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01 jun, 2020

Veja sua história como seu superpoder

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Refletindo um pouco sobre minha caminhada, enquanto escrevo os artigos, percebi o quanto minha história é poderosa, e antes que você pense que estamos vendo sinais de soberba por aqui, não, quero dizer que a história de cada um de nós é nosso superpoder. Demoramos, e nesse momento falo por mim, a dar valor a cada um dos tropeções, escolhas equivocadas, atalhos pegos no intuito de ir mais rápido – e que me fizeram voltar dez casas, como nos jogos de tabuleiro –, mas que me ensinaram mais do que poderia descrever. Essa foi outra parte significativa que o autoconhecer me trouxe, o acolhimento, a aceitação de quem fui, de escolhas feitas e caminhos que não me trouxeram o resultado esperado. Queria entender o porquê de nos compararmos tanto aos outros, muitas vezes até diminuindo nossas vitórias e menosprezando nossa caminhada e história. Ela pode não ser exatamente aquilo que gostaríamos ou imaginávamos, mas nos trouxe até aqui formando quem estamos.

Tenho certeza de que, se você, aí do outro lado, tivesse a oportunidade de mudar alguma coisa na sua caminhada, não titubearia. Fomos ensinados que errar não é legal, já falei sobre isso aqui (link), e muitas vezes queremos uma nova oportunidade para fazer diferente, mas os erros moldam nossa personalidade, nossos princípios, as pessoas que nos tornamos, e sem eles metade do nosso caráter não seria desenvolvido. Quando erramos, temos a oportunidade de visualizar mais claramente as arestas a aparar, é uma oportunidade de amadurecimento, porém corremos para apagar isso da nossa história, torcendo para que caia no esquecimento das pessoas ao redor e principalmente no nosso. Mas enquanto não mudamos nossa perspectiva tudo é sombra e nos acompanha até nos momentos mais banais. Acolha, ame, tenha orgulho de sua história, e falo isso porque estou aprendendo a fazê-lo também. Queremos mostrar nossas vidas bonitas, cheia de conquistas, uma coleção imensa de acertos, mas isso é enganar principalmente a nós mesmos, pois tal coisa não existe e nos faz cair tombos ainda maiores quando percebemos que é uma ilusão.

Essa é uma das razões por que falo com você por aqui sobre minhas experiências, para que perceba que não existem somente momentos lindos, há tudo que uma vida normalmente tem, altos, baixos, momentos de dor, luta e momentos de glória. No compartilhar com você eu passei a amar cada um dos fatos de que vou me lembrando, eles foram me desenhando e sou realmente grata por todos e cada um deles, mesmo os mais tristes e doídos, pois me ensinaram como não fazer, e cada pessoa também. Parei de ter curiosidade de olhar para os lados e me comparar, sei que por trás de cada rosto existe uma história cheia de conquistas únicas, mas dores profundas também. Às vezes me pego olhando para alguém, desconhecido mesmo, e pensando o quanto essa pessoa já passou para chegar nesse momento, como deve ser sua história de vida e o quanto ela já deve ter se superado em momentos que achava que não iria conseguir e continuou em frente. Cada trajetória é singular e maravilhosa, basta colocar as lentes corretas para observá-la.

O artigo em questão veio para incentivar você a amar sua história, acolhê-la com compaixão, como você faria com um amigo em um momento mais delicado, então, seja esse amigo para você. A sua história é única, só você sabe as dificuldades enfrentadas e ultrapassadas para chegar até aqui, tenha orgulho dela e de si mesmo. Acredite, existem pessoas que não conseguiriam passar sem sofrer por situações que você passou rindo. Todos nós temos muito a ensinar a partir das experiências que vivenciamos durante nossa caminhada, logo, aproprie-se da sua e caminhe com passos firmes de quem sabe de onde veio. Dê a oportunidade de as pessoas escutarem sua história e escute, com atenção e empatia, a dos demais, pois as pessoas estão tão distraídas em suas vidas que muitas vezes não percebem sua força a não ser que outro mencione. Seja esse alguém, impulsione as pessoas a se apoiarem e incentivarem, mostre o caminho para que possam caminhar independentes depois. Esperamos tanto o apoio de fora sem nem percebermos que o mais importante vem sempre de dentro.

27 Maio, 2020

Deixe eu lhe apresentar a Cláudia

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A Cláudia está comigo antes mesmo do que minha memória consegue alcançar e me acompanha diariamente nessa caminhada da vida, mas eu não sabia de sua existência e companhia até poucos anos atrás. A Cláudia é bem chata – desculpa aí a sinceridade –, mas é que ela tem o costume de aparecer quando não é convidada e normalmente é bastante inconveniente. Quando eu quero fazer uma coisa, me enche de perguntas e traz à tona situações vividas, totalmente fora do contexto, para me dissuadir de fazê-la. A Cláudia adora um julgamento, tem uma grande inclinação a querer dar sua opinião sobre tudo e todos – chega a coçar a garganta –, ela se acha acima da maioria, superior, sabe? Antes eu não conseguia distinguir tão claramente quando ela falava, até porque achava que éramos uma só e, ingenuamente, achava que ela era legal e só queria meu bem. Me deixava levar por suas ideias, visões, não vou negar que ela tem uma capacidade de persuasão considerável, mas comecei a perceber as sutilezas na sua chegada, onde se sentia mais confortável a interferir, quais momentos eram mais propícios a ela aparecer repentinamente e sua forma taxativa de comunicação. Esses indícios foram me deixando mais alerta para evitá-la. Se você ainda não percebeu, deixa eu ser mais clara, lhe apresento a Cláudia, o meu ego.

