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Posts marcados na categoria Brisas e reflexões

13 out, 2020

Todo pensamento é um mestre e ele deve ser atendido

Frase "você pensa demais"no palito
Você pensa demais
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Leio e escuto por aí muitas coisas que me deixam impactada, como o caso dessa acima, mas tenho que ser honesta que não lembro muito bem aonde a escutei. Deixei ela anotada no meu bloco de ideias onde guardo frases e pensamentos para utilizar em momentos posteriores. Isso ocorre com grande frequência, pois em alguns momentos quando elas surgem não me sinto pronta para escrever sobre o assunto, mas por qual razão estou explicando tudo isso se nem faz sentido com o artigo? Bom, essa nem eu sei lhe responder. Começo falando sobre uma coisa e quando vejo já estou há léguas de distância, mas agora pensando melhor faz um pouco de sentido, assim como bem dito pela chamada do artigo nosso pensamento é um mestre e muitas vezes me deixo levar, falar e escrever sobre onde ele está me levando, percebe que frágil é isso? Não? Fica um pouco obscuro ter essa dimensão quando estamos falando de uma coisa simples como essa, mas quando os seus pensamentos começam a ir para um lado mais sombrio e incessante, como faz?

Nossa mente consciente é como um jardineiro cuidando de seu jardim. Animado ele ara a terra, a prepara, aduba, planta as sementes do que ele deseja colher (vamos usar nesse caso roseiras, você pode escolher outra se quiser) enfim, ele idealiza o que almeja extrair daqui a um determinado tempo. Diariamente ele cuida de seu jardim, rega, protege de temperaturas mais extremas e cuida para evitar as pragas que podem invadir sua plantação e destruir suas roseiras em pouquíssimo tempo. Porém, temos mais um componente nessa equação, o nosso subconsciente, neste caso representado pelo jardim. O subconsciente é um fiel servidor, não julga e nem rotula nada, como a consciência faz, entre bom e mal, feio e bonito, isso é apropriado e isso não é. Bom, suponho que você já entendeu um pouco da minha analogia até aqui, não é? Quando os pensamentos estão alinhados com o objetivo tudo parece fluir, a terra, as sementes, o tempo, mas se nos descuidamos e deixamos uma pequena fresta aberta os pensamentos confusos entram, destroem todo o trabalho e a praga se instala.

Em uma ideia palpável como essa fica um pouco mais fácil de visualizar a capacidade que os nossos pensamentos têm sobre nós e nossas atitudes. A questão aqui é como nossa mente subconsciente não avalia nada, ela só acata, é importante estar vigilante tanto com o jardineiro quanto com o jardim. Sua mente subconsciente vai fazer de tudo para florescer, com força, vigor, se é isso que você deseja, quanto mais você pensa sobre o assunto mais ela entende que se trata de uma situação de urgência máxima que precisa ser atendida. Agora vamos supor que você acredita ter se empenhado na plantação das suas roseiras, enquanto colocava as sementes e adubava a terra as plantava colocando as sementes pensou: “essas rosas não podem morrer, não podem vir feias e fracas, não podem aparecer pragas, estou cuidando muito para que nada disso aconteça” e cada vez que o jardineiro (a mente consciente) vai regar aquela muda com todo amor e cuidado ele reforça aquele pensamento que foi colocado na hora de sua plantação. Lhe pergunto, o que você pensa que vai acontecer?

Se você disse que será uma colheita fraca, cheia de rosas podres e que as pragas fizeram morada naquelas roseiras você acertou. Seus pensamentos são mestres que devem ser atendidos. Nossa mente é extremamente inteligente e está trabalhando ao nosso favor, — não esqueça disso — porém, é necessário ter claro que a conversa entre o consciente e o subconsciente não funciona da forma que imaginamos. De alguma maneira o subconsciente não entende o “não” que colocamos na frente, ele entende que você quer rosas velhas e feias e é isso que ele lhe dará, pois, você reforça isso diariamente. Então, sabendo que seus pensamentos estão acontecendo e seu subconsciente, e consciente vão fazer tudo para que eles sejam atendidos o mais rápido possível, me parece meio claro a razão fundamental de sermos sempre cautelosos quanto ao que pensamos, pois, pode realmente se tornar realidade. Foque no que você deseja, seja claro, tire de qualquer cenário imaginário o que você não ambiciona visto que quanto mais você foca dizendo que não é aquilo, mais seu cérebro entenderá que esse é o objetivo a realizar no momento. Não esqueça que sua máquina é inteligentíssima, use-a a seu favor.

23 set, 2020

Vá além do amarelo

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Decidi voltar a escrever depois de um tempo parada. As razões dessa pausa ainda serão tema de um próximo artigo, mas hoje quero abordar algo mais profundo, um tema que surgiu em uma conversa trivial com minha mãe, que tinha ido ao hospital e me comentou algo que havia chamado a sua atenção naquelas poucas horas ali. A enfermeira disse a ela sobre a quantidade de tentativas de suicídio que estavam ocorrendo principalmente após o aparecimento da pandemia. Por razões óbvias, entendemos o porquê desse aumento, e em um momento de desespero, de não conseguir mais visualizar opções possíveis o “acabar com aquela dor”, parece a única solução plausível. O Setembro Amarelo, que ocorre desde 2014, é uma parceria entre a Associação Brasileira de Psiquiatria e o Conselho Federal de Medicina, e visa a prevenção do suicídio. Eu sei, ele é um tema denso, daqueles que queremos deixar de lado e fingir que não está ali, mas, desculpe, ele se faz muito necessário e por isso será abordado aqui no meu espaço.

Indo um pouco mais atrás de informações, me impressionou o fato de que a maioria entre os casos, chocantes 96,8%, são jovens com transtornos mentais iniciando com a depressão, e podemos dizer que ela é uma porta de entrada para outras diversas doenças e um sinal de alerta enorme desde sua aparição. Isso me impressionou, mas ao mesmo tempo me pareceu claro o porquê de sua ampla maioria de ocorrências acontecer entre jovens, visto que são eles que estão mais suscetíveis a informações de pouca qualidade ou muitas vezes nenhuma. As redes sociais não são a única culpada, devendo levar toda a responsabilidade por tais consequências, mas são indubitavelmente aceleradoras e impulsionadoras dessas atitudes. A vida perfeita compartilhada através de imagens e vídeos muitas vezes deixa até mesmo pessoas com maior vivência, idade e maturidade tristes, angustiadas e se sentindo inferiores. Imagine o efeito disso sobre um adolescente que somente quer se sentir enturmado se vendo tão distante daquilo tudo?

