrado, repreensão e de alguma forma punição, então, nada mais natural que fujamos dele. A dificuldade é que crescemos com essa visão e tomamos como algo extremamente negativo, nos tornamos mestres em nos enrolarmos em nossas próprias desculpas – como o perfeccionismo –, para não sairmos do lugar e culparmos a vida por todas as frustrações. Nesse aspecto nossa geração é chata e melindrosa, sempre buscando justificativas e culpados para suas fraquezas, dando-se a desculpa de acúmulo de conhecimento, de preparação para se desenvolver e agir no momento certo, sendo que o único momento certo é agora, o resto é procrastinação. O quanto você está disposto a ir à luta para conquistar alguma coisa, de verdade? E não é para mim que você tem que responder e sim para a vida – e não adianta mentir –, é ela que você vai ter de enfrentar e provar o quanto está comprometido, o quanto aguenta ficar de pé enquanto ela lhe coloca empecilhos, dúvidas, incertezas e erros. Você não é privilegiado por isso, acontece com todos de formas distintas.

Fugimos tanto da ideia de errar que paralisamos para evitar que isso ocorra, acabando, por fim, estáticos, sem evoluirmos e nos tornando eternos dependentes emocional e financeiramente. Como no discurso de Roosevelt, mencionado acima, “o crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena, que luta bravamente…”, e isso não é certeza de vitória, mas de aprendizado sempre. Por isso, erre, erre muito, sem medos ou receios, estruture novamente, ajuste o necessário e vá de novo pela milésima vez se assim for necessário, mas não paralise. As coisas não fluirão da forma como imaginou porque a vida real é muito diferente das nossas fantasias, mas isso não significa ruim. Pare de se sabotar com desculpas, acumule tentativas, equívocos, aprendizagens e acertos, uma hora eles vêm e fazem tudo valer a pena. Entenda que os erros acompanharão você sempre, faça as pazes com eles, o mais rápido possível, e continue. Qual seria o problema de errar e começar de novo? Isso acontece o tempo inteiro. Vá com medo mesmo.

04 Maio, 2020

Você está ocupando seu lugar no mundo?

Mulher usando jaqueta jeans e gorro mexendo os braços sorrindo
Ouça o artigo

Começo questionando você: está satisfeito com o lugar que ocupa no mundo? Tudo bem, vamos começar pequeno. Sua importância e seu lugar no ambiente familiar, trabalho, no círculo de amigos estão bem definidos? Quais são suas habilidades e o que você faz de um jeito único? Pode parecer bobo e você me dizer que todos nós sabemos bem nossos pontos fortes, mas você faz uso diário disso para o seu crescimento e o seu sustento? Existem algumas questões que temos tanta facilidade em fazer que passam despercebidas por nós e não as utilizamos com foco direcionado, sendo assim desperdiçadas. Quando sabemos no que somos bons e fazemos bem, temos a real noção de nossa importância e utilidade, nos sentimos instigados a fazer mais, sentimos fome de ação e encontramo-nos impelidos a ampliar nosso radar para atingir um maior número de pessoas, sabendo que estamos fazendo a diferença na nossa vida e na de outras pessoas.


Quando comecei a querer me entender mais, fiquei com esse apetite de encontrar meu lugar, passei a anotar tudo o que percebia que tinha facilidade, o que gostava de fazer e o que sentia que poderia ser útil as pessoas. Perguntei às pessoas próximas o que na visão delas era meu diferencial, pois é legal se dar a oportunidade de ser visto pelos olhos de outras pessoas. Porém, como dizia Steve Jobs, “a vida é a arte de ligar os pontos”, e isso não há como terceirizar. Mas tenha calma, da intenção até conseguir vislumbrar algo palpável demanda tempo, dedicação e principalmente se colocar em movimento. Não há como sabermos se uma ideia é boa ou um tiro no pé enquanto só vislumbramos isso em nossa mente, pois ela pula cenários e esquece de deixar anotado que imprevistos irão acontecer. Isso é o que o campo de batalha traz de conhecimento, clareza e direção, por isso, comece.


