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Posts arquivados em Tag: opinião

18 jun, 2021

O que é sucesso para você?

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Sucesso, assim como gosto, é algo bastante particular, pelo menos na minha compreensão, e tenho que admitir desde pouco tempo. Durante minha caminhada eu acreditei que sucesso era algo um pouco geral. Casa, carro, emprego bem-sucedido, dinheiro, família feliz com vários filhos, viagens para diversos lugares, reconhecimento e aposentadoria tranquila. Pode ser que uma, ou mais, opções destas citadas acima se encaixe no seu entendimento de sucesso ou nenhuma destas e você tenha outra visão do que é sucesso. E isso que é o formidável de nosso individualismo, acredito eu, cada um de nós está aqui para fazer a sua história e conquistar aquilo que lhe encha os olhos por mais que em alguns momentos possamos nos desviar do que faz nosso coração pulsar ao desejar aquilo que é lindo aos olhos dos outros.


Somos, em maior ou menor medidas, produtos do nosso meio sofrendo assim influências externas desde pequenos e durante nosso crescimento vamos tendo um pouco mais de entendimento sobre isso ou não, e acabamos por muitas vezes olhando os sonhos de outras pessoas, parecendo à primeira vista mais interessantes, e nos apossando deles como se nossos fossem desde o princípio. Em muitas situações nossos sonhos podem parecer tão distantes e tão grandiosos que nosso meio pode ficar assustado e acaba por tentar frear-nos para que não nos frustremos se não alcançá-los ou por os acharem descabidos demais. Mas deixa eu lhe dizer algo, se você consegue conceber isso em sua mente é porque você é capaz de concretizar. Deus, o Universo, ou seja, qual for a força superior que você acredita jamais o impulsiona a sonhar algo que esteja fora de seu alcance, pode ser que leve mais tempo do que você imagina, mais trabalho do que você possa supor e mais abdicações que você jamais pensou, mas, você é sim, capaz de realizar!

Pensei sobre esse assunto depois da passagem de um livro, que estou me deleitando em lê-lo, além da fácil leitura a cada página faz-se necessária uma pausa para reflexões, e tenho que confessar que amo livros assim, que permitem ao leitor questionar-se inúmeras vezes enquanto o aprecia. ” Sucesso é você ter coragem de ser você mesmo, independentemente de qualquer coisa”.¹ Pode ser que esta pequena frase tenha ressoado com o momento em que vivo e fez sentido a quem estou agora. Jamais imaginei que dedicaria tanto tempo, esforço e dedicação para ser simplesmente eu. Não é tarefa fácil você dizer não para o que esperam de você, tampouco é sereno ter coragem de assumir seu verdadeiro eu após tanto tempo sendo o que os outros queriam. Eu me deixei levar por este papel, sendo assim é minha responsabilidade, também, me encontrar em outros do meu agrado. Essa é uma visão de sucesso para mim hoje, ser eu mesma sem me importar com o que vão falar ou pensar, pode parecer pequeno e bobo, mas sabe de uma coisa? Nem se quer concepção de sucesso e muito menos sonhos devem ser justificados a ninguém, cada um de nós tem os seus e devem, indubitavelmente, serem respeitados.


Para você o significado de sucesso é ser milionário e ter a tão sonhada liberdade com isso? Ótimo, continue em frente. Para você é poder rodar o mundo com uma mochila nas costas e desbravar novos lugares? Incrível, vai com tudo. Também pode ser ter uma casa no meio do campo, uma vida mais simples e sem tanta correria? Maravilhoso, entenda que você não está louco ou tampouco indo na contra-mão das pessoas, vivemos em mundo capitalista onde muitos sonhos se baseiam sim, em conquistar coisas, mas este pode não ser o caso e está tudo bem. Lembre-se que você não precisa justificar o seu modo de ver a vida aos outros mas, cabe a você também não julgar a compreensão de outras pessoas em relação a isso. Aprenda a respeitar e se abrir para outras visões, viemos realizar e conquistar objetivos distintos então por que condenar ou zombar o dos outros? Tenho certeza que você não ficaria à vontade se rissem de você e de seus planos mais disparatados. Foque no seu sucesso, se puder ajudar no de outras pessoas o faça, sempre que possível, vibre por quem chegou onde almejava, pois, ao ficar feliz, genuinamente, pelos outros você atrai cada vez mais bênçãos a si mesmo.