Ninguém, absolutamente ninguém está isento de problemas, nenhum de nós tem a vida perfeita, todos estamos enfrentando alguma batalha interna em qualquer momento da vida. Se manter firme e em pé no mundo real nos exige muito, muita força, muita garra, muita fé (seja essa em você ou no que você acreditar) e muita vontade de viver. Diversas vezes pode não parecer fácil – e não é –, e está tudo bem admitir que se está triste, com medo, desanimado e sem forças. Porém, é importante ter em mente que é possível mudar isso. Comece acolhendo o que está sentindo, olhe para você antes de qualquer coisa e se pergunte que mudança está ao seu alcance, busque ajuda, e, se não a encontrar nas pessoas próximas, busque um profissional, busque apoio, pois muitas vezes é realmente difícil sair de onde se está sozinho e não há nada de errado em pedir ajuda. Ela se faz cada dia mais necessária em um mundo que tenta a todo custo que nos comparemos uns aos outros, que andemos feito manada, sendo todos muito parecidos, e que nos faz sentir diminuídos ou deslocados a todo instante. Por mais que eu acredite que toda essa singularidade é o seu bem mais precioso, talvez você não esteja pronto para enxergar, então peça ajuda.

Uma sucessão de acontecimentos, na nossa visão ruins, uma fase seguida de outra repleta de desafios pode tirar qualquer um dos eixos, nenhum de nós está livre, e por essa razão não acredite em tudo que vê ou ouve, pois normalmente as histórias lindas que chegam aos seus ouvidos têm muita superação e suor por trás que não foi contado, aquela foto perfeita que você vê, além de poder ter sofrido alterações, pode ser só uma forma de a pessoa por trás dela lidar com seu problema de autoestima se sentindo amada através de likes. Nós sempre vamos estar atrás de alguém, e, se ficarmos nessa sede de nos compararmos, ficaremos cada vez mais ansiosos, nos cobrando, invejosos e sentindo raiva de outras pessoas que não têm nada a ver com o que acontece dentro nós, e é ali que começa tudo. O “vá além do amarelo” aqui é para alertar que não é só durante um mês do ano que temos que falar sobre esse assunto, é só vermos os números, é algo incontestável acontecendo entre nós, e, quanto mais valorizarmos aparências, fotos e redes sociais como métricas de felicidade, mais corriqueiro será, infelizmente.

Cancelar pessoas, xingar e desrespeitar o outro por uma opinião divergente da sua, criticar, criticar, criticar, isso nunca ajudou ninguém a se levantar. Antes de crucificar, pense como você pode ser melhor, um ser humano melhor. A gente nunca sabe o que o outro está passando, além de não saber o que nos espera na próxima esquina da vida, então seja gentil. Você não sabe cada detalhe por trás da história de quem acompanha, mas sabe da sua, então olhe para ela e tente encontrar as partes bonitas que ela tem e agradecer, e as que não forem tão bonitas veja como desafios que o tornam quem você é hoje, e portanto fundamentais. Deixei linkado o site do Setembro Amarelo caso você sinta necessidade de compartilhar com alguém ou para você. Peça ajuda ao menor sinal de que precise.

22 jun, 2020

Rotina: Ame ou deteste-a

Agenda mostrando a rotina e compromissos da semana
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Existem dois tipos de pessoas, as que adoram a rotina e as que detestam. Não estamos neste artigo buscando julgar o que é certo ou errado, e sim mostrar por que muitas vezes ver sua rotina com outras lentes pode ser benéfico. Ok, você já deve ter percebido que eu sou pró-rotina, sim, adoro tê-la bem definida e não me importo de fazer as coisas diariamente de determinada forma, pois sei que imprevistos podem acontecer – e irão –, se sua rotina do dia estiver atrapalhada, lei de Murphy, né? O que acontece aqui é que prefiro estar mais livre quando tiver que resolver alguma pendência de última hora e que isso não bagunce meu dia parecendo que tenho que escolher entre duas coisas igualmente importantes e que posteriormente fique com a sensação de que não consegui fazer o que havia me planejado. Fazer todos os dias a mesma coisa pode, sim, ser algo entediante, eu mesma achei isso por um tempo, mas quando você percebe o poder que existe em construir algo diariamente você começa a colocar mais atenção naquilo e fazê-lo com intenção. Quando estou buscando introduzir uma nova atividade na minha rotina, preciso praticá-la durante um mês, no mínimo, todos os dias e no mesmo horário, pois é assim que meu cérebro entende que algo veio pra ficar e é importante. E para você, como funciona?

Vamos a um exemplo para tentar elucidar melhor como funciona para mim. Comecei a colocar em prática as atividades do livro O Milagre da manhã¹, o qual eu não li, mas a internet nos possibilita sinopses, e a desta obra é bastante conhecida. O autor traz uma sequência de seis atividades para serem feitas diariamente antes de começar o seu dia, ou seja, antes de sair para a correria que é a rotina. Trata-se de tempos variáveis, de acordo com a disponibilidade e a necessidade do freguês, que são: meditação, visualização, manifestações, atividade física, ler e escrever. Você ri e pensa: “Tá, para fazer tudo isso antes de o dia realmente começar terei que acordar às 4h!”. Foi o que eu pensei e fiz. As mudanças de hábito e aquilo que buscamos atingir vão nos exigir esforço e saída da zona de conforto, explanei isso em outro artigo, não adianta, é ali que crescemos, momentos de prazer são maravilhosos e para desfrutá-los, e também para valorizá-los quando acontecerem, serão necessários alguns momentos não tão legais. Já comentei anteriormente que não acordo nesse horário amando, mas eu amo o que o acompanha, seus benefícios e a disciplina que vem juntamente. Também mencionei por aqui que tem dias, ou semanas, que não adianta, o ânimo não dá as caras, e é vida que segue, porém me permito isso quando o hábito já está instalado e posso “jogar” com ele no meu dia. Isso serve para você? Não necessariamente, ache a sua fórmula, se comprometa, se teste, falhe, acerte e vá tentando.

Acontece que nós sempre estamos buscando melhorar algo – e se você que está lendo isso não está, deveria –, até porque sempre temos algo para evoluir. Seja procurando uma alimentação melhor, se dedicar mais firmemente às atividades físicas, emagrecer, e assim vai da vontade de cada um, porém, se você deseja a mudança, ela vai precisar acontecer, e mesmo que você deteste admitir vai ser chato no início e precisa ser rotineiro. Escovar os dentes e tomar banho, entre tantas coisas que você faz cotidianamente, se tornaram um hábito. Claro que agora você não se lembra, mas podia achar um saco quando começou a fazê-los, porém de tanto executá-los, repetidamente, que pode até fazer de olhos fechados, esse é o caminho natural de tudo que você se compromete a fazer com assiduidade, mas para isso acontecer é necessário passar pela fase incômoda inicial. E não venha me dizer que se alimentar bem e fazer atividades não são tão fundamentais assim, pois, já imaginou não conseguir amarrar seus próprios sapatos ou não poder comer um docinho na velhice porque hoje você não quis fazer um esforço e incorporar novos hábitos saudáveis na sua rotina? Deixe algumas vezes de lado o prazer momentâneo, pois ele terá reflexos lá na frente e você vai querer ter começado antes a se cuidar. O comprometimento que a rotina traz nos faz pensar nas pequenas mudanças que podemos fazer diariamente, mas que, somadas ao longo de um ano, ou uma vida, podem fazer uma enorme diferença.