Durante uma imersão, a responsável falou algo que marcou a memória: sabe as pessoas que você admira, que brilham? Elas provavelmente terão alguns pontos em comum, mas o que quero trazer aqui é que elas ocupam o seu espaço no mundo e por essa razão saltam aos olhos. São superdotadas, pessoas mais evoluídas, seres de outro planeta? Não, são pessoas como eu e você com um objetivo extremamente definido a ponto de se tornar uma fixação. Isso não quer dizer que não tiveram de lidar com dúvidas, medos e frustrações, mas foram em frente apesar deles – isso é coragem –, sabendo o seu porquê de enfrentar tudo aquilo. Olhamos estas pessoas no auge, seus resultados impressionantes, até com uma certa pontadinha de inveja, mas esquecemos de olhar seus bastidores, o que fizeram e, principalmente, do que abdicaram para estar ali. Normalmente são seres humanos com trajetórias feitas de inúmeras quedas, erros, desencorajamento, mas com força de vencer e a certeza do que tinha de ser feito. Você está disposto a isso para ocupar o seu lugar?


Todos nós viemos ocupar um lugar importante no mundo, brilhar, e isso não é papo utópico, é somente a realidade diferente do que nos foi ensinada e que de verdade nos preenche. Se você não está feliz com o lugar que ocupa, com a situação em que se encontra, MUDE, não diminua seus sonhos, não se conforme porque sempre foi assim. Altere o curso, intensifique seu foco e determinação, analise onde você quer chegar, mire e só pare quando estiver lá. Leve em consideração onde você pode ser útil, teste habilidades novas, intensifique as já conhecidas, crie soluções, se reinvente. O mundo nunca esteve tão propício para novas atividades. Suas habilidades e experiências são únicas, e uni-las e compartilhá-las com os outros cabe a você. Bato nessa tecla porque sigo nessa busca por me desenvolver, atingir meu máximo de desempenho, e quero que você atinja o seu também. Não se contente com pouco, não se acostume com o que não gosta.


Cuide da sua caminhada, sem se comparar, não tenha vergonha de onde quer chegar, sem pisar em ninguém, não há problema algum em pensar alto. Seja você aquela pessoa que você admira, que brilha, que sabe exatamente o lugar que ocupa e a diferença que faz na vida das pessoas. Não será fácil chegar onde sempre quis, mas saiba que existe um lugar que é só seu e que você precisa ocupá-lo por maior que seja o desafio. Faça a diferença para você, para as pessoas próximas, quiçá para o mundo.

01 Maio, 2020

O quanto a relação com seus pais interfere em sua vida?

Pai brincando de rodar com filhos na praia.
Se preferir, ouça o artigo.

Esse é um artigo longo porém, necessário. Trata-se de um assunto delicado, mas há tempos vem passando na minha cabeça como se pedisse minha atenção para ser abordado por aqui. Pois bem, comecei a deixá-lo fluir mais livremente, permitindo-me absorver informações que chegassem e também observando as relações próximas e as nem tão próximas a mim. O quanto a relação com seu pai ou sua mãe interfere em sua vida? Você já se fez essa pergunta honestamente? A intenção desta vez não será abordar minha experiência, mesmo que ela também tenha sido levada em consideração para escrever este artigo, mas abordar de uma forma mais ampla e permitindo que cada um sinta à sua maneira.

Contudo, para que possamos iniciar de um mesmo ponto, vou situá-los que uma das razões de me autoconhecer foi a busca por uma melhor relação com meu pai. Desde criança até o início da minha fase adulta minhas memórias sobre nossa relação eram de confronto, enfrentamento, eu querendo, de alguma forma, que ele respondesse às minhas expectativas, querendo chamar sua atenção, sentindo que não me entendia. Não sei lhes precisar agora quando foi que a ficha caiu, mas tenho quase certeza de que foi durante uma de minhas meditações, em que me veio nitidamente “como você vai lidar com todo o arrependimento que vier consumindo você como uma avalanche quando ele falecer e você não tiver feito nada para essa relação melhorar?”. Eu estava lá buscando me conhecer, me silenciar, e vem algo sobre o meu pai? Só posso estar meditando errado, pensei.


Nosso coração, que é com quem nos conectamos enquanto meditamos, sempre sabe quando estamos prontos e com o que devemos lidar no momento. A relação com nossos pais, e aqui incluo quem não tem uma relação muito próxima – ou como gostaria – com a sua mãe, ou com quem o criou, é de influência direta nos adultos que nos tornamos, na forma como nos posicionamos perante a vida e como encaramos ela também. Por isso que a curar, acolhê-la e ressignificá-la seria meu conselho número 2 para você – o primeiro seria a meditação, para que você consiga entender e lidar com tudo que florescerá com essa intenção.