¹ Ware, Bronnie: Antes de partir – os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer – São Paulo: Geração Editorial, 2012; (página 88).

14 dez, 2020

Você é telefone sem fio?

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Tenho certeza que você sabe como funciona a dinâmica do telefone sem fio, mas vamos lá refrescar a memória. Uma pessoa pensa em uma frase e é por ela que começa a brincadeira depois uma a uma vai passando aquela informação recebida à diante até chegarmos ao último participante que fala alto a frase que recebeu para confirmar se foi assim que ela foi dita inicialmente. Por via de regra quando criança as frases terminavam muito distantes da inicial, pois, bem provavelmente, algum engraçadinho no meio do caminho achava legal tumultuar a brincadeira e falar algo bobo. Escrevendo isso me veio à lembrança de que eu não gostava nada desta situação, eu ficava impressionada – de forma inocente mesmo -, como poderia ter mudado tanto a frase se éramos somente em torno de 7 a 10 pessoas? Sempre fui a favor da honestidade acredito que por isso ficava tão incomodada com a brincadeira. Se tal mudança de informação ocorria ali em um pequeno grupo o que podemos imaginar quando falamos de milhares ou milhões de pessoas envolvidas?


Gosto mais de escutar do que falar, das minhas memórias mais distantes já era assim, o fato de querer me manter fiel ao que escuto se mostra constantemente em meus dias mesmo que levando adiante informações que nada tenham a ver comigo. Já mencionei aqui que há alguns anos ainda via e seguia sites e perfis de pessoas famosas e fofocas, parece que ficar olhando a vida dos outros para não cuidar da minha aliviava um pouco a barra. Admito que dar um basta nisso, para mim, foi algo libertador, pode parecer bobagem para você, mas não saber o que está acontecendo na vida das pessoas é motivo de paz na minha. Não, eu não perdi o interesse nas pessoas, mas meu interesse digamos mudou, eu sigo ouvindo e prestando atenção, mas agora direcionado a quem vem falar comigo, quem me pede um conselho ou quer compartilhar algo pessoal. Não tendo mais necessidade de falar da vida de outras pessoas para ter algum assunto. Longe de mim, dizer que eu não comento nada que vi, que li, mas cada vez que vou por esse lado eu tento voltar quanto antes para o ambiente que tenho conhecimento ou que posso ter domínio a minha boca e pensamentos.


Por conta da ‘internet’ as informações rodam por aí em uma velocidade tão grande e de tão fácil acesso que acostumou a maioria das pessoas a serem preguiçosas de pensamento, muitas não se dão  nem ao trabalho de ir até às fontes, e muito menos atrás das seguras, entrando em modo ativo de repetição sem nem averiguar se aquilo que estão passando adiante é real ou não e acrescentando detalhes através da sua forma de ver o mundo. É o telefone sem fio com nova roupagem, é o falar por falar, é o dizer algo para não ficar quieto e não julgarem que você não tem opinião. Porém, se você abrir a boca e falar algo que ouviu de passagem, ou comentário de um terceiro, e não tem a menor certeza sobre o que está dizendo é mais válido do que afirmar que não tem uma opinião sobre isso? Isso já não é mais a brincadeira que jogávamos, hoje um comentário feito mesmo que sem nem maldade da sua parte, mas sem qualquer certeza alguma do que está sendo dito é necessidade de falar por falar. Assim como você falou de um, aquele um, fala de outro, e outro do um em um círculo infinito de repetições sem nem nenhum conhecimento muitas vezes.