Até que o objetivo em questão se solidifique – e vire rotina – vai levar um tempo. Dizem que leva 21 dias para o seu corpo assimilar e entender o novo hábito incorporado – eu não sei, pois preciso de mais. Você precisa testar e ver o que funciona para você. Mas tenha em mente que vai levar um tempo, não será gostoso e agradável no início – será um porre, é importante ser sincera –, e trabalhe com metas possíveis e alcançáveis, pois assim a tendência a conseguir persistir são maiores. Não adianta uma pessoa sedentária decidir correr 10 quilômetros no primeiro dia em que incluir a prática em sua rotina, ela vai desistir, pois vai ser difícil e obviamente se frustrará, e aí você já sabe, nossa amiga mente – no caso, não – vai entrar derrubando portas para lhe desestimular e fazê-lo acreditar que é incapaz. A constância aqui é que vai manter você no jogo do longo prazo, as pequenas vitórias diárias que vão lhe dar impulso para no dia seguinte ir novamente e no próximo, e quando você perceber já está finalizando os dias a que tinha se comprometido, e é aí que entra o bacana da rotina, do compromisso diário. Ah, uma outra dica legal é ter um calendário e riscar todos os dias depois que você cumprir a atividade a que se propôs, pois isso dá a sensação de prazer e leva ao nosso cérebro o sentimento de que você está cumprindo e comprometido com o que tenha se determinado. A rotina pode não ser tão agradável todos os dias, mas pense amplo, os pequenos tijolinhos colocados diariamente podem construir algo muito bacana a longo prazo. Pense sobre isso.

¹ O Milagra da Manhã – Autor: Hal Elrod, ano 2012.

08 jun, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 5 – Puxar pessoas

Crianças puxando corda
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Chegamos a mais uma fase da timeline do despertar, gostei desse nome! Foram diversos momentos até chegarmos aqui, lendo parece que foi rápido, e melhor, fácil. Nenhuma parte dessas transições foram leves ou superficiais, todas foram muito sentidas, vivenciadas e liberadas para partir. Pode acreditar quando digo que não foi fácil deixar algumas pessoas irem, até mesmo a Josi de antes, nos apegamos muito facilmente às coisas habituais e até para nos livrarmos de coisas densas pesamos se vale a pena, por tão acostumados àquilo que estamos. Falo por mim aqui que muitas vezes é difícil entender nossas formas de agir e pensar, seres humanos são bichos estranhos, e tentar entendê-los demanda energia, por isso escolha bem onde irá investir a sua. Uma piadinha ácida aqui, mas para quebrar o gelo e entrarmos na próxima fase, a do puxar pessoas.

Parece uma fase um pouco estranha, não é? Mas vou explicar um pouco melhor para você me acompanhar. É normal se encantar com o que vem com o autoconhecimento, o entender o quanto a força do seu pensamento é poderosa, a liberdade que se conhecer intimamente proporciona, a alegria e seu estado de espírito que você percebe de vez que se encontram em suas mãos sem mais depositá-los ou buscá-los externamente. Essa fase ainda me acompanha, em muitos momentos me pego encantada com diversas situações que acontecem comigo. Já mencionei sobre o abrir os olhos (link) e que uma vez que eles foram desembaçados tudo pareceu ser mais luminoso, brilhante e simples, a meu ver. Você reparou as últimas palavras? “A meu ver”, isso não significa que as pessoas ao meu redor passaram a ver as coisas como eu, porém você quer compartilhar isso, que as pessoas experienciem toda essa transformação também, é como seu prato predileto ou filme que você deseja que as pessoas experimentem e sintam toda aquela energia, emoção que aquilo desperta em você. A questão aqui é que nem todos estarão prontos para acompanhar você nessa fase de encantamento e transformação, mas você não se atém a esse pequeno detalhe, você quer puxar todos que ama para esse barco.

A vontade que existe é que todos pudessem ver através dos seus olhos e sentissem toda essa mudança, e por um bom tempo quis isso também, até entender que o caminho de cada um é absolutamente único e que insistir para que as pessoas façam o que você fez é o ego – a Cláudia (link) – falando. Você pode me ver aqui escrevendo sobre coisas que fiz, passos que dei, ferramentas usadas e que acredito serem de grande valia, mas não me pegará insistindo para que faça algo, a escolha final sempre cabe àquele que deseja a mudança, a decisão sempre é sua, caminhamos lado a lado para que possamos nos ajudar, porém a quem está disposto a ajudar a si. Forçar alguém ou puxá-la para acompanhar você é egoísmo e soberba, uma porque você querer companhia de pessoas que na verdade naquele momento podem não estar prontas para essa caminhada ao seu lado e soberba por acreditar que você deve fazer o movimento por ela, pois sozinha ela não conseguiria.

É uma linha muito tênue, eu sei, pois aprendi na experiência e posso lhe garantir que levei um tempo até entender isso e pessoas ficaram durante o caminho, mas percebi que é natural durante o trajeto os cenários e os personagens irem mudando e cabe a nós irmos nos adaptando a eles, sem dor, sem apego ou sofrimento. Eu adoro ajudar, conversar sobre assuntos de vida, sobre se autoconhecer, se respeitar, gosto de mostrar outras perspectivas, porém, hoje não faço mais pelas pessoas e não é egoísmo, muito pelo contrário, mas sim por acreditar na capacidade de cada um, e que na ocasião em que ela estiver pronta as informações farão sentido em sua cabeça, e aí é o momento de ela fazer o movimento principal, o seu próprio. Pegar as pessoas pela mão e fazer por elas não é ser prestativo, é massagear o ego para se sentir importante. É necessário permitir-lhes viver suas experiências, e nesse aspecto eu agradeço por ter caminhado por um período sozinha. Esses primeiros passos foram essenciais para que eu sentisse o solo que estava pisando, montasse minha base, sem ninguém fazendo por mim ou me puxando, então, cada passo foi dado por vontade, curiosidade e desejo próprios. Desejo a você o mesmo, mas, caso precise, adoro conversar.