Lhe disse no artigo (Abrir os olhos) que o ego não é de todo o mal, pois nada é, mas não não fui tão clara sobre ele ser muito desagradável. Vou ser direta aqui nessa parte. Tudo que você pensa, acha que gosta, defende como sua personalidade, se identifica… pois bem, não é você, e sim seu ego. Eu sei, pode ser que você vá embora agora ou desista de ler esse artigo, mas as verdades precisam ser ditas por mais desagradáveis que sejam. Quanto mais você se identifica com algo, posição, papel que exerce, mais tomado pelo ego você está, e isso em outras palavras quer dizer que você está inconsciente, ou seja, você não tem consciência de suas atitudes, forma de ver a vida e quem você está. Eita, que agora ficou complexo. Na verdade, é isso que nosso ego quer que pensemos para que ele possa o quanto antes tomar posse de seu posto de costume, que é continuar controlando da forma que sempre fez e você consentiu. A Cláudia é essa daí, quer estar no controle de tudo, mas desde que a percebi ela já perdeu, e vem perdendo, muito território, o que a deixa desestabilizada mas ao mesmo tempo buscando outra forma para me “pegar”.

Tá, mas isso é uma corrida de gato e rato? Mais ou menos por aí, cada vez que ela se dá conta que a percebi ela busca encontrar alguma outra forma de se identificar, e por que isso? Porque o pensamento por si só não tem forma, ele é o que é e ponto, mas o ego ele busca controle, ele quer se identificar de alguma forma com algo externo para ter forças e assim buscar algo pelo que lutar. Vejamos o exemplo de uma criança com seu brinquedo preferido, ela está inconsciente pois ela e o ego são um, ela está formando sua personalidade, e a partir do momento em que tiram esse brinquedo ela chora muito, não é verdade? Pois ela se identifica com ele, aquele brinquedo faz parte dela, é como se arrancassem uma parte sua e aquilo lhe dói profundamente e é isso que o ego faz com todos os outros objetos, momentos, papéis que vivemos no decorrer da vida, pois ele nos quer apegados, identificados com aquilo, pois dessa forma ele se vê forte, dominante e superior, do jeitinho que ele mais gosta. Não foi fácil perceber a Cláudia, e vou lhe falar que às vezes – mais do que gostaria de admitir – ela me passa a perna, é ágil, sagaz e quando percebo já estou em sua teia.

Duas perguntas a serem respondidas: Por que trouxe esse assunto e por que Cláudia? Bem, primeiro porque quero que você se liberte de achar e se identificar com todos esses pensamentos que borbulham em sua cabeça a todo instante. Isso são artimanhas do seu ego para manter você ocupado e não fazer o que é de verdade importante para você. Tenho certeza de que chega no final de alguns dias e parece que você não fez nada do que gostaria e tinha se proposto, isso é normal quando estamos sendo comandados por essa voz que está o tempo inteiro dizendo que você deveria fazer isso em vez daquilo, que você não dá conta, que você decepciona a todos, todo mundo dá conta menos você. ATENTE-SE, esse é o tipo de comportamento habitual do ego, ele quer fazer você se sentir incapaz, que sempre falta algo e que você tem que ir atrás. Não deixe ele convencer você, a força, a garra e tudo mais que você precisa estão exatamente aí dentro de você, basta silenciar essa voz incômoda. Não estou dizendo que é fácil, mas é possível, esteja presente e consciente, o ego não consegue se manter ativo dessa forma. Quanto à Cláudia, eu dei um nome ao ego para que cada vez menos me identifique com ele, e quando percebo ele querendo tomar conta já digo: “Tá bem, Cláudia, senta lá agora!”. O ego não gosta de ser percebido, e nem de se sentir ridículo por isso, sempre que dá as caras eu rio, literalmente, e penso “já te vi aí escondido, pode sair”. Isso o enfraquece e desestrutura, mas não o faz desistir, e assim seguimos. Tente ficar atento a ele e depois me conta aqui a experiência com a sua Cláudia.


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25 Maio, 2020

Busque o desconforto intencionalmente

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Por esse título você deve pensar: “Bem, agora ela já foi longe demais, a vida já tem suas dificuldades por si só e a pessoa ainda quer que eu busque o desconforto intencionalmente, onde quer chegar com isso?”. É bem por aí, pode ser um pouco estranho no início, mas é exatamente essa mensagem que quero lhe passar. Vamos lá, deixe eu tentar me explicar melhor e por que afirmo isso. Obviamente que a ideia aqui não é lhe impor algo que você tenha que seguir, mas sim – como sempre – mostrar uma outra perspectiva, uma nova possibilidade de talvez sentir incentivo para incorporar alguns hábitos na sua rotina que podem ser bastante benéficos, principalmente a longo prazo. De repente você acha algo absurdo e sem a menor chance de querer incluir na sua vida, tudo bem, se assim for, vida que segue, já é um ótimo exercício saber lidar com o fato de que as pessoas têm diversas formas de viver e levar a vida e devemos respeitá-las sempre.

“Mas por que raios você vem me dizer que buscar o desconforto pode ser benéfico?” Bem, sejamos realistas, nós gostamos das coisas cômodas, das situações e dos ambientes que conhecemos, quanto menos surpresas tivermos no meio do caminho, melhor. A questão aqui é que, quanto mais despreparados para tomarmos decisões rápidas, mais a vida vem nos testar, ela fica ali só na espreita vendo se estamos nos desafiando ou não, e caso ela veja nossa inércia entra em ação e, como não nos preparamos para situações incômodas, detestamos, com todas as forças, quando elas aparecem. O que esquecemos com o decorrer dos anos, e da correria da rotina, é que fomos feitos para estarmos em ação e não parados esperando as situações chegarem até nós para lidarmos com elas. Isso é reação, é apagar incêndios conforme eles forem aparecendo, e você dificilmente está pronto para lidar com alguma situação que exija um pouco que seja a mais de você. Essa é a forma que você quer levar sua vida? Quando nos habituamos ao desconforto, até os momentos mais desafiadores se tornam uma circunstância a mais a se contornar e não o fim do mundo, como normalmente rotulamos nossas questões.