Se for possível para você quebre esse telefone sem fio, fale sobre coisas que você tenha conhecimento e não suposições, sem levar adiante assuntos bobos e sobre os outros só para ter sobre o que conversar. A pessoa quando fala algo a você diz aquilo carregado de sua opinião, mostrando muitas vezes a forma como ela lida com as situações, com o diferente, com as dificuldades, com as comparações. Seja filtro, use filtro, aquela informação que chega até você não é a única versão e muito menos sem a certeza de que é a verdadeira. Respire fundo, não se deixe levar pela emoção que as pessoas colocam no seu discurso. Escute atentamente, mas sempre de forma passiva sem tomar aquilo como a única verdade existente. A necessidade que temos como seres humanos de falar é enorme, e natural, pois é um dos meios de nos comunicarmos, mas se for para gerar caos, tumulto, desrespeitar os outros do que adianta esse poder? Falar sobre outras pessoas, mesmo querendo ajudar e sem ter sido solicitado, não nos coloca em um nível altruísta muito pelo contrário nos deixa estacionados até que consigamos entender que este tipo de brincadeira, real, não tem a menor graça. Lhe pergunto, honestamente, você é um telefone sem fio?

15 jun, 2020

Astrologia e as mudanças de opinião

Os signos da astrologia
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Já falei aqui sobre o quanto gosto de astrologia. Meu signo solar é escorpião e sei que tenho pontos muito fortes dele na minha personalidade – como ser observadora, discreta e intuitiva –, mas há pouco tempo soube que temos muito também de nosso ascendente e consequentemente descobri que me identifico muito com ele também, que é gêmeos. Esse signo é muito conhecido por, obviamente, se tratar de multiplicidade, de comunicação, de visão ampliada e por gostar de mudar seja de lugar, de opinião e iniciar quantas vezes forem necessárias para fazer aquilo que aqueça seu coração, bingo, eu. Gêmeos troca muito de opinião, escorpião é profundo e gosta de conhecer as coisas em seu âmago e não é muito fã de mudanças, pensa no embaralho das ideias nesse aspecto? Mudar ou não, sigo nadando nesses mares profundos desse animal que me intui a me conhecer ou me permito ir mudando de ambientes buscando me encontrar? A verdade é que não há necessidade de optar entre um e outro, somos seres duais, acreditando que para ter um temos que abrir mão do outro, mas as coisas não funcionam dessa forma, e lhe digo mais, podemos, e merecemos, sim, ter o que nosso coração desejar.

Via como algo extremamente negativo mudar de opinião, gostava de coisas permanentes, se a pessoa era inconstante não me transmitia confiança – olha a loucura e o julgamento –, hoje uma das poucas coisas que afirmo é que minha opinião pode mudar a qualquer instante. Se me permitir aprofundar e saber sobre determinado assunto a ponto de considerar que a troca de opinião ali faça sentido, lá estarei eu. Volúvel? Pode até ser, mas bem no fundo, sabe o quê? Não estou nem aí para o que vão pensar, a única certeza da vida é a inconstância, e isso se encaixa também no fato de mudar de opinião. Não busco mais me definir e, posso lhe dizer?, isso me trouxe uma leveza, uma tranquilidade de levar a vida e sei também que quem eu era ontem pode já não mais fazer sentido para mim hoje, totalmente Raul e me permitindo ser uma metamorfose ambulante. Adoro poder me permitir ser várias diferentes, descobrindo coisas que amo e que antes detestava, percebendo coisas que antes não toleraria e hoje me fazem rir, e eu agradeço imensamente por gêmeos ser meu ascendente e fazer todas essas mudanças sem me sentir culpada. Isso é responsabilidade dele? Obviamente que não é somente dele, mas pode ser uma influência direta, e bem grande, dessa volatilidade, e eu posso colocar em quem eu bem quiser, não é?