Desenterrar esse baú de memórias irá liberar cobras e lagartos, fantasmas e dores há muito não mexidas, mas pode ter certeza de que elas sempre estiveram lá, mesmo que adormecidas, esperando sua atenção. Crescemos com variados tipos de ressentimentos. Alguns queriam mais atenção, outros queriam ser ouvidos, estes que seus pais fossem em suas apresentações, aqueles que os parabenizassem pelo bom trabalho ou simplesmente que estivessem ali para dar um abraço e dizer que ia ficar tudo bem, ou outros tantos lidaram com o vazio de pais que foram embora. Os sentimentos e as histórias são diversas, e se estão aí dentro ecoando são relevantes sim, cada um de nós sabe onde nos dói e o peso e influência que isso tem em nossas vidas, porém, quem disse que tem de ser assim para sempre? “Ah, Josi, mas você não conhece minha mãe, é o cão em forma de gente, aquela lá não vai mudar”, ou “Meu pai é um chato, frio, sem sentimento algum, e só outra vida para mudá-lo (usei adjetivos leves, mas pode completá-los da forma que se sentir mais à vontade, não poupe palavras, são os seus sentimentos).


Não tenho dúvidas, só você sabe o que passou, suas dores, as memórias mais doloridas, imagens guardadas a sete chaves até da pessoa mais íntima, e não tenho conhecimento sobre sua história e as marcas que você carrega, sinto muito por isso. Mas você já é adulto, com seus princípios, pensamentos e visões próprias logo, saia do papel de julgador e de vítima e veja a melhor forma como você pode lidar com essa relação atualmente. Não exija mais do que você consegue lidar no momento – e se não conseguir agora está tudo bem também –, um passo de cada vez, assim que uma relação é feita, mesmo as já estabelecidas, pois você está construindo uma nova relação, e não pense que será do dia para a noite. “Duvido que ele ou ela mude!” Realmente isso pode acontecer, mas tenha claro em sua mente que a razão de estar fazendo isso é para e por você, para sua libertação, sua cura, para acalmar sua alma e amenizar a sua caminhada. Por mais que ache que essa relação já nem afeta você tanto assim, pode ter certeza de que ela controla você de alguma forma.


Sei que em algum momento você se sentirá vencido pelo cansaço, querendo desistir e ache que não há mais o que fazer, então pense em algum momento muito marcante, aquele que só de pensar lhe dá um nó na garganta com essa figura familiar, veja todo o cenário, sinta ele e agora se coloque no lugar daquela pessoa. Com o conhecimento e a consciência que ela tinha naquela época, levando em consideração sua história, sua infância, suas conquistas e derrotas, a relação daquele ser humano com seus pais também,vestindo seus sapatos, fique aí o tempo que precisar e permita-se sentir o que vier. É mais difícil julgar e um pouco mais fácil entender sua forma de agir, não é mesmo? Não estou dizendo que a pessoa está certa ou errada e sim quero ajudá-lo a ampliar a visão e entender que as pessoas sempre têm uma razão para agir como agem e frequentemente há uma história dolorida por trás. Você sairá diferente dessa experiência, pode acreditar.


Levamos um tempo para entender que aqueles super-heróis de nossa infância nada mais eram do que seres humanos lidando com suas dúvidas, seus medos e incertezas também. Cabe a nós tirá-los deste pedestal em que nós mesmos os colocamos e vê-los como pessoas normais tentando diariamente fazer o seu melhor mesmo que não saibam muito bem de que forma. É a caminhada deles também, não pense que é fácil. Saia um pouco do centro do seu universo e debaixo de todas as suas dores e mágoas e permita-se vê-los, de verdade, com os olhos de compaixão.

Se você tem consciência nesse momento e quer buscar uma melhora na relação entre você e seu pai/sua mãe, comece agora, arregace as mangas e vá à luta, não espere que eles venham pegar sua mão e pedir desculpas pelos erros que cometeram achando que estavam fazendo o melhor para você da forma que podiam. Essa pessoa lhe deu a vida, e por essa “simples” razão merece que você pelo menos tente, e, se mesmo assim nada mudar tudo, já mudou, você saiu diferente, buscou fazer um novo movimento, realizando algo que esperava que fizessem por você, sendo o agente e saindo do papel de vítima. Se conseguir perdoá-los, ótimo, se ainda não for possível, está tudo bem, vá no seu tempo, mas influo você a ir nessa jornada – quando seu coração sentir – e desbravar esse mundo de memórias. Nesse passeio você tem a oportunidade de curar duas gerações de relacionamento, a com seus pais e a com seus filhos – claro, se você os deseja –, mas acima de tudo fazendo isso para sua evolução e para uma vida com mais leveza e amor.