Pensando dessa forma, comecei a querer me deixar mais à vontade para cenários adversos. Acordo diariamente às 4h50, não é confortável nem delicioso, e muito menos acordo cantando, principalmente naquele dia de frio intenso em que você daria qualquer coisa por mais dez minutinhos debaixo daquelas cobertas quentinhas – até dou minhas amarradas –, mas levanto, água gelada no rosto e bora iniciar o dia. Se postergo meu despertador, postergo minha vida, é isso que penso quando a vontade de desligá-lo e fingir que não o ouvi vem. Mas se não é agradável, por que você faz? Esse é o ponto, por ser extremamente desconfortável que faço, e isso me fortalece mentalmente, pois, se consigo ter comprometimento diário com algo de que eu não gosto, onde eu posso chegar com algo que realmente queira tendo essa persistência? É impossível ganhar de alguém que nunca desiste. Você já havia se perguntando isso ou visto dessa forma? A zona de desconforto mostra, em momentos como estes, o quanto você pode ir longe quando tem um objetivo bem definido em mente. Já experimentou se testar com uma dieta mais restritiva por um período? O tanto de aprendizado, sobre você e seu corpo, que acompanha essa experiência é interessante.

O mesmo acontece com exercícios físicos, que em grande maioria detestamos ficar lá levantando pesos, suando, sofrendo, sentindo dores desnecessárias, e aí que está, eles são de importância fundamental, pois, como mencionei acima, nosso corpo foi feito para o movimento, e se isso não ocorre ele vai travando. Acabamos vendo por uma perspectiva totalmente distorcida, a do conforto, pois é muito melhor ficar no sofá vendo um filme, comendo pipoca, do que fazer um movimento a seu próprio favor. Nos convencemos de que na segunda-feira começamos, mas ela nunca chega, porém a conta do sedentarismo a longo prazo não atrasa. O que quero dizer aqui é que estamos sempre tomando decisões sobre algo de que precisamos nesse momento ou futuramente, mas se não tivermos essa visão ampliada normalmente ficaremos com o imediato esquecendo da importância que o longo prazo tem e os benefícios que o acompanham. Tomar banhos gelados* também é outra forma de se colocar no desconforto, fazendo seu corpo todo se colocar presente naquele momento, sentindo-se alerta e pronto para o que vier. Se você consegue tomar um banho gelado ao acordar, mesmo sendo totalmente desagradável, onde você poderia chegar? De repente naquilo que você tanto sonha?

O conforto é viciante, eu sei, sou um ser humano também, mas quebrá-lo torna você livre, é dar oportunidade a si mesmo de mostrar que você pode sim controlar sua mente, que pode ir além até mesmo do que você imaginava possível. Depois de colocar restrições, cenários incômodos e desconfortáveis na sua rotina, você cresce, percebe que pode lidar com qualquer situação que aparecer. Nem todas as situações ficarão mais fáceis, mas seu jogo de cintura com certeza sim. Dá próxima vez que uma oportunidade de desconforto aparecer, mesmo que você não vá atrás dela, não corra, encare-a e veja que ela só parece horrível, e depois de um tempo você percebe que é possível fazer qualquer coisa a que se propor. Seja seu próprio laboratório, fazendo testes dos seus próprios limites. Muitas vezes nos deixamos levar por nossa mente que quer nos convencer de que não somos capazes de muita coisa. Mostre que ela está errada, essa medrosa. Compartilha comigo se você é do time que busca o desconforto ou se é do grupo que foge para o descanso assim que vê o desconforto vindo.

*Coloquei um asterisco sobre banhos gelados, pois não quero ser irresponsável aqui de incentivar você a fazer isso sem preparar seu corpo para tal. É necessário estar com a imunidade em dia, saudável, não quero ninguém gripado ou baixando a imunidade por agir impulsivamente. Se sentir-se à vontade para a inclusão desse hábito em sua rotina, informe-se sobre o assunto, leia mais e então tome sua decisão. Há uma série na Netflix chamada Goop lab que tem um episódio falando exatamente sobre o assunto – Poderes do frio. Se você ficou curioso dá uma olhada lá.

13 Maio, 2020

Cultura do cancelamento

Mão de um homem com anel e um x vermelho no meio
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Já ouviu falar sobre esse termo? A “cultura do cancelamento” foi eleita o termo do ano passado pelo dicionário Macquarie, uma eleição que leva em conta a língua inglesa, mas através das redes acaba se disseminando para outros países. A cultura do cancelamento… “envolve uma iniciativa de conscientização e interrupção do apoio a artista, político, empresa, produto ou personalidade pública devido à demonstração de algum tipo de postura considerada inaceitável. Normalmente, as atitudes que geram essa onda são do ponto de vista ideológico ou comportamental…”. Eu não sei se para você soa pesada essa denominação, mas tenho que admitir que para mim é. A partir de quando fomos encarregados de nos tornarmos juízes da conduta alheia, críticos vigilantes das atitudes de terceiros? Me parece que ficamos na espreita, apostando quem será a bola da vez, ávidos por um deslize de alguém para apontarmos cheios de razão, e quando acontece, chuva de condenações.


Esse termo resumiu o ano de 2019, porém, com a vinda da pandemia ele parece ter se enraizado entre nós. A solidariedade, a ajuda aos demais, a oportunidade de união parece desaparecer quando alguém foge da postura aceitável. Tendo um celular e podendo se esconder atrás dele, algumas pessoas sentem que são invencíveis e possuem o direito de falar o que querem sem ao menos levar em consideração que do outro lado há uma pessoa sujeita a erros e acertos como qualquer um de nós, e o que a diferencia é um holofote em si o tempo todo que não poupa deslizes. “Mas ela é uma pessoa pública, ela tem que aceitar o que falam…” me fez lembrar de uma síndrome bem colocada por uma incrível nutricionista, Lara Nesteruk. A síndrome do estuprador aborda a situação como se a vítima impelisse o agressor a cometer determinada ação, por exemplo, ao usar roupa curta à noite – na cabeça do estuprador –, a vítima está pedindo por aquilo. No caso da pessoa pública, ela está sujeita a qualquer tipo de comentário, e nesse tipo de mentalidade ela tem de aceitar o que vier. Como se, pelo fato de ser uma pessoa pública, ela já estivesse pedindo sua opinião, mas quem definiu que isso é plausível, que isso é bacana? Absolutamente nada nos dá respaldo para julgar e nossa opinião não é obrigatória. Já abordei o assunto sobre dar sua opinião quando ela não é solicitada, no artigo (DANE-SE O OUTRO! É EXATAMENTE ISSO QUE VOCÊ LEU). A não ser que tenham lhe pedido, fique quieto.