03 jun, 2020

O que você consome influencia a sua realidade

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Vendo pelo título, parece que teremos um artigo sobre nutrição, não é? Não é muito por esse viés, mas já aproveito para falar sobre a importância de nos alimentarmos corretamente, pois falarei sobre o assunto em um próximo artigo. Por experiência própria, e é o que eu sempre tento trazer aqui, é que o título desse artigo “O que você consome influencia sua realidade” é uma grande verdade. Meu intuito nunca é impor a minha opinião a você que lê os artigos, até porque já escrevi sobre esse assunto (link) e não acredito que isso funcione, creio sim que mudamos nossa opinião, mas por conhecimento mais aprofundado do assunto, por amadurecimento ou porque fez sentido para nós, mas não por exigência ou obrigação. Uma das razões do Inspirações existir é compartilhar um outro aspecto, uma outra forma de olhar as coisas, e isso sim entendo como uma maneira de nos acrescentar como seres humanos. Busco isso em minha vida, olhar sob o ponto de vista de outra pessoa que pensa muito diferente de mim, eis aí uma grande oportunidade de crescimento, pois conviver com pessoas que pensam igual a você é fácil, difícil é lidar com seu discordante e fazer isso de forma educada.

Pois bem, retomando o assunto do título e utilizando nossa realidade atual como pano de fundo, vou lhe confessar uma coisa: eu não consumo notícias diariamente, não busco esmiuçar profundamente todas as informações disponíveis nas mídias, e sei que você pode estar gritando aí na sua cabeça: “alienada!”, e está tudo bem, estou sorrindo para você de volta enquanto escrevo isso, e por quê? Pois há duas boas circunstâncias interessantes neste aspecto, primeiro porque você somente vê refletido fora o que há dentro de si mesmo, logo se acredita ser algo bonito ou feio, certo ou errado, que deveria ser feito ou não diz respeito ao que você carrega dentro de si e não sobre mim, e isso acontece a todo momento sobre qualquer pensamento ou alguém – e por si só já é um assunto bastante extenso a se refletir. Segundo, é sobre fazer você pensar sobre que tipo de assunto você utiliza seu tempo consumindo e como isso está refletindo em sua vida. Eu decidi vibrar em uma energia diferente, não é porque não leio diariamente que as informações não chegam até mim, eu decidi filtrar o que realmente merece atenção e o que não merece. Obviamente que isso não exclui o fato de que assuntos relevantes são estudados, não de qualquer forma e em qualquer lugar, são sim examinados em sua fonte, leio, analiso, reflito e volto a me focar na minha energia, na que eu quero criar para mim.

Faz sentido para você? Se não fizer, está tudo certo, se você é daqueles que precisam consumir notícias, estar sempre por dentro de todo e qualquer assunto, está ok, temos que levar a vida da forma que nos preencha, que nos faça bem, e lhe mostro a forma como ajo porque ela faz sentido para mim – podendo ajudar você a entender pessoas que reagem diferente a você também –, e isso não é certo nem errado, apenas é a forma que ressoa dentro de mim, é a maneira que encontro, dentro da minha realidade, de ajudar mais pessoas. “Mas peraí que não entendi nada agora, Josi, como que você ajuda pessoas filtrando informações?” Pois então, o que eu consumo e as informações que eu foco é o que eu vou reverberar para as pessoas próximas a mim, e isso inclui você. Qual seria a minha ajuda se aqui eu trouxesse gráficos, dados alarmantes e aumentando ainda mais o medo e a tensão? Eu geraria mais dor, mais caos, tristeza e automaticamente levaria você a sentimentos ligados a isso – às vezes sem entender o porquê e de onde vêm –, além de trazer desânimo e desesperança com a humanidade, e – na minha visão – isso seria um desserviço. Essas informações já estão aos montes por aí, nem é necessário procurar muito, mas não é o que eu quero trazer.

Você já teve uma plantinha ou algo de que cuidou, regou, deu atenção diária àquilo e depois de um tempo cresceu e floresceu? Acontece exatamente o mesmo com o que você consome e coloca para dentro de si mesmo, pois aquilo do que você se cerca se torna a sua realidade. Se eu quero alegria, expansão, prosperidade, saúde na minha vida, por que eu foco só no oposto? A conta não fecha, e, enquanto você presta atenção no que não quer, é isso que atrai. Eu não digo que você não deva consumir mais informações, isso seria de todo errado, mas escolha com sabedoria o que coloca para dentro de você e o que você pode fazer com isso. Não consuma informações só por consumir, para ter assunto sobre o que conversar, e, indo mais além, não seja somente reativo levando ideias adiante. Pense por si, pesquise em fontes seguras suas informações antes de sair espalhando dados ao vento e tenha responsabilidade sobre o que consome. Se você dá atenção ao que leva à boca, por que não dar atenção ao que você leva à mente? Aquilo a que você dá atenção cresce, não importa sobre o que seja. Então, você está consumindo assuntos de forma consciente?

29 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 4 – Isolamento

Mulher caminhando pela floresta - isolamento
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Vamos continuar então nossa caminhada pelo despertar. Já visitamos três fases até aqui (início da jornada, sincronicidade, abrir os olhos), sigamos. Juntamente com a fase de abrir os olhos aconteceu a de isolamento, lembrando mais uma vez que estamos montando aqui minha timeline mas isso não se configura com as fases do despertar obrigatórias, com cada um acontece de forma individual e não existe certo ou errado. O isolamento teve um grande peso no meu processo, foi ali que me reencontrei e me descobri em muitos sentidos, foi profundo, mas ficar com a gente mesmo pode ser às vezes extremamente incômodo. Não tenho vergonha de admitir que andei por terrenos bem arenosos, que fazia questão de esconder até de mim mesma, enquanto fazia essa limpeza. Fazendo uma analogia aqui, era como se fosse só para limpar meu quarto e quando percebi a casa inteira estava sendo revirada. Você puxa uma coisa e essa está colada em outra que vem junto e vem outra e assim por diante, quando percebe está tão envolvido naquilo tudo que não sobra tempo e espaço para mais ninguém. Você se reconhece nessa fase?

Vinha de um período de não querer sair de casa por tristeza, mencionei a você que sou intensa, vivo cada período com todo meu corpo e meu coração, seja ele feliz ou triste, preciso me aprofundar, sentir por inteiro para que aquela emoção possa fluir, seguir e não mais me atingir. Mas, continuando, o momento de tristeza se transformou naturalmente em um período de solitude, que é uma introspecção visando a conexão, desfrutando de sua companhia, sentindo-se vivo, no fluxo da vida, empolgado e com seu coração feliz. O que é bem diferente de solidão, onde você se sente infeliz, solitário e sem muito ânimo para a vida. Por isso entendo a preocupação das pessoas de fora, que não estão vivendo aquela transformação, pois acreditam se tratar de solidão ou até mesmo algo mais profundo como a depressão. Aproveito para ressaltar que, se você se sente muito triste e sozinho neste momento, busque ajuda, pois você é importante e não merece de forma alguma experienciar isso, sua existência é fundamental.