29 abr, 2020

Quero me autoconhecer. Por onde começar? Parte I – Meditação

Mulher em meditação no alto de uma pedra cercada de montanhas e do mar

Primeiramente deixemos claro que não existe fórmula perfeita, cada um começa sua caminhada a sua maneira,- a minha foi a meditação -, pois, a vontade/necessidade de se autoconhecer aparece de diferentes formas para cada um. Este é um artigo, de uma série deles, onde vou abordar um pouco sobre as ferramentas que utilizei para me autoconhecer, tendo o objetivo também de mostrar que nada é linear e não tão somente tranquilidade nessa caminhada. Autoconhecimento é tsunami, vendaval profundo mas recompensador. Compartilhar por onde iniciei e etapas que passei é abrir a possibilidade de ajudar outras pessoas que neste momento não sabem muito bem por onde começar a sair do casulo. E é natural, no decorrer da vida vamos nos perdendo em meio às máscaras atrás das quais nos escondemos para transitar com mais tranquilidade pelos ambientes, e acabamos por colocar tantas camadas em cima de nós para manter um ambiente harmonioso e na busca de não ficarmos sozinhos que parece difícil sair debaixo de tudo isso. Se autoconhecer é se desfazer de todo esse peso, e por essa razão nos exige trabalho constante, mas vale cada segundo.


Outro ponto importante é ter em mente que pessoas vão se afastar, outras vão chegar, e o quanto antes você entender que esse é o fluxo natural da vida, menos machucados você, que está na caminhada, e os que não estão vão ficar. Se autoconhecer é se perder e se encontrar inúmeras vezes, é dirigir um caminhão sem freio ladeira abaixo que não pode – e você não quer mais – parar. Meu processo foi bastante solitário no início, mas o seu não precisa ser, vamos juntos! Neste primeiro artigo vou abordar a meditação, prática que tem um valor imenso para mim, por que recorri a ela e como iniciei essa atividade. Leve em consideração também que estas são somente opções e alternativas, pois, no fim das contas, o que vale mesmo é o seu sentir, a sua intuição de por onde deve começar e o que fazer. Espero de coração que possa, de alguma forma, inspirar você.


Em meados de 2017 eu estava prestes a me formar no ensino superior em meio a um turbilhão de indecisões sobre meu futuro. O plano sempre foi ir embora do Brasil, tanto que busquei um curso em que pudesse trabalhar em qualquer lugar do mundo, mas aquilo já não estava me soando tão bem e estava quase convicta de ter escolhido meu curso baseada nas razões erradas. Posso lhe afirmar que me encontrava aflita e sem saber para onde correr. Eu que sempre soube exatamente o queria da vida me via cada vez mais em dúvida de tudo. Naquele momento minha amiga Pugli, como a chamo carinhosamente – Gabriela Pugliesi, influencer digital –, fez uma viagem para Bali e passou comentando sobre os diversos benefícios da meditação. Aquilo fez um clique dentro de mim, parecia combinar perfeitamente com meu momento, algo que me ajudasse a me centrar, me encontrar e que me auxiliasse a alcançar respostas, eu estava ávida por elas. Não tinha mais como fugir, precisava me conhecer, ou me enfrentava ou seguiria correndo em círculos sem sair do lugar. Me agarrei na meditação, de maneira que, se pudesse, praticava mais de uma vez ao dia. Comecei a ler mais, seguir pessoas que falavam sobre diferentes práticas, estava determinada.


Um adendo: se você sentir inclinação a alguma prática ou atividade, aconselho você a se ouvir e ir mais a fundo no assunto, colher informações, seguir pessoas que lhe inspirem e que você tenha curiosidade de ouvir pode ser um bom indicativo para onde você deve ir. Porém, atente-se a não se perder nessa de “seguir” pessoas, é importante traçar uma linha e se manter nela, pois há muito barulho hoje em dia e podemos nos perder rapidamente querendo acompanhar alguém. Na dúvida, se questione e se escute.