Em outro artigo abordei sobre o fato de não se importar com a opinião alheia (link) e volto a repetir e frisarei aqui quantas vezes forem necessárias, por quê? Isso muito me limitou, durante um longo período – claro, bastante por conta da minha cabeça que permitia –, mas isso é tão perda de tempo e tem tão pouco a nos agregar, no caso, zero, que não gostaria que você postergasse sua evolução por levar em conta uma opinião que diz mais respeito ao outro do que sobre você. Não há problema algum em você decidir aos quarenta anos que não quer mais trabalhar com aquilo em que você é formado e agora quer começar um negócio próprio do zero, que incrível! Seja seu maior incentivador, não espere que alguém venha de fora e lhe diga que é por aí, as pessoas normalmente agirão com uma margem de segurança com receio de que você sofra – ou por não quererem que você se destaque e saia do nível mediano em que elas se encontram (xi, isso dá assunto até para outro artigo) –, mas sem os tiros no escuro, seguindo nosso coração, fica-se só na vontade sem saber como poderia ter sido. Pode ser meu ascendente querendo incentivar você? Pode sim, porque eu sempre acreditei que trabalhar com o que se ama faz as pessoas mais felizes. Você vai pensar que vivo em um mundo de ilusão, por mais que acredite que não, e por mim tudo bem, as coisas parecem ser bem mais leves por aqui.

Hoje não me incomodo quando alguém me fala que mudei muito, penso internamente: “Graças a Deus”, me permito fazer as minhas alterações pensando no que eu realmente quero, obviamente sem passar por cima de ninguém, meus princípios não mudaram porque minha personalidade foi se moldando ao meu momento atual. Falei sobre relacionamentos semana passada e aqui cabe retomarmos neste aspecto, pois, as pessoas mais distintas surgem em nossas vidas acrescentando tantos ensinamentos que não há como continuar o mesmo depois de algumas experiências vividas. Abrace a ideia de mudar seja de opinião, de estilo, de gostos, de vida! Ela está aí para ser experimentada e não para vivermos sempre de uma mesma maneira, isso é tão ultrapassado. Se permita ousar, se permita inventar a sua própria forma de pensar e ser feliz. Construa seus pensamentos respeitando antes de tudo a si e o que lhe faz bem. A forma como você se trata é a maneira como você ensina os outros a lhe tratarem, então, cuide-se com carinho, dê atenção ao que lhe faz bem e entenda o que você realmente quer nesse momento. Se tiver que começar de novo, comece, se for necessário fazer uma grande mudança na sua vida, FAÇA! Vá que, de repente, você também tenha o ascendente em gêmeos? E se não tiver, vá mesmo assim.

13 Maio, 2020

Cultura do cancelamento

Mão de um homem com anel e um x vermelho no meio
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Já ouviu falar sobre esse termo? A “cultura do cancelamento” foi eleita o termo do ano passado pelo dicionário Macquarie, uma eleição que leva em conta a língua inglesa, mas através das redes acaba se disseminando para outros países. A cultura do cancelamento… “envolve uma iniciativa de conscientização e interrupção do apoio a artista, político, empresa, produto ou personalidade pública devido à demonstração de algum tipo de postura considerada inaceitável. Normalmente, as atitudes que geram essa onda são do ponto de vista ideológico ou comportamental…”. Eu não sei se para você soa pesada essa denominação, mas tenho que admitir que para mim é. A partir de quando fomos encarregados de nos tornarmos juízes da conduta alheia, críticos vigilantes das atitudes de terceiros? Me parece que ficamos na espreita, apostando quem será a bola da vez, ávidos por um deslize de alguém para apontarmos cheios de razão, e quando acontece, chuva de condenações.