Me parece que estamos indo na contramão, retrocedendo a galope, espalhando ódio e rancor sem se importar com ninguém. Não estamos aprendendo absolutamente nada neste tempo confinados, e isso é algo triste. Você é um ser humano e por esse mero detalhe não está exime de erros. Voltemos ao círculo menor, dos que nos rodeiam, pois, se criticamos o famoso, que está distante, como ficam as pessoas próximas que estão fazendo algo que assumimos como uma postura inaceitável? O que não fica tão claro, pelo menos para mim, é por que temos essa necessidade tão grande de sempre ter um posicionamento “ou você está certo ou está errado” e a partir do momento em que você escolhe um lado quem está do outro é inimigo? Em vez de nos unirmos, estamos cada vez mais nos distanciando por acreditarmos estar do lado correto. Hoje pode ter sido outra pessoa, mas amanhã pode ser você, em um escorregão que não queria dar mas não conseguiu evitar. E aí, como ficam os apontamentos, sendo com você é justificável? Sempre é assim: quando estamos falando de nós, queremos uma nova chance ou oportunidade para repararmos nossos erros, mas não pensamos duas vezes em depreciar o outro na primeira oportunidade.


Este artigo tem a finalidade, do fundo do coração, de pedir que você não entre nessa ideia de cancelar pessoas, pois, além de não agregar em nada, lembre que você tampouco está isento de falhas. Além da responsabilidade, o fato é que o reflexo de atitudes como essa, de cancelamento, podem ser muito graves e despertar emoções densas em um momento em que estamos todos fragilizados de alguma forma. Tenha compromisso com você, mas também com as palavras que você utiliza, pois nunca sabemos o que o outro está passando, seja gentil. Dizer que a pessoa pública influenciou negativamente alguém é achar uma outra desculpa para colocar na conta do outro as suas escolhas. Cada um tem o direito de dizer o que quiser, e cabe a você acolher e seguir aquilo que compactua com seus princípios ou deixar para lá. Não somos crianças para colocar nas costas dos outros a responsabilidade de nossas decisões e muito menos para expô-los. Vou dizer por aqui, quantas vezes forem necessárias: você só tem controle sobre suas atitudes, então olhe com carinho e cuidado para elas, sendo fiel a você e suas premissas. Aceite que assim como você o outro precisa aprender por si, e quando ele estiver em um momento de queda não jogue mais areia em cima dele, ajude-o a levantar e, se não puder, pelo menos não atrapalhe.


Fonte: Dicionário Macquarie: Responsável por selecionar anualmente as palavras e expressões que mais moldaram o comportamento humano. (https://canaltech.com.br/redes-sociais/a-cultura-de-cancelamento-foi-eleita-como-termo-do-ano-em-2019-156809/)

11 Maio, 2020

Qual a necessidade de impor seu entendimento às pessoas?

Foto em preto e branco com homem gritando
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Escrevi há poucas semanas ( VOCÊ JÁ FEZ UM BALANÇO DO QUE APRENDEU NESTE PERÍODO DE QUARENTENA?) sobre a ideia de sairmos diferentes/melhores deste período de quarentena, mas confesso que, acompanhando as notícias e o que está acontecendo no mundo real, essa esperança vem deixando de crescer. Achei de valia abordar esse assunto, e nesta pauta convido você, que sentir de comentar, ficar à vontade de manifestar sua opinião. Qual a real necessidade de impor seu entendimento às pessoas?

Se há tanto sendo falado e repercutido na ideia de nos olharmos, de viajarmos para dentro, de nos descobrirmos nesse período, então por que razão estamos cada vez mais julgadores e apontando ainda mais para as atitudes dos outros que são diferentes das nossas? Por que crucificar os outros por não estarem agindo conforme o solicitado? Se cada um cuida de si, por que encher suas redes sociais tecendo comentários ou indiretas para aqueles que não compactuam com você? O que faz você acreditar que é o dono da verdade?

Ok, foi dito para não sair de casa, para quem fosse possível trabalhar do seu lar e evitar ao máximo o contato com outras pessoas e aglomerações. Você, que tem esta oportunidade, está fazendo a sua parte, que ótimo, sente-se cumprindo seu papel, satisfeito, dentro do possível, com seu senso de responsabilidade. Porém, se o coleguinha está saindo – mesmo tendo a opção de ficar em casa –, fazendo atividades externas, como se nada estivesse acontecendo, você automaticamente se irrita, o julga, xinga e se fosse possível até o denunciaria. Você está agindo conforme o solicitado e aquela pessoa não parece estar nem aí, não é possível! Mas agora vamos pensar juntos aqui: quando você denigre, critica, aponta, você acredita estar acima daquela situação, achando que é melhor para fazer isso, certo? Qual sua intenção aí: você quer realmente ajudar ou quer sentir-se bem consigo mesmo estando do lado dos “certos” e martirizar os “errados”?


É duro, mas a realidade é que cada um sabe e cuida de si! Querer mudar o mundo impondo a nossa forma de encarar a vida só nos demanda energia, nos desgasta e surte muito pouco efeito. Se ensinamos através do exemplo, por que razão acreditamos que disseminar ódio nos outros vai resultar em algo? Aliás, será que queremos a mudança ou só nos posicionarmos de alguma forma? Se para você está claro que não deve sair de casa e tem consciência do que está fazendo por você, sua família e pela sociedade, maravilha, mas é necessário aceitar que existem pessoas que não têm a clareza que você tem e não veem as coisas da mesma forma que você, ponto. Fazer o que acha certo não torna você o juiz soberano sobre o mundo, mas lhe traz paz e consciência tranquila, e é com isso que você tem que se preocupar. Faça a sua parte, esteja atento com suas atitudes, olhar para o lado e apontar dedos é perda de tempo, além de não trazer efeitos concisos na maneira do outro agir. As pessoas não mudam por você, elas mudam quando e porque querem.