Iniciei com o que tinha naquele momento, até porque você não precisa de muito para meditar, a vontade é a maior delas. Sentava no travesseiro dobrado – hoje tenho um tijolinho de yoga que ajuda muito –, escurecia bem meu quarto, colocava os fones e punha no aplicativo de meditação guiada por 10 minutos. Às vezes eu dormia, outras ficava a maior parte do tempo pensando em coisas aleatórias e tentando voltar para minha respiração, sentia dor nas pernas, nas costas, coceira. Quando você para e observa sua mente é enlouquecedor notar o quanto ela fala e perceber o domínio que ela tem sobre você, a determinação em tirar seu foco e brincar com suas emoções. Silenciá-la é exaustivo no início, ela possui uma habilidade impressionante de nos manter ocupados fantasiando como poderia ter sido diferente ou fica arquitetando planos sobre algo futuro que indubitavelmente acontecerá diferente do que ela tentou mostrar. Porém, quando você consegue que seus pensamentos sejam tão somente nuvens passageiras ou balões subindo cada vez mais alto e desaparecendo, sem apegar-se ou julgá-los, aquilo lhe traz paz, simplicidade, pé no chão e visão ampla quanto aos fatos.

Convido você a abrir espaço no seu dia e fazer uma meditação de 10 minutos que seja, focando em sua respiração, contando de 1 a 10. É como tirar um peso das costas. No seu tempo, comece com poucos minutos, respire – esse é o segredo da meditação e da vida! A respiração tem o poder de nos acalmar e de nos trazer de volta ao nosso centro, por isso lembre disso sempre que necessário. Busque a forma a que você melhor se adapta, seja com som, sem, guiada, uma música de fundo, com incenso, velas, sentado, deitado (leve em conta suas costas)… deixe sua intuição guiar você, mas prepare seu ambiente, deixe-o aconchegante. Tente manter a prática no mesmo horário para que seu corpo e sua mente entendam que você está adquirindo um novo hábito. Vá sentindo e percebendo o que funciona melhor para você, e não esqueça, é um autoconhecimento e tudo deve ser experimentado – sem discriminação ou julgamento –, até sentir qual o estilo que se encaixa melhor a você. Lembre-se de avisar – a você mesmo e às pessoas ao seu redor – que este é o seu momento e que não deve ser interrompido, esta é uma forma de todos entenderem que você se respeita e quer respeito quanto ao seu espaço e sua prática.


Dica de amiga: INSISTA! No início pode ser um pouco difícil, sua mente estava acostumada a falar o tempo todo durante sua vida inteira, não imagine que você dirá para ela se calar e ela irá acatar no primeiro intento. Você irá observar a evolução com o passar dos dias e os benefícios de nos reencontrarmos conosco mesmos na correria do dia a dia. E mais uma coisa: tenha paciência consigo, se não pode praticar hoje, tudo bem, só volte, amanhã vá de novo, sem cobranças extremas, sem se subjugar, se hoje não foi bom, tente amanhã de novo, com vontade e empenho uma hora vai, acredite. Se você tiver um caderno para anotar insights pós-meditação, também é algo positivo, pois acabamos tendo ideias e sugestões muito bacanas quando colocamos um propósito antes de iniciarmos nossa reflexão, além de poder anotar ali seu progresso.

A meditação me trouxe clareza, mais calma, um maior direcionamento, sem falar na capacidade de me autoconhecer e ir mais a fundo nas minhas emoções. Por isso, sempre que posso indicar uma ferramenta que faz diferença na vida, eu falo sobre ela, além do fato de que ela não exige quase nada para ser posta em prática. Como falei lá em cima, a vontade é o essencial, basta querer. Abaixo, deixei algumas opções de aplicativos que você pode baixar para começar a praticar – se assim o sentir – e analisar qual atende melhor suas necessidades, e caso você utilize algum app diferente, adora, e queira compartilhar, é super bem-vindo. Depois me conte aqui se você começou, se já pratica e a importância da meditação na sua vida.


– Vivo meditação: Meditação guiada, em português, com opções de escolha de objetivos que você busca com a prática. Tempos de meditação variados. Ótimo para quem está iniciando mas também para quem já medita há um tempo – grátis e versão paga. Tendo opção para IOS ou Android.

– Calm: Com opções de meditação guiada ou somente fundos musicais, maior possibilidade de tempo de meditação – até 12 horas – a versão gratuita já oferece bastante benefícios. Possibilidade de usar o app em português. Tendo opção para IOS e Android.

– Insight timer: Também com opções de meditação guiada ou fundos musicais. Possibilidade de usá-lo em português. O bacana deste é que vem com um relógio dando a oportunidade de você configurar por quanto tempo quer meditar. A versão gratuita responde bem as expectativas. Tendo opção para IOS e Android.

27 abr, 2020

Vulnerabilidade – uma fraqueza ou sua maior força?