É bem verdade que se autoconhecer demanda tempo e, se você está comprometido, de verdade, demanda muito mais. Nem preciso ser mais clara para dizer que fui para dentro de mim sem nem olhar para trás. O que acontece aqui é que o despertar vem sem aviso prévio, derrubando o que vê pela frente para dar vazão a tudo de que você tinha se escondido. Isto é, se ele não dá nem tempo para você, que está submerso no processo, se preparar para todas as transformações que virão, imagina as pessoas próximas? Muitas vezes é difícil de entender e muito mais de acompanhar as mudanças daquela pessoa que jurávamos conhecer. Foi o que aconteceu comigo, junto com o isolamento veio o afastamento de algumas pessoas, na verdade não diria afastamento e sim uma reestruturação natural do círculo das pessoas mais próximas, pois você está diferente. Sempre fui aquela amiga presente, disponível, solícita, mas que passou a se ocupar com ela mesma a ponto de não sobrar mais tempo para outras pessoas, e isso nem sempre é bem visto ou interpretado. Qualquer justificativa aqui se faz desnecessária, não há nada de errado em você ser sua prioridade, e lembre: “Nunca se explique. Seus amigos não precisam, e seus inimigos não vão acreditar” (Autor desconhecido).

Vão achar você egoísta? Sendo sincera, podem, e vão, pensar outras várias coisas da sua pessoa, e aí, o que pensam e falam é mais importante do que vivenciar plenamente seu processo? Perdemos tempo com a inútil preocupação sobre a opinião que vem de fora. Acolha o seu momento, se respeite e viva isso que é só seu, ninguém pode fazê-lo por você. Se pessoas forem é porque nesse momento a separação se fazia necessária para evolução mútua. Aprendi que o deixar ir é necessário, diria fundamental, além de nos ensinar sobre o desapego, e digo que isso traz paz ao coração. Nada nos pertence, nem coisas e muito menos pessoas, e mantê-las por perto por apego, conveniência ou porque sempre estiveram ali trava a caminhada de ambos os lados. A vida é uma dança, às vezes você está dançando em grupo, outras, sozinho, outras mudando de turma, e não há nada de errado com isso. Quanto mais resistentes ficamos perante as situações, mais doloridas elas se tornam, por isso deixe fluir. Permita de coração que as situações e as pessoas vão, outras cheguem, e aprenda com todas. O deixar ir é um exercício ótimo em vários aspectos da nossa vida, experimente. O isolamento se tornou solitude e me acompanha até hoje, e vou lhe dizer, adoro meus momentos de reflexão, de silenciamento, são esclarecedores, então, se permita curtir sua companhia de vez em quando, faz bem à alma. Passamos por mais uma fase neste artigo, nos vemos no próximo, que será sobre… vai ter que esperar para saber!

22 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 3 – Abrir os olhos

Um dos olhos na foto multicolorido
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Chegamos à fase número 3 do nosso “Em que momento do despertar estou?”. Se você ainda não leu o primeiro e o segundo, aconselho você a ler (Estão aqui e aqui). Lembrando sempre que essa timeline que estou montando junto com você diz respeito a minha caminhada desde o início, e se a sua não se parece nenhum pouco está tudo bem, viu? Nada de desesperos por aqui. Mas de qualquer forma lhe sugiro seguir acompanhando, pois sempre há possibilidade de alguma experiência, dica ou comentário servir para o seu momento presente. Às vezes temos a presunção de ter todas respostas e saber o que estamos fazendo sem querer dar o braço a torcer, e normalmente é o ego falando. É importante estar sempre alerta, pois nosso ego está na espreita querendo ser ouvido, sempre achando que tem razão, aquele ali é rápido, e se você dá o braço ele já quer logo a perna, danadinho. Aproveito para já mencioná-lo e desmistificar essa ideia de que ele é de todo mau, pois nada é, tudo depende da conotação que damos. Se o visualizar, sendo você o observador, há sempre uma oportunidade de aprender, pois quando consegue entender que não é ele e que o querido é tão somente uma voz – chata, eu sei – querendo tirar sua atenção, você mais uma vez deu um passo além, pois percebê-lo é o início da oportunidade de não mais se identificar com ele. Isso é papo para um próximo artigo, então vamos deixar para depois.

Já passamos pela fase do luto/aceitação – que é a inicial –, a da sincronicidade, e agora adentramos na que eu chamo de “Abrir os olhos”. “Mas estou de olhos abertos, tanto que estou lendo esse texto”… Bem, não é bem por aí, vamos aprofundar no assunto para entendermos melhor. Meus olhos a maior parte do tempo estiveram mais fixados em páginas, eletrônicos, buscando coisas belas e habituados a cores e visões normais do dia a dia. Costumo dizer que com um véu por cima deles. Sempre adorei admirar o céu à noite, ver a Lua, as estrelas, na esperança de ser agraciada com uma cadente, mas nada além disso. Pois bem, tenho a lhe contar aqui nesta parte que foi nesse aspecto que percebi uma enorme diferença, a partir do meu despertar, no meu sentir e olhar. O céu começou a me parecer cada vez mais bonito, acompanhar o entardecer, as fases da Lua, mesmo que fosse da janela do apartamento, se tornou meu novo hobby, pois aquilo me parecia tão poderoso fazia eu me sentir, de alguma forma, conectada com todo aquele presente que o universo dá a quem está disposto a contemplá-lo. Passei a esperar por esses momentos, acordar mais cedo para ver as diferentes colorações do Sol raiando, e sempre que possível chamava meus pais para ver os entardeceres e o nascer da Lua.

Sim, já comentei com você que eles começaram a achar que eu estava estranha, porém uma estranha mais aberta, mais calma e receptível, mas ainda ficavam um pouco preocupados com o fato de que eu passava muito tempo sozinha e saía do quarto para comentar alguma sincronicidade com minha mãe, ou curiosidade que havia descoberto. Ela me olhava com uma cara de “me explica mais” mesmo que não entendesse nada do que eu falava, e meu pai sempre levantava do sofá para ir ver a Lua para que eu parasse de chamá-lo. Voltava reabastecida depois desses instantes de contemplação e comecei a perceber o quanto as cores estavam muito mais vivas, o quanto era lindo o revoar dos pássaros se recolhendo, tudo ali à nossa disposição e, melhor, de graça, nunca havia dado o devido valor.

Passei a admirar, além do céu, as flores, a perfeição da natureza funcionando, e meu olhar começou simplesmente a mudar e a apreciar os pequenos detalhes. O véu caiu, e depois que cai não há mais volta, tudo ao seu olhar é incrível, como um presente poder presenciar. Eu sentia com o coração tudo aquilo, me tocava de uma forma profunda e aquecia algo dentro de mim. Pode parecer meio sem sentido se você não teve esse momento, mas sei que quem passou por essa fase vai se identificar, sabe aquilo de se emocionar vendo o entardecer da beira da praia? É, isso acontecia.