Use esse momento de confinamento obrigatório para melhorar como pessoa, se preocupando e se ocupando com as únicas coisas sobre as quais você tem controle, sua consciência e suas atitudes. Evoluir é sua responsabilidade, manter os outros em casa, não. Somos partes de um todo, mas para completar esse todo precisamos estar inteiros com a gente mesmo e isso inclui olhar nossos julgamentos e também os nossos telhados de vidro. A caminhada é longa e nós podemos tropeçar ali na frente exatamente em algo que acabamos de repreender. Sei que é um período delicado e instável, para todos nós, com uma variação enorme de humores, sentimentos e questionamentos, mas busque olhar para si e encontrar a melhor forma de lidar com isso, sem necessidade de olhar para fora e julgar. Liberte o outro de pensar e agir como você.

08 Maio, 2020

Bote sua criatividade para funcionar

Mão segurando papel escrito: "creativity doesn't need limits." Tradução: Criatividade não precisa de limites
Criatividade não precisa de limites
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Vamos falar de criatividade neste artigo, creio que ela conversa muito bem com esta semana. Quando pensamos em grandes nomes da criatividade como Albert Einstein, Thomas Edison, Steve Jobs, nos vem à mente que são gênios, com QI mais elevado e que por essa razão não há como se comparar a eles – somente confirmando o que foi dito no artigo, quando pessoas ocupam o seu lugar no mundo elas saltam aos olhos. Pois bem, essa é a história que nossa cabeça quer nos contar, aquela mesma que diz para seguirmos no ambiente seguro, no conhecido – mesmo que você o deteste –, que é melhor. Já mencionei a você antes, tentar algo novo, estudar algo que não conhecemos, nos exige disciplina, perseverança, e nós, muito espertinhos que somos, queremos colher os louros, mas não queremos passar pelo processo. “Como você aprendeu tal coisa, fulano?” “Eu sentei a bunda na cadeira, fui atrás de informações, li, reli tudo que podia e comecei a colocar em prática, errei e fui ajustando…” Uau!! Impressionante! Você está rindo? Parece óbvio, não é? Mas tem quem realmente ache que existem fórmulas mirabolantes de aprender e realizar que seja bem diferente dessa.

Existem pessoas com maior facilidade com números, outras para memorizar, para unir pontos, mas se elas não forem trabalhadas e alimentadas diariamente tratam-se de uma maior inclinação para algo, mas nada além disso. Já a criatividade é um pouco diferente, ela deve ser nutrida também, mas aqui não existe um ser mais propenso que o outro, todos nós temos acesso a ela, o que difere é o quanto você convida a imaginação para sentar-se à mesa com você durante aquele projeto que você quer tirar do papel e ainda não sabe bem como, o quanto você a estimula para estar presente e sentir-se à vontade com você. Quando crianças imaginávamos mil mundos diferentes, histórias mirabolantes, e quando chegamos à fase adulta – em que deveríamos fazer uso desmedido delas –, simplesmente as escanteamos como se não fossem mais necessárias e nos apegamos à manada. Nossa criatividade pode fazer a diferença entre um projeto dar certo ou não, fazer a diferença na vida de outras pessoas ou ser somente mais uma ideia boba. Temos dois tipos de imaginação, a sintética, que basicamente constitui-se de unir ideias, projetos já feitos em um novo arranjo, como a lâmpada elétrica, e a imaginação criativa, quando tiramos algo totalmente novo do papel, como o lançamento dos smartphones.

Trata-se de duas propostas bem diferentes mas que têm um ponto em comum, a vontade da pessoa por trás da ideia de torná-la real. E aqui eu quero citar por que trouxe os dois exemplos acima, de realidades tão distantes mas com algo similar, mesmo com mais de cem anos separando os fatos. A obsessão de seus criadores para torná-los realidade. É bem sabido, até na bibliografia escrita sobre Steve Jobs, de que era um homem bastante detalhista, focado no exímio trabalho para que tudo saísse de forma perfeita, buscando a maestria, tanto que, mesmo trabalhando nove meses em cima do lançamento do primeiro smartphone, ele mudou o design de última hora porque não estava contente. E você sabia que Thomas Edison falhou dez mil vezes antes de aperfeiçoar a lâmpada elétrica incandescente? Você acha mesmo que um dos dois estava muito preocupado com seus erros pós-tentativas? Eles provavelmente ficavam satisfeitos de entender que não era por aquele caminho. (Ótimo para incluir essa inspiração no artigo sobre erros. Se não o leu o link está aqui)

Persistência é a palavra que une mundos tão distintos e é um dos diferenciais de todos que chegaram em algum lugar de destaque. Você não precisa inventar a lâmpada ou fazer uma revolução na tecnologia – se quiser, tudo bem também –, mas você pode sim fazer muito e fazer a diferença com o que você tem para oferecer, não esqueça que há um lugar esperando por você. Quero compartilhar aqui algumas ideias de um livro¹ – somente para instigá-lo a começar –, que li baseado nos ensinamentos de Andrew Carnegie, magnata do aço – tendo iniciado como jornaleiro –, nos idos de 1900, mas que são extremamente atuais e válidas. Primeiro, tenha um objetivo bem definido, a ponto de ser seu último pensamento à noite e o primeiro pela manhã, estimulando sua imaginação. Ponto dois, una-se a pessoas que queiram compartilhar conhecimento, buscando resolver os problemas profissionais que você sozinho não conseguiria. Terceiro, vá além, sempre dê um pouco mais daquilo que você acha que é capaz e não esqueça que o plano e a vontade de fazer começam por você, esteja sempre com olho no objetivo a ser alcançado e não se perca no barulho ao redor.