Vulnerabilidade: Coração preto de papel sendo trocado de mãos

Descobri Brené Brown há cerca de um mês, durante um curso a professora indicou um vídeo dela, como inspiração, para olharmos. Desde então, eu já vi este vídeo, e alguns outros dela, uma porção de vezes. Mas, voltando, aquele primeiro vídeo reverberou em mim. Brené aborda de forma única seu estudo – de mais de 15 anos – sobre vergonha, exatamente, uma pesquisadora no estudo sobre vergonha. O receio que temos de mostrar nosso lado sensível, nossas dores, nossas angústias, nossos devaneios, por favor, “que ninguém descubra coisas do meu passado”. A própria Brené, quando deu a sua palestra – para algumas centenas de pessoas –, ficou em choque ao ser informada que seria disponibilizado no YouTube e que – na cabeça dela – 4.000 pessoas pudessem ver seu momento de maior vulnerabilidade, quando ela diz que passou por um esgotamento. O vídeo alcançou mais de 39 milhões de visualizações e trouxe conhecimento global a ela, mas, além de tudo isso, a meu ver tirou a autora da sombra de só acompanhar histórias e comparar seus dados, ela foi para a arena, se tornou protagonista e experimentou na pele aquilo que ela somente estudava, e isso sim lhe traz conhecimento de causa inquestionável.

Somente uma adição ao contexto: jogando limpo com você, pensei diversas vezes se deveria ou não fazer o blog, pois escrever aqui me deixa vulnerável, você tem acesso a informações bastante particulares, e isso dá medo. Pensei: “Estou exposta, e agora?”, mas só conseguia pensar e sentir que todas essas informações precisavam ser divididas. Aquele vídeo de 20 minutos me tocou de uma forma intensa, chorei, pois vi ali que minha ideia do blog era uma certeza vindo como uma avalanche sobre mim, daquelas certezas que, nem que você não queira, ela pega você pelo braço e diz: “Nós vamos, chega de se esconder!”. E juro a você, eu queria de todas as formas me esconder, ficar invisível, é bem mais fácil ficar na arquibancada, mas percebi que era a vergonha – utilizando a pergunta: “Você acha que é boa o suficiente para escrever para os outros?” – querendo calar um projeto que só tem a intenção de fazer bem, então mandei ela passear.

Não havia percebido, até então, que em diversos momentos busco a vulnerabilidade, quando peço desculpa sem pestanejar, quando me exponho sem saber qual vai ser o resultado – como aqui no blog –, quando eu digo “eu te amo” sem cerimônia e sem esperar de volta. Estou aqui dividindo com vocês histórias da minha vida que têm uma grande importância para mim e eu não sei o que virá depois disso, mas preciso compartilhar com vocês que com 32 anos e através de um vídeo de poucas semanas atrás eu descobri uma das minhas características mais presentes e que me dá forças e não me apaga como eu costumava pensar.

Foi através da minha vulnerabilidade que me permito ir e voltar, começar cursos em áreas tão distintas, crescer em diversos aspectos, conhecer pessoas incríveis, me amar e me sentir amada, e é por causa dela que eu não desisto de encontrar o que eu realmente quero fazer, e em razão dela faço questão de não esconder isso de ninguém. A vida não é fácil, se abrir para ela, se arriscar sem saber no que vai dar, se terá retorno e qual será… e esse é o mais bonito dela, o quanto ela exige de você coragem, atitude, jogo de cintura, entrega e muitas vezes acreditar mesmo no escuro. Seja amável com você, somos com as pessoas ao nosso redor mas nos tratamos como se fôssemos os últimos merecedores de nossa atenção. Suas relações são um reflexo de como você se trata, lembre disso.

Dividir com você tudo isso é para mim um ato de coragem e satisfação – advindos da vulnerabilidade –, daqueles que me fazem acordar feliz com minhas atitudes, e quero que você prove essa sensação também. Por isso convido você a se permitir ser vulnerável e permitir que as pessoas próximas a você também o sejam. Não ria, não julgue, não caçoe quando alguém abre o coração a você, isso é um ato de entrega e confiança, respeite como você gostaria que fizessem com você. Se dê a ousadia de dar o próximo passo no escuro. É incerto? Certamente, mas deixe eu lhe falar, tudo na vida é, então se permita ser visto, de verdade, por aqueles que você ama e permita-se olhá-los também com o coração.


Abaixo deixo a você duas oportunidades de vídeos curtos, porém incríveis, de Brené, caso sinta de vê-los e começar a semana com inspiração, determinação e vendo a questão vulnerabilidade de outra forma.


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22 abr, 2020

Você já fez um balanço do que aprendeu neste período de quarentena?

Fazendo meu balanço, e você?