Essa fase marcou muito dentro e fora de mim, e por isso ela está aqui descrita em detalhes. Sigo amando contemplar a natureza, o mar, o céu e tudo o que normalmente, por causa da correria da rotina, passavam despercebidos por mim e meus olhos fechados. Se você ainda não passou por essa experiência, permita-se vivenciar algum desses momentos de manifestação da natureza, bem descansado, sem pressa ou pressão, e deixe seus olhos irem para onde forem guiados e, onde decidirem repousar, fique ali observando seus mínimos detalhes, não há desculpas, de onde você esteja é sempre possível olhar para cima. Se você não é uma pessoa diurna, e não quer ver o nascer do Sol, se programe para ver o pôr do Sol ou pesquise na internet o horário do nascimento da Lua e aprecie isso com o coração aberto, você vai sentir a conexão, é inevitável, além de se perguntar por que não tinha feito antes. Quando assentimos esse contato percebemos como somos pequenos e a natureza é perfeita. Chega, senão vocês vão me achar muito fora da casa e não vão voltar para ler o próximo artigo, que diz respeito a uma fase que vivi simultaneamente a abrir os olhos, o isolamento. Vejo você por lá.

P.S.: Mas quem se permitiu fazer isso me conte aqui se não sentiu uma sensação maravilhosa.

20 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 2 – Sincronicidade

Tela de computador com números iguais. Sincronicidade
Se preferir, ouça o artigo.

Bem, como você acompanhou a fase 1 (se ainda não leu, aqui está), trata-se de notar que algo está diferente em você – mesmo que não saiba bem o que é – e ao seu redor, e você percebe que não há mais volta, mesmo que seu processo comece com algo muito sutil e sendo tão somente o início dessa trajetória que nos acompanha até deixarmos esse plano. Sim, o autoconhecimento nunca acaba, sempre há alguma aresta para aparar, mas não se desmotive, pois é algo enriquecedor e compensador se ver líder da sua própria vida. Caso você esteja nesse momento confuso, sem saber muito o que está acontecendo – como foi para mim –, ou mesmo se o seu início tenha sido fluido e sentir de compartilhar, deixe seu comentário, e se precisa de ajuda em algum sentido, comente também, o intuito do Inspirações é fazer com que as pessoas fiquem à vontade nesse espaço e partilharem suas experiências, que são únicas, enriquecedoras e têm muito a acrescentar. Vamos falar nessa segunda fase, de sincronicidade.

Retomando um pouco o artigo anterior para podermos continuar, passada a fase de dor, luto, veio a aceitação de que havia algo diferente e comecei a procurar entender um pouco mais o que estava acontecendo comigo. Fui em busca de coisas que ressoavam em mim, que me faziam sorrir ao ler, que me traziam paz, conforto e de alguma forma uma sensação de pertencimento. Aqui, nesta parte da trajetória, é algo muito particular por onde começar, quem seguir, o que ler, mas um detalhe importante a ressaltar é: não tenha pressa, não queira acelerar seu processo, aprecie cada passo, silencie e escute o seu coração para sentir suas reais necessidades que devem ser supridas naquele momento.

Como comentei anteriormente, iniciei com a meditação, ela falou mais alto, mas para você pode ser uma série de vídeos na internet que uma amiga indicou ou um livro que “caiu” na sua mão, como também um mentor. Reforço, não há necessidade de sair correndo atrás do tempo perdido e querer consumir tudo de uma vez, colocando todas as ideias em prática. Leia, veja, sinta, coloque em prática, reflita se aquilo de alguma forma ressoa em você e siga. Tenha um pouco de critério e deixe as coisas fluírem naturalmente. Não é porque serviu para diversas pessoas que é certeza de que servirá a você, não é porque todo mundo segue aquele mestre que você deve fazê-lo. Inicie sua jornada sem tentar se encaixar e deixe que as peças necessárias venham livremente. Esse é o lindo do processo, o que tiver que chegar até você vai achar um jeito desde que confie, mantenha-se no fluxo e não se limite.

A astrologia sempre me encantou, sou escorpiana – para quem não é muito ligado em signos, não imagina o quanto esse é julgado erroneamente –, adoro coisas profundas, apaixonada pelo oculto, por mistérios e assuntos esotéricos, e pensa em uma pessoa intensa… Esse foi um dos assuntos que muito me atraíram no início do autoconhecimento, algo me puxava para essa área que antes de tudo isso começar já prendia minha atenção. Então, uma coisa foi levando a outra, como dito antes, quanto mais informações chegavam, mais envolvida ficava e tudo ao redor parecia ressoar, florescer e contribuir para aquele momento. As sincronicidades foram minha segunda fase do despertar – aconteciam com uma frequência tão grande que nas primeiras vezes me assustaram. Eram números, assuntos, trechos de livros, informações que conversavam com sonhos e vice-versa, eu não comentava com ninguém mas sorria por dentro como uma confirmação de que aquele era o caminho, me dando mais força para seguir e ir ainda mais a fundo. Foi o que fiz. Meus pais achavam que eu estava ficando louca, então tudo bem se você aí do outro lado achar também, isso já não me incomoda mais. E se você se encontra nessa fase não deveria se importar também. Vão olhar para você diferente a partir do momento em que sair da bolha do pensar igual, pois choca – quem ainda está preso – quando você sai da roda. É aquela mistura de Deus me livre, mas quem me dera, kkk

Eu meditava, lia artigos, via vídeos na internet, seguia pessoas que sentia me conectar e nesse primeiro momento não gastei com nada. O que quero dizer com isso? Que você não precisa colocar empecilhos para iniciar, só quando eu comprar aquele curso vou conseguir despertar de forma plena, quando eu ler aquele livro tudo vai fazer sentido. Claro que existem inúmeras ferramentas que estão à disposição para nos auxiliar, mas nenhuma vai fazer o milagre, pois quem tem o poder de fazer acontecer é você. Logo, comece agora e com o que você tem. Se você tiver só a sua vontade e um celular, já tem o necessário. O acesso às mais diversas informações está a um clique, e tem muita coisa boa por aí esperando ser consumida.

O que aconselho é sempre colocar uma intenção bem definida, e genuína, antes de qualquer coisa. Sinta o que precisa ser desenvolvido no momento – mesmo que não saiba o que é – e peça para que o melhor e mais adequado à sua jornada chegue a você. Juro que fazia, e sigo fazendo isso, e é incrível ver o quanto as respostas chegam, seja através de mensagens, vídeos, pessoas, livros que vêm de encontro exatamente com o que preciso, eu rio sozinha, pulo e agradeço sempre. Aquilo faz todo o sentido para mim e, por mais que tente explicar a alguém – até a você que está nessa fase –, não vai soar tão sincrônico como na minha concepção, porque é algo particular assim como pode ser com você. Por isso lhe digo, se a sincronicidade está chegando, ou acontecendo na sua vida, aceite, agradeça e use-a a seu favor nessa caminhada da forma que você sentir.