Para chegarmos onde queremos, tanto no âmbito pessoal ou profissional, precisamos nos dedicar, ter disciplina, assumir nossa ignorância em alguns assuntos, pedir ajuda quando necessário, ter persistência, foco e entender que os fracassos e as derrotas do caminho nos instigam a ir em frente. Tudo que vale a pena exige uma pitada de sacrifício, paciência e muito trabalho, esses são os bastidores, não veja somente o palco. Espero que essa sequência de artigos tenha estimulado você a tirar aquela ideia do papel e lhe permita acreditar mais em si mesmo, pois tudo começa por você, então dê o primeiro passo, ele sempre é o mais difícil. Se você ainda não ficou convencido com os artigos, deixo aqui abaixo um vídeo de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, vídeo que tomei conhecimento enquanto escrevia o segundo dos três artigos, casando exatamente com o que eu queria compartilhar. Se você não acredita nas minhas palavras, pode ser que nas dele sim… kkk

P.S.: Não é o melhor vídeo, mas foi o único que consegui com legenda em português, então não dê bola para a música impactante de fundo, efeitos, foque na mensagem que é o que vale. Desfrute.

¹ Hill, Napoleon. Como aumentar o seu próprio salário: uma entrevista reveladora com o homem mais rico do mundo. 1ª edição. Porto Alegre: Citadel, 2017.


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06 Maio, 2020

Por que fugimos dos erros?

Frase escrita em blocos - Be fearless, be you
Seja destemido, seja você!
Ouça o artigo

O homem na arena – Theodore Roosevelt

Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor.

O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente.

Trecho do discurso “Cidadania em uma República” (ou “O Homem na Arena”), proferido por Theodore Roosevelt, em 23 de abril de 1910.

No artigo anterior falei sobre ocuparmos nosso lugar no mundo (link), mas faltou falarmos sobre algo fundamental que irá acontecer a partir do momento em que você começar a se colocar em ação. Você vai errar, em todas as áreas da sua vida e de formas inimagináveis – mesmo que seja detalhista e metódico –, e isso é tão claro quanto a luz do dia, porque essa é a vida quando você está em movimento. E o que tem de errado com isso? Absolutamente nada! O erro é tão somente uma das possibilidades que podem resultar das escolhas e atitudes tomadas. Eles fazem parte de quem está na arena e também do nosso crescimento, tenho certeza de que se lhe perguntasse agora algum momento marcante seu, de amadurecimento, que lhe venha à mente, provavelmente adveio de um erro cometido acompanhado de agradecimento pelo ensinamento. Quando a lição é vivida e aprendida, vemos com antecedência a possibilidade de sua repetição nos permitindo ajustar nossa vela com tranquilidade e partir em outra direção, isso não é ótimo? Então, por que razão fugimos dos erros?

A questão é que desde muito pequenos fomos ensinados a rejeitar o erro, pois errar tem uma implicação ruim, remete a repetição, trabalho dobrado, repreensão e de alguma forma punição, então, nada mais natural que fujamos dele. A dificuldade é que crescemos com essa visão e tomamos como algo extremamente negativo, nos tornamos mestres em nos enrolarmos em nossas próprias desculpas – como o perfeccionismo –, para não sairmos do lugar e culparmos a vida por todas as frustrações. Nesse aspecto nossa geração é chata e melindrosa, sempre buscando justificativas e culpados para suas fraquezas, dando-se a desculpa de acúmulo de conhecimento, de preparação para se desenvolver e agir no momento certo, sendo que o único momento certo é agora, o resto é procrastinação. O quanto você está disposto a ir à luta para conquistar alguma coisa, de verdade? E não é para mim que você tem que responder e sim para a vida – e não adianta mentir –, é ela que você vai ter de enfrentar e provar o quanto está comprometido, o quanto aguenta ficar de pé enquanto ela lhe coloca empecilhos, dúvidas, incertezas e erros. Você não é privilegiado por isso, acontece com todos de formas distintas.

Fugimos tanto da ideia de errar que paralisamos para evitar que isso ocorra, acabando, por fim, estáticos, sem evoluirmos e nos tornando eternos dependentes emocional e financeiramente. Como no discurso de Roosevelt, mencionado acima, “o crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena, que luta bravamente…”, e isso não é certeza de vitória, mas de aprendizado sempre. Por isso, erre, erre muito, sem medos ou receios, estruture novamente, ajuste o necessário e vá de novo pela milésima vez se assim for necessário, mas não paralise. As coisas não fluirão da forma como imaginou porque a vida real é muito diferente das nossas fantasias, mas isso não significa ruim. Pare de se sabotar com desculpas, acumule tentativas, equívocos, aprendizagens e acertos, uma hora eles vêm e fazem tudo valer a pena. Entenda que os erros acompanharão você sempre, faça as pazes com eles, o mais rápido possível, e continue. Qual seria o problema de errar e começar de novo? Isso acontece o tempo inteiro. Vá com medo mesmo.

04 Maio, 2020

Você está ocupando seu lugar no mundo?

Mulher usando jaqueta jeans e gorro mexendo os braços sorrindo
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Começo questionando você: está satisfeito com o lugar que ocupa no mundo? Tudo bem, vamos começar pequeno. Sua importância e seu lugar no ambiente familiar, trabalho, no círculo de amigos estão bem definidos? Quais são suas habilidades e o que você faz de um jeito único? Pode parecer bobo e você me dizer que todos nós sabemos bem nossos pontos fortes, mas você faz uso diário disso para o seu crescimento e o seu sustento? Existem algumas questões que temos tanta facilidade em fazer que passam despercebidas por nós e não as utilizamos com foco direcionado, sendo assim desperdiçadas. Quando sabemos no que somos bons e fazemos bem, temos a real noção de nossa importância e utilidade, nos sentimos instigados a fazer mais, sentimos fome de ação e encontramo-nos impelidos a ampliar nosso radar para atingir um maior número de pessoas, sabendo que estamos fazendo a diferença na nossa vida e na de outras pessoas.


Quando comecei a querer me entender mais, fiquei com esse apetite de encontrar meu lugar, passei a anotar tudo o que percebia que tinha facilidade, o que gostava de fazer e o que sentia que poderia ser útil as pessoas. Perguntei às pessoas próximas o que na visão delas era meu diferencial, pois é legal se dar a oportunidade de ser visto pelos olhos de outras pessoas. Porém, como dizia Steve Jobs, “a vida é a arte de ligar os pontos”, e isso não há como terceirizar. Mas tenha calma, da intenção até conseguir vislumbrar algo palpável demanda tempo, dedicação e principalmente se colocar em movimento. Não há como sabermos se uma ideia é boa ou um tiro no pé enquanto só vislumbramos isso em nossa mente, pois ela pula cenários e esquece de deixar anotado que imprevistos irão acontecer. Isso é o que o campo de batalha traz de conhecimento, clareza e direção, por isso, comece.