Esse termo resumiu o ano de 2019, porém, com a vinda da pandemia ele parece ter se enraizado entre nós. A solidariedade, a ajuda aos demais, a oportunidade de união parece desaparecer quando alguém foge da postura aceitável. Tendo um celular e podendo se esconder atrás dele, algumas pessoas sentem que são invencíveis e possuem o direito de falar o que querem sem ao menos levar em consideração que do outro lado há uma pessoa sujeita a erros e acertos como qualquer um de nós, e o que a diferencia é um holofote em si o tempo todo que não poupa deslizes. “Mas ela é uma pessoa pública, ela tem que aceitar o que falam…” me fez lembrar de uma síndrome bem colocada por uma incrível nutricionista, Lara Nesteruk. A síndrome do estuprador aborda a situação como se a vítima impelisse o agressor a cometer determinada ação, por exemplo, ao usar roupa curta à noite – na cabeça do estuprador –, a vítima está pedindo por aquilo. No caso da pessoa pública, ela está sujeita a qualquer tipo de comentário, e nesse tipo de mentalidade ela tem de aceitar o que vier. Como se, pelo fato de ser uma pessoa pública, ela já estivesse pedindo sua opinião, mas quem definiu que isso é plausível, que isso é bacana? Absolutamente nada nos dá respaldo para julgar e nossa opinião não é obrigatória. Já abordei o assunto sobre dar sua opinião quando ela não é solicitada, no artigo (DANE-SE O OUTRO! É EXATAMENTE ISSO QUE VOCÊ LEU). A não ser que tenham lhe pedido, fique quieto.


Me parece que estamos indo na contramão, retrocedendo a galope, espalhando ódio e rancor sem se importar com ninguém. Não estamos aprendendo absolutamente nada neste tempo confinados, e isso é algo triste. Você é um ser humano e por esse mero detalhe não está exime de erros. Voltemos ao círculo menor, dos que nos rodeiam, pois, se criticamos o famoso, que está distante, como ficam as pessoas próximas que estão fazendo algo que assumimos como uma postura inaceitável? O que não fica tão claro, pelo menos para mim, é por que temos essa necessidade tão grande de sempre ter um posicionamento “ou você está certo ou está errado” e a partir do momento em que você escolhe um lado quem está do outro é inimigo? Em vez de nos unirmos, estamos cada vez mais nos distanciando por acreditarmos estar do lado correto. Hoje pode ter sido outra pessoa, mas amanhã pode ser você, em um escorregão que não queria dar mas não conseguiu evitar. E aí, como ficam os apontamentos, sendo com você é justificável? Sempre é assim: quando estamos falando de nós, queremos uma nova chance ou oportunidade para repararmos nossos erros, mas não pensamos duas vezes em depreciar o outro na primeira oportunidade.


Este artigo tem a finalidade, do fundo do coração, de pedir que você não entre nessa ideia de cancelar pessoas, pois, além de não agregar em nada, lembre que você tampouco está isento de falhas. Além da responsabilidade, o fato é que o reflexo de atitudes como essa, de cancelamento, podem ser muito graves e despertar emoções densas em um momento em que estamos todos fragilizados de alguma forma. Tenha compromisso com você, mas também com as palavras que você utiliza, pois nunca sabemos o que o outro está passando, seja gentil. Dizer que a pessoa pública influenciou negativamente alguém é achar uma outra desculpa para colocar na conta do outro as suas escolhas. Cada um tem o direito de dizer o que quiser, e cabe a você acolher e seguir aquilo que compactua com seus princípios ou deixar para lá. Não somos crianças para colocar nas costas dos outros a responsabilidade de nossas decisões e muito menos para expô-los. Vou dizer por aqui, quantas vezes forem necessárias: você só tem controle sobre suas atitudes, então olhe com carinho e cuidado para elas, sendo fiel a você e suas premissas. Aceite que assim como você o outro precisa aprender por si, e quando ele estiver em um momento de queda não jogue mais areia em cima dele, ajude-o a levantar e, se não puder, pelo menos não atrapalhe.