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18 Maio, 2020

Em que momento do despertar estou? Fase 1 – Início da jornada

Mulher na cama ao despertar.
Se preferir, ouça o artigo.

Senti de falar um pouco sobre esse assunto por aqui. Já havia dado anteriormente algumas pinceladas sobre minha caminhada, mas acho que vale o desmembramento de uma forma mais detalhada. O foco do Inspirações da Musa sempre foi para você, que está na caminhada do despertar, perceber que não está só, e senti que me distanciei um pouco, por isso voltemos. E como podemos mostrar para uma pessoa que não há nada de errado com ela e suas dúvidas? Mostrando as suas, se abrindo e revelando que todos nós passamos por momentos de tensão, de isolamento, de achar que não está “batendo muito bem da cabeça”, de sentir-se só até que as coisas comecem a fazer um pouco mais de sentido e você aceite e entenda que é uma nova pessoa. Pensei, assim, em fazer uma timeline da minha caminhada, transmitir como as coisas foram se desenrolando. Isso não é um passo a passo, até porque isso não existe quando estamos falando de despertar, com cada um acontece à sua maneira, e a sua causa podem ser diversos fatores. Apenas fique receptível para perceber se você se identifica com uma ou algumas das fases ou se está sentindo tudo isso de forma distinta, o que também é possível. Esse será o primeiro de uma série de artigos sobre as fases do despertar.

Primeiramente, é necessário situá-lo de que antes de embarcar nesse mundo de descobertas do meu eu a situação era bem diferente na minha forma de ver a vida. Já fiz uma mescla de vários pontos em alguns textos, porém quero ir um pouco além aqui. Tenho com isso a intenção de mostrar que cada um de nós pode despertar, não existe um mais propenso que outro, basta o sentir e o querer. Bem, meu negócio eram livros de romance, filmes de romance, séries, sites de fofoca, conversas sobre pessoas, comparações e muito foco na minha imagem e no externo, a famosa ideia de que para parecer ser você tem que ter, isso me acompanhou durante anos e acreditava que tudo se encaixaria por si só no fluxo normal da vida. Pode ser que eu vivesse em um mundo de ilusão? Pode, mas chegou um momento em que ele colapsou, comecei a me ver perdida do todo e de mim, me distanciava cada vez mais da pessoa que eu queria ser e nem percebia isso, tive que me reestruturar.

Estava sentindo que as coisas não estavam se fechando entre minha cabeça e meu coração, quase nada fazia sentido, muitas dúvidas pairavam sobre a minha mente, mas a teimosia faz a gente levar um tempo até entender que alguns aspectos estão fora de compasso. Não sabia o que era o desconforto que me acompanhava e nem por onde começar a mudá-lo. Desistir de morar no México – que era o plano, há anos – e voltar ao Brasil já foi uma atitude estranha para mim, mas não sei lhe dizer, sabia que tinha de ser feito. A partir dali as coisas se intensificaram. Uma das influências do retorno era um relacionamento da época, que meses depois acabou. Normalmente as pessoas acreditam que o processo do despertar tem de ser pela dor, mas isso não é uma regra. Há pessoas que são mais sensíveis e percebem os sutis indícios de que algo está diferente em si e ao seu redor e começam sua caminhada de forma mais suave, tranquila, sem ter de passar um grande trauma ou dor. Não foi o meu caso, a galera do despertar percebeu que para me tirar de onde eu estava – por mais que já estivesse me sentindo incomodada – ia precisar tirar o meu chão. E foi o que aconteceu, os três meses seguintes foram de uma intensidade tão profunda que eu posso dizer que eu morri e renasci nesse período.

Foi uma conjunção de fatores que fizeram com que aquele tempo tenha sido de verdade sombrio. Não saber claramente meu rumo na vida, a forma como me cobrava por ter feito um curso superior que já não queria mais seguir, dúvidas, inseguranças, ficava me questionando onde eu estava nos últimos anos que fiz tantas péssimas escolhas. Veio tudo de uma vez só, tudo ali na minha frente desmoronando – e eu junto –, sem força de segurar mais nada. Pense em semanas acordando e dormindo chorando, e no ínterim também, debatendo com meus pais como eu poderia ter feito diferente. Eu vivia um luto, naquele momento acreditava ser da separação, mas tendo um melhor entendimento depois percebi é que doía tanto porque a Josiane estava morrendo – era a única forma que conhecia de ser –, e eu mesma estava matando ela, por querer. Pense o quanto é profundo isso? Para você ser o que quer ser você tem que matar quem era e nem sempre isso é tão fácil. Se você está passando por essa fase, entenda que é difícil mesmo, estamos apegados àquela forma que conhecíamos a vida inteira, e nos jogarmos no vazio com os olhos vendados sem nenhuma certeza, essa é a impressão, é um pouco assustador, mas não tente voltar, porque aliás não há como voltar, continue firme em frente. Você consegue.

Não tinha motivo forte o suficiente que me tirasse de casa, não queria ver o Sol, não queria interagir, nem com minhas amigas da época. Começou a me sobrar tempo, e já tinha resolvido não mais remoer o passado, então me restou ir para o único lugar que tinha sobrado, para dentro de mim. Vale ressaltar que eu ainda não tinha percebido o que estava acontecendo, pois essa forma de agir perante as situações era a minha habitual, não tinha nada de novo até ali, mas aqueles momentos sozinha começaram a ser mais importantes que qualquer outro momento do dia e eu estava voltando a me sentir um pouco animada.

Foi assim que iniciaram as meditações, que em pouco tempo se tornam hábito diário, uma coisa que lia me levava a outra e mais formas de me conhecer, me identificando com o que as pessoas que eu lia falavam ou escreviam, me aprofundando naquilo tudo que parecia fazer muito sentido. Eu ainda não conseguia ter a dimensão de para onde estava indo, mas estava cada vez mais claro que aquela Josiane da vida inteira tinha partido de vez, por mais que buscasse não encontrava mais ela em lugar algum e aceitei que a partir de então teria que me redescobrir. É animador contar isso porque pode parecer dolorido – e foi –, mas foi uma benção, sabe? Então, se você de alguma forma se viu nessa história ou está sentindo um vazio aí dentro, algo incomoda você e não consegue identificar o que é, fique um pouco mais atento ao que tem chegado a você, pode ser uma conversa, uma pessoa, uma ideia que surja de repente, permita-se ficar mais disponível e aberto para aquilo que está querendo se aproximar – ou até mesmo se afastar, que pode acontecer. E se tiver que ser doido, não evite, encare com firmeza e, se sentir que precisa de ajuda, não hesite em pedi-la.

01 Maio, 2020

O quanto a relação com seus pais interfere em sua vida?