Durante uma imersão, a responsável falou algo que marcou a memória: sabe as pessoas que você admira, que brilham? Elas provavelmente terão alguns pontos em comum, mas o que quero trazer aqui é que elas ocupam o seu espaço no mundo e por essa razão saltam aos olhos. São superdotadas, pessoas mais evoluídas, seres de outro planeta? Não, são pessoas como eu e você com um objetivo extremamente definido a ponto de se tornar uma fixação. Isso não quer dizer que não tiveram de lidar com dúvidas, medos e frustrações, mas foram em frente apesar deles – isso é coragem –, sabendo o seu porquê de enfrentar tudo aquilo. Olhamos estas pessoas no auge, seus resultados impressionantes, até com uma certa pontadinha de inveja, mas esquecemos de olhar seus bastidores, o que fizeram e, principalmente, do que abdicaram para estar ali. Normalmente são seres humanos com trajetórias feitas de inúmeras quedas, erros, desencorajamento, mas com força de vencer e a certeza do que tinha de ser feito. Você está disposto a isso para ocupar o seu lugar?


Todos nós viemos ocupar um lugar importante no mundo, brilhar, e isso não é papo utópico, é somente a realidade diferente do que nos foi ensinada e que de verdade nos preenche. Se você não está feliz com o lugar que ocupa, com a situação em que se encontra, MUDE, não diminua seus sonhos, não se conforme porque sempre foi assim. Altere o curso, intensifique seu foco e determinação, analise onde você quer chegar, mire e só pare quando estiver lá. Leve em consideração onde você pode ser útil, teste habilidades novas, intensifique as já conhecidas, crie soluções, se reinvente. O mundo nunca esteve tão propício para novas atividades. Suas habilidades e experiências são únicas, e uni-las e compartilhá-las com os outros cabe a você. Bato nessa tecla porque sigo nessa busca por me desenvolver, atingir meu máximo de desempenho, e quero que você atinja o seu também. Não se contente com pouco, não se acostume com o que não gosta.


Cuide da sua caminhada, sem se comparar, não tenha vergonha de onde quer chegar, sem pisar em ninguém, não há problema algum em pensar alto. Seja você aquela pessoa que você admira, que brilha, que sabe exatamente o lugar que ocupa e a diferença que faz na vida das pessoas. Não será fácil chegar onde sempre quis, mas saiba que existe um lugar que é só seu e que você precisa ocupá-lo por maior que seja o desafio. Faça a diferença para você, para as pessoas próximas, quiçá para o mundo.

27 abr, 2020

Vulnerabilidade – uma fraqueza ou sua maior força?

Vulnerabilidade: Coração preto de papel sendo trocado de mãos

Descobri Brené Brown há cerca de um mês, durante um curso a professora indicou um vídeo dela, como inspiração, para olharmos. Desde então, eu já vi este vídeo, e alguns outros dela, uma porção de vezes. Mas, voltando, aquele primeiro vídeo reverberou em mim. Brené aborda de forma única seu estudo – de mais de 15 anos – sobre vergonha, exatamente, uma pesquisadora no estudo sobre vergonha. O receio que temos de mostrar nosso lado sensível, nossas dores, nossas angústias, nossos devaneios, por favor, “que ninguém descubra coisas do meu passado”. A própria Brené, quando deu a sua palestra – para algumas centenas de pessoas –, ficou em choque ao ser informada que seria disponibilizado no YouTube e que – na cabeça dela – 4.000 pessoas pudessem ver seu momento de maior vulnerabilidade, quando ela diz que passou por um esgotamento. O vídeo alcançou mais de 39 milhões de visualizações e trouxe conhecimento global a ela, mas, além de tudo isso, a meu ver tirou a autora da sombra de só acompanhar histórias e comparar seus dados, ela foi para a arena, se tornou protagonista e experimentou na pele aquilo que ela somente estudava, e isso sim lhe traz conhecimento de causa inquestionável.

Somente uma adição ao contexto: jogando limpo com você, pensei diversas vezes se deveria ou não fazer o blog, pois escrever aqui me deixa vulnerável, você tem acesso a informações bastante particulares, e isso dá medo. Pensei: “Estou exposta, e agora?”, mas só conseguia pensar e sentir que todas essas informações precisavam ser divididas. Aquele vídeo de 20 minutos me tocou de uma forma intensa, chorei, pois vi ali que minha ideia do blog era uma certeza vindo como uma avalanche sobre mim, daquelas certezas que, nem que você não queira, ela pega você pelo braço e diz: “Nós vamos, chega de se esconder!”. E juro a você, eu queria de todas as formas me esconder, ficar invisível, é bem mais fácil ficar na arquibancada, mas percebi que era a vergonha – utilizando a pergunta: “Você acha que é boa o suficiente para escrever para os outros?” – querendo calar um projeto que só tem a intenção de fazer bem, então mandei ela passear.

Não havia percebido, até então, que em diversos momentos busco a vulnerabilidade, quando peço desculpa sem pestanejar, quando me exponho sem saber qual vai ser o resultado – como aqui no blog –, quando eu digo “eu te amo” sem cerimônia e sem esperar de volta. Estou aqui dividindo com vocês histórias da minha vida que têm uma grande importância para mim e eu não sei o que virá depois disso, mas preciso compartilhar com vocês que com 32 anos e através de um vídeo de poucas semanas atrás eu descobri uma das minhas características mais presentes e que me dá forças e não me apaga como eu costumava pensar.

