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22 jun, 2020

Rotina: Ame ou deteste-a

Agenda mostrando a rotina e compromissos da semana
Se preferir, ouça o artigo.

Existem dois tipos de pessoas, as que adoram a rotina e as que detestam. Não estamos neste artigo buscando julgar o que é certo ou errado, e sim mostrar por que muitas vezes ver sua rotina com outras lentes pode ser benéfico. Ok, você já deve ter percebido que eu sou pró-rotina, sim, adoro tê-la bem definida e não me importo de fazer as coisas diariamente de determinada forma, pois sei que imprevistos podem acontecer – e irão –, se sua rotina do dia estiver atrapalhada, lei de Murphy, né? O que acontece aqui é que prefiro estar mais livre quando tiver que resolver alguma pendência de última hora e que isso não bagunce meu dia parecendo que tenho que escolher entre duas coisas igualmente importantes e que posteriormente fique com a sensação de que não consegui fazer o que havia me planejado. Fazer todos os dias a mesma coisa pode, sim, ser algo entediante, eu mesma achei isso por um tempo, mas quando você percebe o poder que existe em construir algo diariamente você começa a colocar mais atenção naquilo e fazê-lo com intenção. Quando estou buscando introduzir uma nova atividade na minha rotina, preciso praticá-la durante um mês, no mínimo, todos os dias e no mesmo horário, pois é assim que meu cérebro entende que algo veio pra ficar e é importante. E para você, como funciona?

Vamos a um exemplo para tentar elucidar melhor como funciona para mim. Comecei a colocar em prática as atividades do livro O Milagre da manhã¹, o qual eu não li, mas a internet nos possibilita sinopses, e a desta obra é bastante conhecida. O autor traz uma sequência de seis atividades para serem feitas diariamente antes de começar o seu dia, ou seja, antes de sair para a correria que é a rotina. Trata-se de tempos variáveis, de acordo com a disponibilidade e a necessidade do freguês, que são: meditação, visualização, manifestações, atividade física, ler e escrever. Você ri e pensa: “Tá, para fazer tudo isso antes de o dia realmente começar terei que acordar às 4h!”. Foi o que eu pensei e fiz. As mudanças de hábito e aquilo que buscamos atingir vão nos exigir esforço e saída da zona de conforto, explanei isso em outro artigo, não adianta, é ali que crescemos, momentos de prazer são maravilhosos e para desfrutá-los, e também para valorizá-los quando acontecerem, serão necessários alguns momentos não tão legais. Já comentei anteriormente que não acordo nesse horário amando, mas eu amo o que o acompanha, seus benefícios e a disciplina que vem juntamente. Também mencionei por aqui que tem dias, ou semanas, que não adianta, o ânimo não dá as caras, e é vida que segue, porém me permito isso quando o hábito já está instalado e posso “jogar” com ele no meu dia. Isso serve para você? Não necessariamente, ache a sua fórmula, se comprometa, se teste, falhe, acerte e vá tentando.

Acontece que nós sempre estamos buscando melhorar algo – e se você que está lendo isso não está, deveria –, até porque sempre temos algo para evoluir. Seja procurando uma alimentação melhor, se dedicar mais firmemente às atividades físicas, emagrecer, e assim vai da vontade de cada um, porém, se você deseja a mudança, ela vai precisar acontecer, e mesmo que você deteste admitir vai ser chato no início e precisa ser rotineiro. Escovar os dentes e tomar banho, entre tantas coisas que você faz cotidianamente, se tornaram um hábito. Claro que agora você não se lembra, mas podia achar um saco quando começou a fazê-los, porém de tanto executá-los, repetidamente, que pode até fazer de olhos fechados, esse é o caminho natural de tudo que você se compromete a fazer com assiduidade, mas para isso acontecer é necessário passar pela fase incômoda inicial. E não venha me dizer que se alimentar bem e fazer atividades não são tão fundamentais assim, pois, já imaginou não conseguir amarrar seus próprios sapatos ou não poder comer um docinho na velhice porque hoje você não quis fazer um esforço e incorporar novos hábitos saudáveis na sua rotina? Deixe algumas vezes de lado o prazer momentâneo, pois ele terá reflexos lá na frente e você vai querer ter começado antes a se cuidar. O comprometimento que a rotina traz nos faz pensar nas pequenas mudanças que podemos fazer diariamente, mas que, somadas ao longo de um ano, ou uma vida, podem fazer uma enorme diferença.

Até que o objetivo em questão se solidifique – e vire rotina – vai levar um tempo. Dizem que leva 21 dias para o seu corpo assimilar e entender o novo hábito incorporado – eu não sei, pois preciso de mais. Você precisa testar e ver o que funciona para você. Mas tenha em mente que vai levar um tempo, não será gostoso e agradável no início – será um porre, é importante ser sincera –, e trabalhe com metas possíveis e alcançáveis, pois assim a tendência a conseguir persistir são maiores. Não adianta uma pessoa sedentária decidir correr 10 quilômetros no primeiro dia em que incluir a prática em sua rotina, ela vai desistir, pois vai ser difícil e obviamente se frustrará, e aí você já sabe, nossa amiga mente – no caso, não – vai entrar derrubando portas para lhe desestimular e fazê-lo acreditar que é incapaz. A constância aqui é que vai manter você no jogo do longo prazo, as pequenas vitórias diárias que vão lhe dar impulso para no dia seguinte ir novamente e no próximo, e quando você perceber já está finalizando os dias a que tinha se comprometido, e é aí que entra o bacana da rotina, do compromisso diário. Ah, uma outra dica legal é ter um calendário e riscar todos os dias depois que você cumprir a atividade a que se propôs, pois isso dá a sensação de prazer e leva ao nosso cérebro o sentimento de que você está cumprindo e comprometido com o que tenha se determinado. A rotina pode não ser tão agradável todos os dias, mas pense amplo, os pequenos tijolinhos colocados diariamente podem construir algo muito bacana a longo prazo. Pense sobre isso.

¹ O Milagra da Manhã – Autor: Hal Elrod, ano 2012.

Josiane

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