Você pode não concordar comigo, mas sempre tive o pensamento de que as coisas acontecem por uma razão, sempre! Essa situação, assim como uma perda, uma dor muito grande, nos faz olhar para lugares e situações dentro de nós de que fugimos – tipo o Papa-Léguas do Coyote – assim que sua pontinha desponta no horizonte. “Ah, mas agora eu falo mais com quem amo porque tenho tempo.” Nós sempre tentamos nos justificar, é difícil para o ser humano assumir suas escolhas e principalmente admitir que se colocou como prioridade. Isso parece um erro. Nos foram dadas, antes desta pandemia e quarentena imposta, milhões de oportunidades para que parássemos – por menor que fosse o tempo – e entendêssemos as nossas reais necessidades e percebêssemos se elas conversavam harmoniosamente com a direção que estávamos tomando. Fazer um balanço mesmo.

Neste sentindo, temos a soberba de achar que estamos no controle de tudo e que podemos decidir o momento em que vamos nos ater a determinada situação e resolvê-la. O que não percebemos é que o mundo está, há tempos, pedindo nossa atenção, e, irresponsavelmente, focamos em trabalhar mais, ganhar mais e assim poder consumir mais e mostrar aos outros que somos capazes.

Estamos vivendo, a maioria de nós, por razões erradas. E aqui não tem meu ponto de vista e o seu ponto de vista, e sim o ponto de vista do ser humano, que se apega a atender suas prioridades físicas e materiais sem parar um segundo para se ouvir, ouvir seu corpo, suas reais necessidades, ou você acha que é o seu corpo que pede para comer mais aquela fatia de torta? Não, é a fuga para não olhar para aquela emoção gritando por atenção, e na busca de silenciá-la, mais uma vez, se corre sedento por uma satisfação instantânea de prazer que em minutos traz um novo vazio e começa uma nova busca por calá-la, presos em uma roda.

Ainda assim, nos foram dadas inúmeras chances anteriormente, porém pouco utilizadas, sendo necessário parar o mundo para que nos olhássemos, a nós mesmos e às pessoas do nosso convívio, com mais afeto; imagino que sairemos muito diferentes depois desta quarentena, e não cheios de promessas, como na virada do ano, mas com atitudes. Fomos privados do mais primordial dos direitos, o de estarmos perto de quem amamos, de poder abraçar e tocar; acredito que o mundo está querendo nos mostrar que precisamos amar, não somente nossa família, amar a todos, pensar no outro… Já falei aqui antes (O quanto você está se deixando para depois), e é algo em que acredito e exercito: você tem que ser sua prioridade 1, 2, 3, 4, mas acho que não fui clara quanto ao que vem depois.

Quando você aprende um pouco mais sobre você mesmo, está na hora de olhar para o outro, é uma forma diferente, mas que resulta também em conhecer a si mesmo. Se preencher de você transborda a ponto de você querer, e poder, distribuir essa atenção. Somos partes de um todo, e, sim, o planeta está nos chacoalhando para que entendamos de uma vez por todas que o espírito não é, e nem nunca foi, de olhar só para si e sim para o coletivo, de sermos seres humanos melhores.

Espero do fundo do meu coração que este período de quarentena esteja sendo aproveitado para fazer listas de prioridades, de sonhos, de olhar para dentro sem receio do que vai encontrar por lá, mas também que esteja sendo um período de ação, de trazer para a realidade aquilo que só mantinha no plano da idealização, onde tudo parece perfeito.

Que este tempo ajude a clarear seus olhos, ouvidos, toque para que quando vá para o mundo novamente saia com os sentidos aflorados e refinados e perceba tudo como uma criança, se deleitando com o todo maravilhoso que o mundo tem para oferecer. Que as pessoas saiam mais sensíveis consigo mesmas e com as demais, percebendo que nada nos difere e que somos melhores quando estamos juntos.

Quais mudanças já percebeu em você neste período? Me conte aqui, quero muito saber. Uma boa quarentena a você.

20 abr, 2020

Pare de culpar o mundo e a assuma quem você é!

Frase "you got this" - você consegue isso - escrita no asfalto com folhas no entorno.
Você consegue isso (tradução)

Por muito tempo, e com isso quero dizer em torno de 15 anos, eu alisei meu cabelo. Quando eu era pequena tinha o cabelo bastante encaracolado, crespo mesmo e armado – natural de um cabelo desse tipo. Ver várias mulheres por aí ostentando seus crespões é natural – e lindo – hoje em dia, mas pense nisso 20 anos atrás, quando eu era uma criança, me desenvolvendo e prestando atenção em tudo que acontecia ao meu redor e os colegas me chamando de inúmeros apelidos. O mais comum deles era Valderrama – de Carlos Alberto Valderrama, um antigo jogador colombiano, se ficou com curiosidade joga lá no Google, mas não ria! – Eu voltava triste para casa, chorava, odiava meu cabelo, pedia para minha mãe prender e dormia com meia na intenção – que inocência – de que ele ficasse mais baixo quando acordasse.