Foi através da minha vulnerabilidade que me permito ir e voltar, começar cursos em áreas tão distintas, crescer em diversos aspectos, conhecer pessoas incríveis, me amar e me sentir amada, e é por causa dela que eu não desisto de encontrar o que eu realmente quero fazer, e em razão dela faço questão de não esconder isso de ninguém. A vida não é fácil, se abrir para ela, se arriscar sem saber no que vai dar, se terá retorno e qual será… e esse é o mais bonito dela, o quanto ela exige de você coragem, atitude, jogo de cintura, entrega e muitas vezes acreditar mesmo no escuro. Seja amável com você, somos com as pessoas ao nosso redor mas nos tratamos como se fôssemos os últimos merecedores de nossa atenção. Suas relações são um reflexo de como você se trata, lembre disso.

Dividir com você tudo isso é para mim um ato de coragem e satisfação – advindos da vulnerabilidade –, daqueles que me fazem acordar feliz com minhas atitudes, e quero que você prove essa sensação também. Por isso convido você a se permitir ser vulnerável e permitir que as pessoas próximas a você também o sejam. Não ria, não julgue, não caçoe quando alguém abre o coração a você, isso é um ato de entrega e confiança, respeite como você gostaria que fizessem com você. Se dê a ousadia de dar o próximo passo no escuro. É incerto? Certamente, mas deixe eu lhe falar, tudo na vida é, então se permita ser visto, de verdade, por aqueles que você ama e permita-se olhá-los também com o coração.


Abaixo deixo a você duas oportunidades de vídeos curtos, porém incríveis, de Brené, caso sinta de vê-los e começar a semana com inspiração, determinação e vendo a questão vulnerabilidade de outra forma.


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20 abr, 2020

Pare de culpar o mundo e a assuma quem você é!

Frase "you got this" - você consegue isso - escrita no asfalto com folhas no entorno.
Você consegue isso (tradução)

Por muito tempo, e com isso quero dizer em torno de 15 anos, eu alisei meu cabelo. Quando eu era pequena tinha o cabelo bastante encaracolado, crespo mesmo e armado – natural de um cabelo desse tipo. Ver várias mulheres por aí ostentando seus crespões é natural – e lindo – hoje em dia, mas pense nisso 20 anos atrás, quando eu era uma criança, me desenvolvendo e prestando atenção em tudo que acontecia ao meu redor e os colegas me chamando de inúmeros apelidos. O mais comum deles era Valderrama – de Carlos Alberto Valderrama, um antigo jogador colombiano, se ficou com curiosidade joga lá no Google, mas não ria! – Eu voltava triste para casa, chorava, odiava meu cabelo, pedia para minha mãe prender e dormia com meia na intenção – que inocência – de que ele ficasse mais baixo quando acordasse.

Por mais que em casa elogiassem, e na rua parassem minha mãe para perguntar se era natural, eu não achava ele bonito, não nos foi ensinado que o crespo era visivelmente tão lindo (queria ter um emoji de mão na cabeça agora para corroborar essa fala). Nesse sentido, passei grande parte da minha vida tentando esconder meu cabelo de verdade, para ser aceita. O quanto de trabalho – e loucuras feitas – já passei em relação a ele só eu e minha mãe sabemos… por exemplo, foi escova japonesa, alisamento, progressiva, nem vou contar mais porque vai cansá-los e esse não é o mérito do assunto, só a última – quem é dessa geração e não usou ferro de passar roupa no cabelo que atire a primeira pedra.

Não estou levantando a bandeira do crespo, nem do liso, nem falando que a sociedade nos impõe um padrão de beleza. Aprendi que a vida é o que você faz em vez de ficar se queixando e se vitimizando. Ela é dura, desafia você, quer que você esteja cada vez mais forte para a próxima etapa, em outras palavras, ela não vai lhe alcançar um lencinho enquanto você chora e reclama que o mundo está contra sua pessoa. Fazer isso é jogar fora nosso recurso mais escasso – tempo –, culpando em vez de buscar se encontrar e se aceitar.

Se quer mudanças, faça, comece por si, não pelos outros, e comece agora, não espere o momento certo de agir, ele nunca chegará. Desculpe a franqueza, mas a verdade precisa ser dita, e falo por experiência própria. Quando fizer aquele procedimento vou me amar mais, quando fulano mudar nossa relação vai ficar mais fácil… não, não vai! Pare de adiar a resolução dos seus problemas. O mundo, as pessoas, o governo não tem nada a ver com o que passa aí dentro e o quanto você delonga de se assumir e se amar. Essa inclinação que temos de culpar o externo, buscando elementos fora que validem nossa vida não estar da maneira que gostaríamos, o hábito de nos eximirmos das nossas responsabilidades só retarda a clareza e a compreensão da gente mesmo.

A partir do momento em que entendi que o mundo não nos deve nada busco cada vez mais sair do papel de mártir que nossa geração insiste em se colocar e fazer diferente. Nunca antes existiu momento melhor para você bater no peito e assumir quem é, suas paixões, anseios e dúvidas sem se preocupar com o que vão pensar ou falar. E tem algumas pessoas – você é uma delas? – que insistem em seguir apontando dedos sem olhar para o seu próprio umbigo. Vou lhe falar, e você precisa aceitar, que as relações só vão melhorar a partir do momento em que você assumir a sua parcela de culpa e ir para a ação, para o movimento, e não ser somente uma reação em resposta ao outro. Pare de esperar, AJA!

Ouse ser você mesmo, com seus erros e acertos, defeitos e qualidades, mas seja você, inteiro, verdadeiro, em ressonância com seu interior, com coragem. Exterior é reflexo do que carregamos lá dentro, logo, não se preocupe com o resultado, se preocupe com o planejamento e a execução, os resultados que você colhe são tão somente consequência de um trabalho bem-feito. E se aprimorar, como ser humano, exige dedicação, comprometimento, ânimo, esforço contínuo, vigilância, mas os frutos são eternos. Quando a mudança é real, ela vem para ficar e não há como voltar atrás. Você deve isso a si mesmo, a se olhar com amor, com afeição e se permitir ser quem você é de verdade. “Mas, e se não gostarem desse meu eu de verdade?” Você automaticamente irá atrair pessoas que se olham dessa forma também e se assumem independente da visão externa, e não tem problema algum em fazer novas amizades, não é verdade?

O quanto você está se permitindo, genuinamente, ser você mesmo? Me conte aqui.

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