Pai brincando de rodar com filhos na praia.
Se preferir, ouça o artigo.

Esse é um artigo longo porém, necessário. Trata-se de um assunto delicado, mas há tempos vem passando na minha cabeça como se pedisse minha atenção para ser abordado por aqui. Pois bem, comecei a deixá-lo fluir mais livremente, permitindo-me absorver informações que chegassem e também observando as relações próximas e as nem tão próximas a mim. O quanto a relação com seu pai ou sua mãe interfere em sua vida? Você já se fez essa pergunta honestamente? A intenção desta vez não será abordar minha experiência, mesmo que ela também tenha sido levada em consideração para escrever este artigo, mas abordar de uma forma mais ampla e permitindo que cada um sinta à sua maneira.

Contudo, para que possamos iniciar de um mesmo ponto, vou situá-los que uma das razões de me autoconhecer foi a busca por uma melhor relação com meu pai. Desde criança até o início da minha fase adulta minhas memórias sobre nossa relação eram de confronto, enfrentamento, eu querendo, de alguma forma, que ele respondesse às minhas expectativas, querendo chamar sua atenção, sentindo que não me entendia. Não sei lhes precisar agora quando foi que a ficha caiu, mas tenho quase certeza de que foi durante uma de minhas meditações, em que me veio nitidamente “como você vai lidar com todo o arrependimento que vier consumindo você como uma avalanche quando ele falecer e você não tiver feito nada para essa relação melhorar?”. Eu estava lá buscando me conhecer, me silenciar, e vem algo sobre o meu pai? Só posso estar meditando errado, pensei.


Nosso coração, que é com quem nos conectamos enquanto meditamos, sempre sabe quando estamos prontos e com o que devemos lidar no momento. A relação com nossos pais, e aqui incluo quem não tem uma relação muito próxima – ou como gostaria – com a sua mãe, ou com quem o criou, é de influência direta nos adultos que nos tornamos, na forma como nos posicionamos perante a vida e como encaramos ela também. Por isso que a curar, acolhê-la e ressignificá-la seria meu conselho número 2 para você – o primeiro seria a meditação, para que você consiga entender e lidar com tudo que florescerá com essa intenção.


Desenterrar esse baú de memórias irá liberar cobras e lagartos, fantasmas e dores há muito não mexidas, mas pode ter certeza de que elas sempre estiveram lá, mesmo que adormecidas, esperando sua atenção. Crescemos com variados tipos de ressentimentos. Alguns queriam mais atenção, outros queriam ser ouvidos, estes que seus pais fossem em suas apresentações, aqueles que os parabenizassem pelo bom trabalho ou simplesmente que estivessem ali para dar um abraço e dizer que ia ficar tudo bem, ou outros tantos lidaram com o vazio de pais que foram embora. Os sentimentos e as histórias são diversas, e se estão aí dentro ecoando são relevantes sim, cada um de nós sabe onde nos dói e o peso e influência que isso tem em nossas vidas, porém, quem disse que tem de ser assim para sempre? “Ah, Josi, mas você não conhece minha mãe, é o cão em forma de gente, aquela lá não vai mudar”, ou “Meu pai é um chato, frio, sem sentimento algum, e só outra vida para mudá-lo (usei adjetivos leves, mas pode completá-los da forma que se sentir mais à vontade, não poupe palavras, são os seus sentimentos).


Não tenho dúvidas, só você sabe o que passou, suas dores, as memórias mais doloridas, imagens guardadas a sete chaves até da pessoa mais íntima, e não tenho conhecimento sobre sua história e as marcas que você carrega, sinto muito por isso. Mas você já é adulto, com seus princípios, pensamentos e visões próprias logo, saia do papel de julgador e de vítima e veja a melhor forma como você pode lidar com essa relação atualmente. Não exija mais do que você consegue lidar no momento – e se não conseguir agora está tudo bem também –, um passo de cada vez, assim que uma relação é feita, mesmo as já estabelecidas, pois você está construindo uma nova relação, e não pense que será do dia para a noite. “Duvido que ele ou ela mude!” Realmente isso pode acontecer, mas tenha claro em sua mente que a razão de estar fazendo isso é para e por você, para sua libertação, sua cura, para acalmar sua alma e amenizar a sua caminhada. Por mais que ache que essa relação já nem afeta você tanto assim, pode ter certeza de que ela controla você de alguma forma.


Sei que em algum momento você se sentirá vencido pelo cansaço, querendo desistir e ache que não há mais o que fazer, então pense em algum momento muito marcante, aquele que só de pensar lhe dá um nó na garganta com essa figura familiar, veja todo o cenário, sinta ele e agora se coloque no lugar daquela pessoa. Com o conhecimento e a consciência que ela tinha naquela época, levando em consideração sua história, sua infância, suas conquistas e derrotas, a relação daquele ser humano com seus pais também,vestindo seus sapatos, fique aí o tempo que precisar e permita-se sentir o que vier. É mais difícil julgar e um pouco mais fácil entender sua forma de agir, não é mesmo? Não estou dizendo que a pessoa está certa ou errada e sim quero ajudá-lo a ampliar a visão e entender que as pessoas sempre têm uma razão para agir como agem e frequentemente há uma história dolorida por trás. Você sairá diferente dessa experiência, pode acreditar.


Levamos um tempo para entender que aqueles super-heróis de nossa infância nada mais eram do que seres humanos lidando com suas dúvidas, seus medos e incertezas também. Cabe a nós tirá-los deste pedestal em que nós mesmos os colocamos e vê-los como pessoas normais tentando diariamente fazer o seu melhor mesmo que não saibam muito bem de que forma. É a caminhada deles também, não pense que é fácil. Saia um pouco do centro do seu universo e debaixo de todas as suas dores e mágoas e permita-se vê-los, de verdade, com os olhos de compaixão.

Se você tem consciência nesse momento e quer buscar uma melhora na relação entre você e seu pai/sua mãe, comece agora, arregace as mangas e vá à luta, não espere que eles venham pegar sua mão e pedir desculpas pelos erros que cometeram achando que estavam fazendo o melhor para você da forma que podiam. Essa pessoa lhe deu a vida, e por essa “simples” razão merece que você pelo menos tente, e, se mesmo assim nada mudar tudo, já mudou, você saiu diferente, buscou fazer um novo movimento, realizando algo que esperava que fizessem por você, sendo o agente e saindo do papel de vítima. Se conseguir perdoá-los, ótimo, se ainda não for possível, está tudo bem, vá no seu tempo, mas influo você a ir nessa jornada – quando seu coração sentir – e desbravar esse mundo de memórias. Nesse passeio você tem a oportunidade de curar duas gerações de relacionamento, a com seus pais e a com seus filhos – claro, se você os deseja –, mas acima de tudo fazendo isso para sua evolução e para uma vida com mais leveza e amor.