Por mais que em casa elogiassem, e na rua parassem minha mãe para perguntar se era natural, eu não achava ele bonito, não nos foi ensinado que o crespo era visivelmente tão lindo (queria ter um emoji de mão na cabeça agora para corroborar essa fala). Nesse sentido, passei grande parte da minha vida tentando esconder meu cabelo de verdade, para ser aceita. O quanto de trabalho – e loucuras feitas – já passei em relação a ele só eu e minha mãe sabemos… por exemplo, foi escova japonesa, alisamento, progressiva, nem vou contar mais porque vai cansá-los e esse não é o mérito do assunto, só a última – quem é dessa geração e não usou ferro de passar roupa no cabelo que atire a primeira pedra.

Não estou levantando a bandeira do crespo, nem do liso, nem falando que a sociedade nos impõe um padrão de beleza. Aprendi que a vida é o que você faz em vez de ficar se queixando e se vitimizando. Ela é dura, desafia você, quer que você esteja cada vez mais forte para a próxima etapa, em outras palavras, ela não vai lhe alcançar um lencinho enquanto você chora e reclama que o mundo está contra sua pessoa. Fazer isso é jogar fora nosso recurso mais escasso – tempo –, culpando em vez de buscar se encontrar e se aceitar.

Se quer mudanças, faça, comece por si, não pelos outros, e comece agora, não espere o momento certo de agir, ele nunca chegará. Desculpe a franqueza, mas a verdade precisa ser dita, e falo por experiência própria. Quando fizer aquele procedimento vou me amar mais, quando fulano mudar nossa relação vai ficar mais fácil… não, não vai! Pare de adiar a resolução dos seus problemas. O mundo, as pessoas, o governo não tem nada a ver com o que passa aí dentro e o quanto você delonga de se assumir e se amar. Essa inclinação que temos de culpar o externo, buscando elementos fora que validem nossa vida não estar da maneira que gostaríamos, o hábito de nos eximirmos das nossas responsabilidades só retarda a clareza e a compreensão da gente mesmo.

A partir do momento em que entendi que o mundo não nos deve nada busco cada vez mais sair do papel de mártir que nossa geração insiste em se colocar e fazer diferente. Nunca antes existiu momento melhor para você bater no peito e assumir quem é, suas paixões, anseios e dúvidas sem se preocupar com o que vão pensar ou falar. E tem algumas pessoas – você é uma delas? – que insistem em seguir apontando dedos sem olhar para o seu próprio umbigo. Vou lhe falar, e você precisa aceitar, que as relações só vão melhorar a partir do momento em que você assumir a sua parcela de culpa e ir para a ação, para o movimento, e não ser somente uma reação em resposta ao outro. Pare de esperar, AJA!

Ouse ser você mesmo, com seus erros e acertos, defeitos e qualidades, mas seja você, inteiro, verdadeiro, em ressonância com seu interior, com coragem. Exterior é reflexo do que carregamos lá dentro, logo, não se preocupe com o resultado, se preocupe com o planejamento e a execução, os resultados que você colhe são tão somente consequência de um trabalho bem-feito. E se aprimorar, como ser humano, exige dedicação, comprometimento, ânimo, esforço contínuo, vigilância, mas os frutos são eternos. Quando a mudança é real, ela vem para ficar e não há como voltar atrás. Você deve isso a si mesmo, a se olhar com amor, com afeição e se permitir ser quem você é de verdade. “Mas, e se não gostarem desse meu eu de verdade?” Você automaticamente irá atrair pessoas que se olham dessa forma também e se assumem independente da visão externa, e não tem problema algum em fazer novas amizades, não é verdade?

O quanto você está se permitindo, genuinamente, ser você mesmo? Me conte aqui.

P.s.: Quer ficar sabendo assim que sai artigo novo? É só se inscrever aqui do lado do texto na área “FAÇA PARTE DO GRUPO QUE RECEBE NOSSOS CONTEÚDOS PRIMEIRO!” preencha com suas informações e pronto. Sempre que tiver artigo novo você será avisado antes!