Fonte: Dicionário Macquarie: Responsável por selecionar anualmente as palavras e expressões que mais moldaram o comportamento humano. (https://canaltech.com.br/redes-sociais/a-cultura-de-cancelamento-foi-eleita-como-termo-do-ano-em-2019-156809/)

08 abr, 2020

Dane-se o outro! É exatamente isso que você leu.

Quando me veio a ideia de começar a escrever aqui, e a falar no Instagram também, pensei: “Gente, mas por que razão as pessoas vão querer me ouvir? Eu não tenho nenhuma conquista que seja realmente impactante. Acho que as pessoas vão pensar que estou com o ego nas alturas e que estou me achando a plena, rainha de todas as respostas”. Olhando agora, um pouco para trás, percebi novamente a presença da resistência, aquela danada que sabe muito bem meus pontos mais delicados e que um deles é – mas está deixando de ser – a importância a opinião alheia.

Quantas coisas ou decisões deixei de tomar querendo seguir meu coração – e olha que eu segui ele em muitas outras –, mas decidi silenciar por conta do que os outros iriam falar, o que iriam pensar e, meu Deus, a vergonha que eu podia fazer meus pais passarem caso decidisse sair muito da curva. “Vou com essa roupa, mesmo querendo ir com aquela, porque podem ter outra imagem de mim. Vou me policiar para não falar muito expansivamente porque podem pensar que sou oferecida.” Não vou falar sobre minha história e meus percalços porque não vão achar tão interessante. Posso falar a real? A imaturidade e a insegurança às vezes, em sua maioria, são um saco!

A verdade, e desculpa o uso de palavras chulas por aqui, mas nesse caso é extremamente necessário, FOD@- SE o outro! Começa pelo fato de que na verdade todo mundo está lidando com sua caminhada e meio perdido nela também, tentando superar as novas situações que vão acontecendo a cada instante, ninguém está muito preocupado com seus altos e baixos. Quem liga para isso é você mesmo, ou sua resistência, que usa essa artimanha para lhe fazer paralisar. Mas caso alguma pessoa esteja realmente falando sobre você, saiba que quando alguém fala de você fala muito mais sobre ela mesma (Quando o Pedro me fala sobre o Paulo sei mais de Pedro que de Paulo), e é o tipo de ser humano que vale a pena repensar se tê-lo por perto é assim tão relevante.

Desde que comecei a me observar prestei mais atenção às palavras que saiam da minha boca, se eram na maior parte do tempo coisas boas fosse sobre mim ou sobre os outros – avanços, descobertas, conquistas – ou se estava analisando a vida alheia e tecendo comentários sobre assuntos que eu somente supunha. E quando fiz esse exercício comecei a tomar mais consciência das coisas e das pessoas. De algumas eu fui me aproximando, usavam mais o pronome eu, e falando sobre suas vulnerabilidades, do que ele/ela, de outras fui me afastando com uma vontade de fechar a boca e costurar com linha e agulha tamanha a quantidade de julgamentos que saíam dali sem nem ter ideia e muitas vezes, fatos comprovados, para sair falando por aí.

Temos uma necessidade instintiva de falar, tecer algum comentário, mesmo quando não solicitado, queremos ser escutados, ainda que isso nos faça falar sobre algo que desconhecemos. A verdade é, se a sua opinião não tem nada a acrescentar, se você vai abrir a boca simplesmente para dizer o que você acha – sem ninguém ter perguntado sua opinião –, ou se você está pensando em levar adiante uma história que você ouviu, não tem 100% de certeza sobre ela, não diz respeito a você e não vai acrescentar em nada… Fique quieto! Melhor você sair por sem posicionamento do que por mentiroso ou fofoqueiro.

Dane-se o outro duplamente, seja pelo que ele está fazendo da vida dele ou o que ele acha sobre a sua. Durante muito tempo eu acompanhei canais e sites de fofoca de famosos – NADA CONTRA QUEM O FAZ, OK? DEIXEMOS ISSO CLARO –, principalmente quando tinha de pensar em algo que precisava decidir: “Só uma olhadinha para desopilar e depois volto a pensar nisso”. Iam-se horas, por quê? – e demorou um tempo para eu entender a razão – essa era a minha válvula de escape. Olhar a vida do outro, falar que a fulana estava com outro namorado, que aquela atriz não deveria ter feito o procedimento estético porque tinha ficado horrível etc… me faziam postergar as ações que eu deveria tomar e não alterava em nada a vida do famoso, somente a minha, que atrasava. Comecei a entender que as escolhas e decisões do outro importam somente a ele, e as minhas a mim. Se isso funcionou para a galera famosa, imagina para as pessoas perto de mim? Cada escolha que alguém fazia/faz e chega aos meus ouvidos, pela minha boca sai a única pergunta, que, acredito, deve ser feita: “Você está feliz?” ou “Como você está se sentindo com isso?”. Sim, simples assim.

O outro, quando comenta com você uma decisão que tomou, não quer ouvir críticas, conselhos – a não ser que lhe peça isso deliberadamente –, ele só quer compartilhar e cabe a você ficar feliz ou dar colo à pessoa. Nós não somos melhores que ninguém. Cada um faz suas escolhas de acordo com a consciência que tem naquele momento. Estamos em etapas diferentes da nossa caminhada, em alguns momentos eu estou mais evoluída que você, assim como em outros você está anos-luz à minha frente, e está tudo mais do que certo, isso não é uma corrida, é a nossa vida. O que cada um faz da sua diz respeito unicamente a ela. Não cabe a você julgar, fazer suposições e querer dar sua opinião porque acha relevante ou para fazer seu ego feliz. Olhe para você, seja um ser humano melhor para si que automaticamente você será para os outros.

Imagina, eu quase deixei de continuar escrevendo e me comunicando porque as pessoas podiam achar que o que eu tinha para dizer e compartilhar não era tão interessante. Na verdade, se o que você lê aqui não lhe agrada é simples, procure algo que atenda melhor suas necessidades. Não venha querer me mandar algo me dando dicas, ideias e opiniões – claro que se for para o crescimento elas são bem-vindas – porque você acha que seria melhor de determinada forma. Este é um modo de expressão meu, minhas opiniões e minha forma de encarar o mundo, atualmente, logo, se você não compactua – e está tudo bem, viu? – mas mesmo assim quer seguir acompanhando, ótimo, é super bem-recebido! Porém, se você é desses que precisa compartilhar sua opinião e dizê-la mesmo que não tenha sido solicitada, e se de alguma forma eu achar que foi desrespeitoso, pois não concorda com minha opinião, será gentilmente convidado a se retirar. Mais claro que isso, impossível.

Esse é um artigo para fazer você pensar, pois tenho certeza de que já esteve nessa posição e pode ser que ainda esteja, mas saiba que isso não agrega e não está levando você ao próximo degrau do desenvolvimento. Quando você preenche a sua vida, quando busca formas de evolução para si, há tanto a fazer e melhorar que passa a faltar tempo para olhar para o lado e acompanhar a vida do outro, e isso é lindo. Faça o exercício de prestar atenção ao que anda saindo da sua boca ultimamente, e, se você perceber que sai amor, leveza, pensamentos e sentimentos bons, ótimo, siga no caminho. Caso você perceba que fala e pesquisa mais sobre a vida alheia, comenta, sai espalhando informações por aí de forma irresponsável, é um bom indício por onde começar a melhorar. Todavia, seja rigoroso com você nesse aspecto, esteja alerta e tente travar a língua se ela quiser sair por aí falando mais do que sabe.

Depois me conta aqui – sim, eu quero a sua opinião – sua experiência sendo um observador de você mesmo e como se viu antes, durante e depois dela, e, se você já fez, compartilha também.